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EDITORIAL
Os desafios do Esquerda Diário e do MRT para fortalecer uma voz anticapitalista no Brasil
Diana Assunção
São Paulo | @dianaassuncaoED

Editorial do Movimento Revolucionário de Trabalhadores.

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As enormes mudanças na situação política do país, de um primeiro semestre marcado pela ação da classe trabalhadora - apesar do controle imposto pelas centrais - até um segundo semestre que aprova a reforma trabalhista e retoma a estabilidade precária do golpista Temer com muita compra de votos, continuam impondo a necessidade de construir uma esquerda anticapitalista e revolucionária para enfrentar os ataques, desenvolver os questionamentos a um sistema político podre de corrupção que favorece aos empresários e não repetir a tragédia petista.

Hoje, são muitos os ataques que estão em curso: a reforma trabalhista, a tentativa de avançar na reforma da previdência, a já aprovada lei da terceirização, PEC do teto de gastos e tantas privatizações, que se somam ataques as liberdades democráticas, aos LGBT e as mulheres, a arte e a cultura, e especialmente a educação livre. Diante de tantos ataques, importante parte da esquerda aponta a necessidade de "cerrar fileiras" para enfrentar a direita.

Entretanto, como chegamos a este ponto? Não se pode abstrair o fato de que foi o próprio PT quem abriu espaço para a direita e o golpe institucional em seu governo, em nome da governabilidade, assumindo os métodos da corrupção e aplicando parte dos planos de ajustes que pediam os capitalistas. Sem partir desta constatação da realidade, não há uma luta séria contra a direita.

Esta situação mostra que se por um lado é preciso batalhar por uma ampla frente única no movimento de massas para enfrentar as reformas e todos os ataques, é necessário que a esquerda construa uma estratégia independente do PT pois o PT é incapaz de enfrentar a direita.

Ao não enfrentar a direita, abre espaço para que esta apareça como uma alternativa com soluções “radicais” frente ao descontentamento das massas.

As viagens de Lula com Renan Calheiros no Nordeste rumo a 2018, e agora sua recém visita a Minas Gerais com empresários mostram que para o PT só há um projeto: conciliação de classes – ou seja, querer agradar ao mesmo tempo os grantes empresários e os trabalhadores, o que é impossível. E é esta conciliação de classes que abriu espaço para que a direita levantasse seu chicote do golpe institucional contra a classe trabalhadora, alçando militares do exército a atores da vida política e buscando atualizar as definições de trabalho escravo para aumentar a exploração capitalista.

Sem entender que o governo, o Estado capitalista e suas instituições, como o Senado Federal e a Câmara dos Deputados são um verdadeiro balcão de negócios para gerir e aumentar os lucros capitalistas, não podemos entender qual é a tarefa que a esquerda precisa levar adiante. O Esquerda Diário, que em meio a esta situação de enormes ataques bateu o seu recorde com quase 800 mil visitas no mês de setembro, mostrou que é uma forte ferramenta contra a direita e todos os seus ataques.

Porém mais que isso, o Esquerda Diário, impulsionado pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores, se propõe a ser uma voz anticapitalista. Porque não é suficiente denunciar os ataques, não é suficiente analisar a realidade.

É preciso construir uma força material orgânica que batalhe para lutar contra todos os ataques, exigindo medidas concretas de luta das organizações de massas - como as centrais sindicais - mas de maneira completamente independente do PT, apontando um caminho anticapitalista e revolucionário de verdadeira transformação da sociedade pela raiz.

A experiência do PTS na Argentina, que encabeça a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores, é o maior exemplo a nível mundial de que os revolucionários podem ganhar influência em setores de massas, ainda que por ora minoritários, levantando um programa claramente anticapitalista a serviço da luta da classe trabalhadora e estando estruturado organicamente nesta e não somente como alternativa eleitoral.

O fato de que a direita esteja avançando na Argentina assim como no Brasil, frente ao fracasso de projetos de conciliação de classes do petismo e kirchnerismo, que abriram espaço para a direita, mas que esteja surgindo uma sólida alternativa pela esquerda que já é a quarta força política nacional mostra que daí temos muitas lições a tirar.

É por isso que neste momento de ataques, o Esquerda Diário, como maior mídia de esquerda independente do PT no Brasil, sendo parte da rede internacional de diários digitais, busca dar voz para o principal foco de resistência que vem do sul.

Estamos batalhando, nos espaços da esquerda, para que as organizações de esquerda como o PSOL, seus parlamentares, os movimentos sociais, suas mídias, para que todos se coloquem a serviço de fazer vencer as greves no Rio Grande do Sul. Na CSP-Conlutas, onde somos uma corrente minoritária de oposição à direção, batalhamos no mesmo sentido. Por isso, a maior cobertura desta luta, com videos, artigos, entrevistas e análises cotidianas sobre a luta de classes que pulsa no sul brasileiro, você encontrará apenas no Esquerda Diário, como parte de uma intervenção ativa na greve dos trabalhadores da educação e impulsionando a solidariedade ativa às greves nas universidades, na UFRGS em Porto Alegre e na UCS em Caxias do Sul. Esta batalha é fundamental pra exigir a construção de um dia 10/11 (convocado como uma jornada de lutas contra a reforma trabalhista) que não seja apenas mais um dia "pra constar", mas que possa ser um ponto de apoio na luta contra as reformas. Para isso é preciso denunciar o papel que as grandes centrais sindicais vem cumprindo desde já, ligado a não gerar ilusões de que sem o desenvolvimento da auto-organização dos trabalhadores será possível superar a burocracia e derrotar os ataques.

Queremos da mesma forma demonstrar que uma imprensa independente precisa agitar as ideias anticapitalistas, que ataquem os lucros dos patrões e superem a perspectiva de conciliação de classes que o PT e todos os seus blogs querem disseminar cotidianamente. A juventude Faísca lançou recentemente a campanha "Basta de lucrar com a educação, Kroton-Anhanguera nas mãos dos estudantes" como uma forma de denunciar o maior monopólio da educação mundial e abrir diálogo com milhões de jovens que são obrigados a pagar mensalidades para ter o direito de estudar, assim como um manifesto programático universitário para batalhar por uma ala revolucionária nas universidades. O grupo de mulheres Pão e Rosas lança também neste mês a escandalosa denúncia de que as mulheres negras ganham 60% a menos que os trabalhadores homens brancos, chamando a batalhar por igual trabalho, igual salário.

Também na campanha contra a reforma trabalhista viemos buscando apontar um programa operário pra enfrentar a crise, que não permita que a crise seja descarregada sobre as costas dos trabalhadores, exigindo o não pagamento da dívida pública para garantir todos os serviços públicos, mas também a proibição das demissões e que todos trabalhem 6 horas por dia e 5 dias por semana, sem redução salarial e com um salário mínimo apontado pelo DIEESE, para enfrentar o problema do emprego atacando o lucro dos capitalistas e não permitir que nossas vidas sejam destruídas nos locais de trabalho. Essa luta aponta para terminar com o desemprego com a divisão das horas de trabalho por todas as mãos disponíveis para trabalhar.

Ao lado das jornadas de discussão sobre a questão da mulher desde uma perspectiva marxista revolucionária, o MRT no próximo mês vai lançar um manifesto programático sobre a luta dos negros e negras no Brasil, com uma grande atividade em São Paulo dia 18/11. No Rio de Janeiro, vamos inaugurar a "Casa Marx", sede do Esquerda Diário nesta capital que deverá contribuir com a construção desta força anticapitalista na cidade.

E como parte das comemorações dos 100 anos da Revolução Russa a Revista Ideias de Esquerda sai com seu terceiro número, com maior tiragem depois do sucesso da primeira para ampliar a chegada nas bancas, como uma forte ferramenta de resgate das principais lições daquela revolução, inclusive do combate contra a sua degeneração interna pelo stalinismo, fruto do atraso e do isolamento internacional da revolução.

Nas escolas e universidades de diversos estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais entre outros, viemos enfrentando com o Movimento Nossa Classe Educação o reacionário projeto "Escola Sem Partido" e os ataques aos LGBT.

Nos propomos entrar no PSOL como tendência interna para fortalecer essas batalhas na construção de uma alternativa política independente e revolucionária dos trabalhadores.

Queremos que o Esquerda Diário possa ser porta voz deste combates e destas lutas com uma perspectiva decididamente anticapitalista. Consideramos que nos colocar o desafio de chegar em todo o país a mais centenas de milhares com estas ideias é parte fundamental de construir uma força anticapitalista e revolucionária.

Por isso, diante dos ataques da direita e diante do fracasso petista, nós chamamos você a ser também uma voz anticapitalista. Construa conosco o Esquerda Diário.

 
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