Em entrevista para a rádio Bandeirantes Marchezan disse que entregaria a Carris para ser administrada pelos trabalhadores de forma cooperativa. Essa declaração do prefeito busca responder à mobilização dos funcionários da Companhia, que resultou em grande assembleia neste sábado.
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A declaração do prefeito soa também um deboche aos trabalhadores. Em plena paralisação da COOTRAVIPA, cooperativa responsável pela coleta de lixo na cidade, que está sem receber integralmente da prefeitura, o prefeito demostra qual seu projeto para a empresa pública de transportes da capital. Com isso Marchezan quer convencer que entregar aos Carris aos trabalhadores seria torná-la mais parecida com a COOTRAVIPA do que com a referência de qualidade que a Companhia já foi em outros anos, aumentando a precarização e impondo menores salários aos funcionários.
Com esse catastrofismo, comum no discurso do prefeito sobre a Carris, Marchezan quer convencer os trabalhadores e a população que a Carris realmente não tem jeito. O discurso do prefeito vai no sentido de mostrar que a saída apresentada pelos trabalhadores, de tirar a administração da Companhia das mãos da prefeitura e de seus caríssimos CCs, só deve piorar a situação.
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"Se o prefeito vai mesmo entregar a Carris para os trabalhadores administrarem a primeira medida sobre isso é garantir que nenhum centavo da arrecadação da empresa vá para a ATP, associação da máfia dos transportes na capital. A totalidade da arrecadação tem que ficar também com o controle dos trabalhadores e usuários, com todas as contas abertas e garantindo a estatização total da Companhia." comentou Adailson Rodoviário sobre a declaração de Marchezan.
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