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CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO - DEBATE EM SP
Wendy Goldman participa de debate sobre mulheres na revolução russa com o Pão e Rosas
Redação

A historiadora estadounidense Wendy Goldman, autora do livro “Mulher, Estado e Revolução”, que conta a história das mulheres no maior processo revolucionário da humanidade, participará de um debate organizado pelo grupo de mulheres Pão e Rosas em São Paulo. A atividade será aberta a todas e todos.

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No ano do centenário da Revolução Russa de 1917, em que os trabalhadores do colossal país se organizaram em seus conselhos (sovietes), derrubaram o imperador (tzar) e a nobreza, e em seguida a burguesia, e tomaram o poder, cabe a nós resgatarmos essa história fundamental de nossa classe. Uma história de imenso heroismo de milhões de trabalhadores e camponeses, que teve seu estopim na greve das operárias de Petrogrado que arrastou atrás de si os homens, e que a burguesia até hoje faz de tudo para soterrar em mentiras e calúnias, para tirar de nossas mãos um de nossos maiores patrimônios e heranças. Não se trata de um mero exercício de recordação, mas sim de aprendermos com esse processo que nos deu o que de mais avançado já se experimentou na ruptura com o capitalismo e na luta pela emancipação humana.

Wendy Goldman trouxe com seu livro uma brilhante contribuição para nos apropriarmos do legado russo. Seu estudo, editado no Brasil por uma parceria das Edições Iskra e a Boitempo Editorial, traz a rica experiência da luta pela emancipação das mulheres em meio à árdua luta dos sovietes contra as invasões imperialistas que procuravam destuir a revolução, à miséria legada pelas guerras e pela exploração secular, e contra o processo de burocratização do Estado soviético que encontrou no stalinismo sua expressão final.

Mesmo com todas essas dificuldades, não foram poucas as conquistas das mulheres ao lado da classe trabalhadora russa: a legalização do divórcio e do aborto, pioneiras em todo o mundo; o avanço em relação às leis de pensão e à responsabilização dos homens perante seus filhos; a inserção das mulheres em diversos ramos da indústria e da economia; a construção de creches, restaurantes e lavanderias públicas para libertar as mulheres da “escravidão do lar”; o combate às condições de pobreza que levavam milhares de mulheres à prostituição. Essas foram apenas algumas das principais medidas que, entre todas as contradições de um país atrasado, foram levadas adiante pela revolução, a começar imediatamente após a tomada do poder pelos bolcheviques, com a promulgação do novo Código do Casamento, da Família e da Tutela já em 1918.

Também é imprescindível entender o retrocesso imenso do período stalinista, que foi arrancando uma a uma as conquistas revolucionárias, contribuindo de forma criminosa para enterrar a revolução e todos os avanços na vida das mulheres soviéticas e o exemplo imprescindível que constituíam para a luta das mulheres e dos trabalhadores no mundo. A proibição do aborto, reinstaurada em 1936, é um marco nesse sentido, acompanhado de absurdos como a condecoração da “mãe heroína” para as mulheres que tivessem dez filhos.

Um pouco sobre a magnitude e a importância fundamental desse combate pela libertação feminina foi abordado pelo prefácio à edição brasileira feito por Diana Assunção, fundadora do grupo de mulheres Pão e Rosas e da Secretaria de Mulheres do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp). Na ocasião do debate organizado pelo Pão e Rosas, Diana e Wendy estarão lado a lado para poder debater essas lições fundamentais com trabalhadoras e trabalhadores de diversas categorias, jovens e estudantes que despertam para a luta política contra o capitalismo.

Nunca em tão pouco tempo as mulheres conquistaram tanto no sentido de sua libertação conta a opressão machista e patriarcal que, hoje, cem anos depois, continua viva em uma relação indissociável com a exploração capitalista. Aproveitamos a vinda ao Brasil de Wendy Goldman a convite do SESC e da Boitempo Editorial para que ela participe também desse importante debate conosco dividindo os frutos de seus estudos. Convidamos a todas e todos para esse rico debate com a historiadora, que ocorrerá nesse sábado, 30, a partir das 19h horas na Casa Marx

 
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