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DEMISSÃO DE TERCEIRIZADAS
Não às demissões das trabalhadoras terceirizadas da UNESP Marília
Diego Damaceno
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A maior parte das trabalhadoras terceirizadas da Unesp-Marília assinaram o aviso prévio e sofrem o risco de serem demitidas nesses próximos dias. Diante da abertura de uma nova licitação para os serviços de limpeza - e tendo a Conserv (atual empresa) perdido a disputa para nova - é possível que as trabalhadoras sejam demitidas de conjunto. O impasse entre as empresas segue agora na assessoria jurídica da Unesp (AJ) devido a suposta falta de documentos de uma delas. O fato é que as trabalhadoras que em sua maioria são mais antigas de casa - já trabalham na Unesp há anos e mesmo décadas - e que todos os dias chegam antes do Sol raiar para manter toda a universidade limpa , não podem ter o seu futuro e o de suas famílias deixado à mercê da disputa jurídica entre as empresas exploradoras. Terça-feira (07/07) em conversa publica -após a congregação não ter dado quorum - nós do Pão e Rosas! e Juventude Às Ruas! cobramos da direção da FFC um posicionamento sobre o risco de demissões, exigindo que se posicionassem de maneira contraria. A postura desta foi - como sempre - se esquivar, se esconder atras de palavras vazias e fugir da questão.

A direção do campus e a super exploração das terceirizadas

O discurso com qual José Carlos Miguel (diretor) e Marcelo Navega (vice-diretor) se elegeram já se mostravam palavras ao vento desde os primeiros dias de seu mandato, sendo que nos últimos tempos este fato fica cada vez mais escancarado para toda a comunidade. Em 2014, por exemplo, o diretor da "gestão democrática e participativa" e "contra a terceirização" participou de uma reunião de negociação com trabalhadores e estudantes, que elaboraram uma pauta local unificada durante a greve. Nessa pauta havia uma reivindicação levantada pelo movimento estudantil - à qual construímos em diálogo com as trabalhadoras terceirizadas - que foi inspirada pela conquista dos estudantes do CAUM (Cursinho Alternativo). Reivindicávamos simplesmente que as trabalhadoras tivessem acesso à biblioteca da faculdade; fossem cadastradas no LABI (Laboratório de Informática) tendo a senha do Wi-Fi e que tivessem acesso ao restaurante universitário mediante a pressão pela mudança de seu atual horário de almoço que as impossibilitam de utilizar esse espaço. Mesmo diante de pautas extremamente simples e democráticas, a direção relutou em aceitar e após ser pressionada por trabalhadores e estudantes disse que iria "tentar resolver a questão". Dias depois soltou uma nota pública dizendo que após consultar as trabalhadoras, estas teriam dito "não ter interesse nas pautas levantadas" - diga-se de passagem que foram levantadas por elas mesmas. Nós do grupo de mulheres Pão e Rosas, denunciamos a plenos pulmões que a maneira da direção - que no papel e da boca pra fora diz ser "contra a terceirização" - "resolver" a situação foi enviar a chefia para uma reunião com as trabalhadoras na qual estas foram pressionadas a se afastarem do movimento estudantil. Um verdadeiro Absurdo! Lembrando que esta mesma direção que não se posiciona firmemente contra a terceirização é a mesma que recentemente solicitou o aumento do número de locais que devem ser responsabilidade das terceirizadas limparem na universidade. Dentre esses locais está justamente a frente do prédio da direção.

Levantar uma Ampla Campanha Democrática

Precisamos retomar o exemplo do trancaço que fizemos no ano passado na FFC de Marília que barrou a demissão das terceirizadas, num momento em que a Conserv queria reduzir o quadro já extremamente insuficiente de apenas 12 trabalhadoras, enquanto foram erguidos novos prédios e espaços para serem limpos, gerando mais trabalho, pressão e super-exploração para as trabalhadoras.

Ana Carolina, militante do Pão e Rosas! e do MRT, declarou que "O movimento estudantil precisa construir uma grande campanha democrática para Barrar as Demissões das Trabalhadoras Terceirizadas da Unesp-Marília! Nós do Pão e Rosas fazemos o chamado à todas as entidades sindicais, estudantis, coletivos e estudantes independentes a se somarem à pagina que criamos, através com moções, videos e toda a forma de solidariedade às trabalhadoras.

Reforçando a importância da campanha num cenário em que a FFC terá duas semanas de recesso nas aulas, afirmou que a super-exploração e abusos contra terceirizadas é uma politica estadual da REItoria da Unesp em parceria com as empresas. A estudante de ciências sociais que também é professora da rede publica terminou dizendo:

"Com o avanço da crise e dos ajustes por parte dos governos e patrões, vemos que as trabalhadoras terceirizadas são as primeiras a serem atacadas. Na Unesp de Assis, após ficarem meses sem receber e se mobilizarem contra a empresa no ano passado, todas as terceirizadas da limpeza e vigilância da foram demitidas como medida repressiva. As trabalhadoras de Bauru recentemente tiveram 3 meses de salário atrasado. Em São José dos Campos há 8 anos trabalhadores estão na justiça, pois na época a empresa que perdeu o contrato os deixou sem o pagamento do salario, férias, 13o salário, indenização e sem dar baixa na carteira de trabalho. Temos que nos revoltar contra esses absurdos que acontecem sob os olhos de todos na UNESP, com a conivência das direções e REItoria. O Movimento Estudantil Estadualmente precisa se colocar ao lado das trabalhadoras para combater esses abusos, travando uma grande luta estadual Pela Imediata Efetivação de Todas as Terceirizadas ao Quadro de Funcionárias da Unesp, Sem a Necessidade de Concurso Público" e terminou dizendo que " Agora a tarefa mais imediata é barrarmos as demissões na Unesp de Marília!".

 
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