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PROFESSORES DA UFMG
Professores da UFMG desmistificam ’ideologia de gênero’
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
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Professores da UFMG estão contribuindo com vídeos explicando porque gênero não é uma ideologia e sim uma ciência. Marlise Matos, cientista política e professora da UFMG; Marco Prado, psicólogo e professor da UFMG; Paulo Nogueira, professor da Faculdade de Educação da UFMG fazem sua contribuição para todos os professores, pais, mães e estudantes com seus breves vídeo selfie.

A categoria de gênero foi criada nos anos de 1980 para contribuir com novos conhecimentos adquiridos até então sobre as relações entre homens e mulheres e suas diversas formas de relações de poder. É uma ciência e não uma ideologia, como explica a professora Marlise Matos em seu vídeo selfie. Pois gênero é algo construído socialmente para nos ajudar a ver a realidade em suas diversas matizes. A ver a diversidade como algo a ser conhecido e respeitado. E não como algo a ser repudiado.

Costumo dizer em reuniões de pais nas escolas que aquele encontro já mostra uma questão de gênero. Se a maior parte dos presentes são as mães ou as avós e não os pais, porque se chama reunião de pais? E também costumo dizer que o gênero está para a sociologia assim como a multiplicação esta para a matemática. São conceitos que nos permitem compreender e viver na realidade. É uma forma simples de trazer o gênero para o saber cotidiano de todos que não tiveram a oportunidade de aprender sobre gênero nas escolas.

Quem traz o tema acerca do gênero e da sexualidade nas escolas são os próprios alunos. Eles trazem a realidade de gênero em nossa sociedade, enfatizada pelo professor Paulo Nogueira no vídeo quando mostra quem são as maiores vítimas de estupro; ou quando lidamos com a realidade de uma jovem adolescente grávida prestes a abandonar os estudos, nossos alunos que são vítimas de homofobia dentro e fora da escola, crianças e jovens vítimas de abusos sexuais, assédios e estupros, dentro e fora da família.

O projeto de censura nas escolas chamado Escola Sem Partido anda de mãos dadas com a mentirosa “ideologia de gênero”, como explica o professor Marco Prado. São projetos que tentam impor que não exista esse debate nas escolas, perpetuando o machismo, o racismo, a homofobia. Ambos projetos servem apenas para restringir os conhecimentos, impor a censura nas escolas, afastar a escola das famílias e acabar com o ensino laico.

Divulgamos a seguir os vídeos de três professores da UFMG para pais, estudantes e professores. Sem dúvidas é em nome de muitos professores, estudantes, pais e mães da rede pública de ensino que posso fazer o agradecimento aos professores da UFMG por essa campanha a favor da diversidade e de debate de gênero nas escolas. Basta de censura, patrulhamento, machismo, racismo e homofobia nas escolas. Pelo ensino de gênero e sexualidade!

Marlise Matos, cientista política e professora da UFMG

“A escola é o espaço onde as crianças vão aprender a serem respeitosas a reconhecerem as identidades alheias e tratarem as pessoas dessas outras formas de construírem identidade de forma digna e respeitosa. Pais e mães fiquem tranquilos. Nenhuma escola é capaz de confundir a identidade de gênero de seus filhos. O que a escola pode fazer é promover de fato um respeito igualitário a todas as formas de existir e de ser, inclusive das próprias crianças.”

Marco Prado, psicólogo e professor da UFMG

A expressão ideologia de gênero é uma mentira. Gênero não é uma coisa simples ou um conjunto de ideias sem reflexão. Gênero é algo complexo, um conjunto de práticas e modos de vida e jeitos diferentes de ser homem e mulher. Existe pratica de gênero e não ideologia de gênero. (...) Os filhos podem ser educados pelos mesmos pais e mães, com os mesmos valores e mesmo assim serão pessoas diferentes. Existem formas variadas de ser homem e mulher. E essa diversidade é que permite a nossa reflexão e nosso pensamento com autonomia.

Paulo Nogueira, professor da Faculdade de Educação da UFMG

Segundo dados existentes no Brasil, 40% das mulheres já sofreram algum tipo de violência nos últimos anos. Uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. Temos que falar e discutir gênero em nossa sociedade. É lá que meninos e meninas compreendem o mundo e elaboram conhecimento. (...) E conseguem conviver com a diferença. Gênero não é ideologia. É a capacidade que temos de repensar nossas relações entre homens e mulheres.”

 
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