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FOME
Fome cresce no mundo após 15 anos de queda enquanto aumentam lucros dos capitalistas
Redação

Dados publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que 815 milhões de pessoas hoje passam fome no mundo, 11% da população. O informe apontou que a proliferação de conflitos armados, mudanças climáticas e a recessão econômica seriam os principais motivos para esse aumento. São os capitalistas fazendo os trabalhadores e o povo pobre pagarem pela crise.

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Entre 2015 e 2016, de acordo com especialistas de agências como a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), OMS (Organização Mundial de Saúde) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o número de famintos aumentou em 38 milhões de pessoas. A última vez que um crescimento havia sido registrado foi em 2002. A fome ainda afeta 155 milhões de crianças que, diante da falta de alimentos, são mais baixas e menos desenvolvidas para sua idade. Esse é o primeiro informe mundial sobre a fome depois que a ONU adotou como meta erradicar a fome até 2030 no planeta. O aumento do problema, porém, revela que o desafio pode ser maior que o previsto.

Parte da explicação também está na explosão de conflitos regionais pelo mundo. De acordo com as entidades, o maior número de vítimas da fome está nessas regiões de conflito armado. Sudão do Sul, Nigéria, Somália, Iêmen e Síria estão entre os principais focos da fome. Dos 815 milhões de famintos no mundo, 489 milhões deles, mais da metade, vivem em zonas de conflitos.

Existe também o fator das mudanças climáticas para o aumento da fome. "Mesmo em regiões mais pacíficas, secas e enchentes ligadas ao fenômeno do El Niño, assim como a desaceleração econômica mundial, também tiveram um impacto na segurança alimentar", apontam os especialistas.

Crescimento da fome atinge América Latina

A fome é um dos elementos onde se vemos como os capitalistas querem fazer com que os trabalhadores e o povo pobre paguem pela crise, em sua forma mais literal e cruel, pagando com a própria vida. Na América Latina, que não registrava aumento da fome há mais de uma década, um dos principais fatores que levou ao aumento da fome foi a crise econômica.

"Existem sinais de que a situação pode estar se deteriorando, principalmente na América do Sul", aponta o informe das entidades internacionais. Em 2013, 4,7% da população da região era considerada como desnutrida, em 2015, a taxa já tinha subido para 5% e, em 2016, o total chegou a 5,6%. Mesmo estando distante da taxa de 12,2% em 2000, a situação preocupa.

O aumento mais significativo da fome foi registrado na Venezuela. A taxa da população que sofre com a desnutrição passou de 10,5% para 13%, entre 2005 e 2014. Isso significou um salto de 2,8 milhões para 4,1 milhões de pessoas afetadas. Esses números não incluem a situação de 2017, que deve ter piorado com a crise política e econômica profundas pelas quais passa o país.

No total, a América Latina conta com 42 milhões de pessoas que passam fome, contra 520 milhões na Ásia e 243 milhões na África. Em termos porcentuais, a América Latina registra 6,6% de sua população com algum grau de insegurança alimentar. Na África, a taxa é de 20%.

No que se refere à má nutrição severa, o problema passou a atingir 38 milhões de latino-americanos em 2016, contra 27 milhões em 2014. Somando o critério de "insegurança alimentar" de uma forma mais geral, o informe também destacou que o problema passou a atingir 6,4% da população latino-americana, contra 4,7% em 2013.

José Graziano, diretor da FAO e ex-ministro do governo Lula (PT) considera que a "desaceleração do crescimento, o desemprego, a queda do salário mínimo e a deterioração das proteções sociais" levaram ao aumento da fome no continente latino-americano. Sem citar textualmente o nome do Brasil, Graziano criticou "governos sul-americanos" pelo desmantelamento de programa sociais. "Talvez vejamos a volta da fome de locais onde estava erradicada", alertou. Segundo ele, enquanto houve crescimento econômico, países montaram redes sociais. "Com a crise, elas foram retiradas. Era para ter feito o contrário. Mas alegaram que não tinham condições econômicas para fazer isso", criticou.

No caso do Brasil, as entidades apontam no informe que a fome atingia 4,5% da população em 2004-2006, cerca de 8 milhões de pessoas. Em 2014-2016, ela seria de menos de 2,5%. Mas um documento enviado para a ONU há cerca de um mês e preparado por 20 entidades nacionais e internacionais alertou que existe um risco de que, para 2017, o País volte a fazer parte do Mapa da Fome.

"A América Latina foi afetada pela queda nos preços de commodities, arrecadação e crescimento. É sintomático que o panorama mostre aumento de fome na América do Sul, que era a região que ia mais adiante no combate", insistiu Graziano.

Desnutrição nos países pobres, obesidade no imperialismo

Enquanto a desnutrição é um problema principalmente nos países mais pobres da África, Ásia e América Latina, a obesidade cresce na Europa e na América do Norte. Hoje, são 641 milhões de adultos numa situação de obesidade em todo o mundo, o equivalente a 13% da população com mais de 18 anos. Outras 41 milhões de crianças com menos de 5 anos também são consideradas obesas.

Os dados mostram que a taxa de obesidade no mundo mais do que dobrou entre 1980 e 2014, atingindo em especial a América do Norte e a Europa. Nessas regiões, 28% dos adultos são considerados obesos, o equivalente a cerca de 370 milhões de pessoas, ou seja, aproximadamente 58% do total. Na América Latina fome e obesidade se combinam, e os números também são altos: 25% da população é considerada obesa. Na África os números apontam 11% de obesidade e na Ásia 7%.

 
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