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DESMONTE DAS FUNDAÇÕES NO RS
Pesquisadores da UFRGS escrevem carta contra o fechamento da Fundação Zoobotânica
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(Foto: Guilherme Santos/Sul21)

O fechamento da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul faz parte do plano de desmonte de Sartori, que atacará outras cinco fundações, como a Cientec e a Piratini, e que foi oficializado por meio de decreto no Diário Oficial dessa quarta-feira, 18

Frente ao anúncio do fechamento, docentes e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) elaboraram uma carta alertando para as graves consequências do ataque de Sartori (a íntegra pode ser lida aqui). Eles também elaboraram o manifesto "Sartori e os Elefantes", que já conta com 254 assinaturas.

Na carta, os cientistas afirmam que o ato causará "irreparáveis prejuízos que a consumação desse ato trará para a ciência, educação, documentação, gestão e conservação da biodiversidade gaúcha" e expressam seu "completo desacordo com essa decisão".

Eles afirmam que o patrimônio ambiental do RS depende do conhecimento técnico dos quadros da fundação e que sem eles corre o risco de tomar decisões que lesem esse patrimônio. Eles discorrem sobre as diversas e insubstituíveis funções cumpridas pela Fundação, cuja extinção, em sua visão, representaria “o maior retrocesso científico, ambiental e cultural da história do Rio Grande do Sul”.

Chamam a atenção para o importantíssimo acervo constituído ao longo de décadas pela instituição, concluindo que, nesse âmbito, "a extinção da FZBRS fere de morte a ética científica e a confiança depositada por pesquisadores, coletores, colaboradores, patrocinadores e instituições de fomento que contribuíram para a formação desse acervo público."

Demonstrando a extensão desse acervo, os pesquisadores dizem: "O conjunto das coleções científicas do Museu de Ciências Naturais (MCN) o qualifica como um dos maiores e mais importantes do Brasil e da América Latina. O Museu conta com mais de 600.000 lotes/espécimes, distribuídos em 58 coleções, contendo exemplares coletados desde o final do século XIX. As coleções científicas e de exposição do MCN estão armazenadas em 15 salas climatizadas e tecnicamente equipadas, que em conjunto ocupam uma área de 1.300 m². De grande e insubstituível importância para a Ciência mundial, merecem destaque os 2.883 espécimes-tipo, utilizados em descrições originais de espécies novas de vários grupos da fauna e flora. (...) A coleção de aranhas, por exemplo, é a segunda maior do Brasil em número de lotes, atrás apenas da coleção do Instituto Butantã. A coleção de moluscos representa a terceira maior do Brasil em número de lotes, e a coleção de répteis situa-se entre as dez maiores do país.", além de outros aspectos do acervo, como o herbário, os fósseis, etc, que serão irreversivelmente prejudicados, se não diretamente extintos, com o fim da fundação.

Concluindo a sua carta, afirmam: "consideramos inaceitável qualquer medida no sentido de extinguir, desmembrar ou alienar o enorme e inestimável acervo da FZBRS, bem como de demitir seu quadro de técnicos, especialmente dos curadores e técnicos de apoio, pois estes são a única garantia de perpetuação dos acervos. (...) As irreparáveis perdas que a extinção da Fundação zoobotânica do Rio Grande do Sul imputará à sociedade, especialmente diante do insignificante impacto financeiro resultante, demandam um imediato apelo à racionalidade. Não se conhece iniciativa semelhante em nenhum país do mundo desenvolvido, mesmo naqueles em que se tenha implementado políticas de austeridade em reação à atual crise econômica mundial. Entendemos ser
absolutamente necessário reconsiderar tal decisão que julgamos precipitada e inadequada, fruto de amplo desconhecimento das atribuições legais, da relevância, complexidade e dimensão do patrimônio e dos serviços prestados pela Fundação Zoobotânica (...) Caso concretizada, a extinção da Fundação Zoobotânica, representará o maior retrocesso científico, ambiental e cultural da história do Rio Grande do Sul. Sentimo-nos, portanto, obrigados, como especialistas e cidadãos, a emitir nossa avaliação técnica."

Veja também: Sartori pune professores contratados em greve removendo-os de suas escolas

 
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