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PARANÁ
Entrevista: “Foi como se não houvesse ataques do governo federal contra a classe trabalhadora"
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O Esquerda Diário entrevistou Rafaelin, professora do Paraná que esteve na linha de frente da greve dos professores e participou do 13º Congresso Estadual da CUT, durante os dias 26 a 28 de junho. Ela foi impedida de fazer de imediato seu credenciamento e nessa entrevista relatou sua experiência e quais os principais debates.

ED: Como foi chamado o 13º Congresso Estadual da CUT (Cecut) na base da categoria de professores do Paraná?

Rafa: Eu fiquei sabendo do Cecut na base da categoria por via de uma assembleia, pois não houve ampla divulgação. Acredito não ser de interesse a concorrência igualitária por essas vagas. Pelo que compreendi, são acordos entre as correntes petistas e cutistas para que se façam presente no Cecut. Primam as afinidades entre as correntes e não a necessidade política de formação. Esse foi um fator que eu percebi.

ED: Você foi eleita segundo todas as regras do estatuto. Por que então não pode se credenciar de imediato?

Rafa: Eu não pude me credenciar por uma simples questão: pelo que eu percebi há um grande acordo entre as correntes. Houve um grande acordo de chapas entre a CSD (“CUT Socialista e Democrática”, ligada à corrente petista Democracia Socialista) e a MS (Militância Socialista) de “metade metade” das vagas. Quando a CSD percebeu que seria maioria, quis pleitear três vagas. A MS então ofereceu uma das vagas deles para mim, considerada terceira oposição. Essa chapa foi apresentada para a assembleia em comum acordo, apesar de ter havido bastante revelia sobre meu nome por eu ser próxima à CSP-Conlutas.

ED: Qual debate e orientação foram discutidos sobre a heroica greve dos professores do Paraná e os próximos passos contra os ajustes do governo Beto Richa?

Rafa: Reafirmaram que a luta foi bonita contra o Beto Richa. Gritaram fora Beto Richa mas foi muito despolitizado. Não se estabeleceu grandes passos contra o que Beto Richa está fazendo. Falaram sobre fortalecimento de um comitê chamado “29 de abril” que vejo que foi criado para competir com o comitê “Fora Beto Richa” criado pela oposição à atual direção sindical dos professores. Foi basicamente a única coisa que eles falaram: que entrariam com processo jurídico contra o governo por via desse comitê. Contra o governo Richa, pois contra o governo federal sequer discutiram.

ED: Em meio a planos de ajustes do governo de Dilma contra os trabalhadores, quais debates aconteceram?

Rafa: Nos grupos as teses só foram lidas. Não houve debate fervoroso. Eu fiquei realmente com a convicção e a certeza de que a CUT realmente não é um espaço para o debate. Me pareceu mais uma disputa entre as correntes petistas para ver quem consegue maior domínio ou apenas aumentar ou firmar sua forças, suas teses. Sequer falaram de governo Dilma, dos ajustes contra a classe trabalhadora, dos ajustes fiscais. Foi como se não houvesse ataques do governo federal contra a classe trabalhadora. Houve grande proteção do governo nesse sentido.

ED: O CECUT ocorreu logo após a aprovação do casamento igualitário no EUA. Qual debate ocorreu sobre os retrocessos dos direitos LGBT durante os governo Lula, Dilma e do PT?

Rafa: Como eu disse. A menina da primeira mesa, da Marcha Mundial de Mulheres, foi a que falou alguma coisa sobre o casamento igualitário. Mais nada. Ninguém falou de Lula, Dilma, ataques ou direitos LGBT. Essa menina e uma outra da executiva nacional da CUT que falou bem pouco. Foi um fracasso.

ED: E como você sai desse CECUT?

Rafa: Efetivamente, como te disse, é preciso fortalecer essa terceira via que surge através da proposta da CSP Conlutas. O próprio público era diferente entre os congressos da CUT e da CSP Conlutas. No CECUT era tudo mais despolitizado, muita gente que foi para passear. Eles escolheram a dedo quem eles iam levar. Tanto que eu não fui convidada para participar de nenhum grupo de discussão política. Todas as correntes me isolaram. A MS a mesma coisa. Eu fiquei isolada. Literalmente isolada o tempo todo. Foi bem complicado.

Foi importante ter ido, pois ficou nítido que de fato a MS não representa uma oposição e que está atrelada até o pescoço com as outras correntes petistas. A MS declarou nitidamente não apoiar minha declaração de repúdio devido seus acordos com a DS. O que mais ficou latente foi a questão das brigas entre as correntes Articulação e CSD. Resumindo, O CECUT foi isso.

 
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