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TRABALHADORES DA USP
Carta aberta contra o desmonte da Prefeitura da USP
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“Nós, funcionários da Prefeitura do Campus USP da Capital, manifestamos profunda preocupação ante a determinação do Reitor Zago de transferir nosso setor administrativo para a Antiga Reitoria /Administração Central (Blocos K e L).

Em mais uma medida autoritária, o reitor está exigindo desde o início de julho a mudança de todo o bloco A da Prefeitura, sob o pretexto de instalar núcleos de pesquisa na área que será desocupada. Há uma sala pronta no prédio da Administração Central para receber, já nesta semana, o gabinete, secretárias e cerca de dez funcionários. A reitoria tem pressa e outros espaços estão sendo avaliados para abrigar os demais trabalhadores. Enquanto isso, existem blocos vazios na própria Prefeitura, incluindo o bandejão que foi fechado no começo deste ano.

Nos últimos dias realizamos reuniões com todos os trabalhadores para discutir o assunto, e também nos encontramos três vezes com o prefeito, Prof. Tércio Ambrizzi, em busca de esclarecimentos. Agora estamos aguardando que o Chefe de Gabinete da Reitoria, Prof. José Roberto Drugowich, receba o prefeito e os representantes dos funcionários para que possamos negociar a continuidade do bloco administrativo em sua atual sede.

Não temos dúvidas de que os principais objetivos por trás desta mudança são dividir e desmobilizar os trabalhadores da Prefeitura – especialmente após a vitoriosa greve de 08 a 28 de abril contra o assédio moral, o machismo e a homofobia das chefias – e avançar com o projeto de desmonte da gestão Zago, responsável pelo sucateamento do Hospital Universitário, pelo fechamento dos bandejões e pela extinção de vagas nas creches.

Este filme não é novo. Na gestão Rodas, o bloco administrativo da Prefeitura foi deslocado para um prédio na Av. Corifeu de Azevedo Marques, gerando um gasto de milhões com aluguel, reformas e transporte. Nesse período, a comunicação com os setores operacionais foi prejudicada, levando a uma piora nas condições de trabalho e nas atividades realizadas. A oficina mecânica e o posto de gasolina foram desativados, abrindo espaço para a terceirização destes serviços, hoje consolidada. Houve, ainda, uma diminuição drástica na oferta de viagens do ônibus circular interno, o que também culminou em sua terceirização e extinção. Em maio de 2013, com a divulgação dos gastos da gestão Rodas com aluguéis fora do campus, o setor administrativo voltou à sede da Prefeitura.

Além da ameaça de mudança do Bloco A, o Viveiro da Prefeitura, localizado na Rua do Matão, começou a sofrer intervenções da Superintendência do Espaço Físico (SEF) na última semana, com a pintura e troca de fechaduras do espaço ocupado pelos nossos funcionários. Estas ações da SEF tiveram início sem que nenhuma instância, incluindo o próprio prefeito, fosse consultada, e suas motivações não foram devidamente esclarecidas até agora.

Aliás, falta também esclarecer que rumos têm tomado a sindicância aberta após o final de nossa greve para apurar os casos de assédio moral. O prazo de 60 dias já venceu e acaba de ser prorrogado para mais 60, e até agora ninguém, dentre trabalhadores assediados e testemunhas, foi chamado a depor.

Há anos a Prefeitura sofre com a falta de contratações, más condições de trabalho e doenças laborais, e ainda assim segue realizando a manutenção da Cidade Universitária, da USP Leste e de outras unidades na capital e no litoral de São Paulo, com serviços nas áreas de redes elétricas, redes hidráulicas, manutenção civil, infraestrutura viária e de trânsito, mobilidade, paisagismo e jardinagem. Com frequência, nosso trabalho se destina à correção do que foi mal executado por empresas terceirizadas.

Enquanto faz terra arrasada das atividades-meio, a gestão Zago continua piorando as condições para permanência estudantil na USP. A transferência da Prefeitura para o prédio da Administração Central significa mais uma ocupação indevida dos Blocos K e L, cuja promessa de devolução como moradia estudantil segue sem ser cumprida desde o fim da gestão Rodas.

Exigimos respeito e dignidade no trabalho. Exigimos que se abra um canal de diálogo, que seja esclarecido o que se pretende e que os trabalhadores sejam ouvidos. Aguardamos a resposta sobre a reunião pedida com o prefeito e a reitoria. Não aceitaremos ser tratados como peças de mobiliário jogadas de um lado a outro. Não aceitaremos manobras que tentam dissimular um projeto de desmonte da Prefeitura, contrário aos interesses dos trabalhadores e à Universidade pública, gratuita e de qualidade. A precarização das condições de trabalho, a ausência de contratações e o avanço da terceirização que afetam Prefeitura, SAS, HU e ameaçam cada vez mais todas as unidades da USP só podem ser combatidas com a união dos trabalhadores e estudantes. Por essa razão, chamamos todos em defesa da Prefeitura, contra o projeto de desmonte de Zago e contra o autoritarismo da burocracia universitária!”

 
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