www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
SAÚDE
Dória viaja para vender Corujão da Saúde, ou seja, mais privatização no SUS
Redação

Dória vai de Campina Grande, na Paraíba, até Paris, na França, para apresentar o programa Corujão da Saúde como um dos carros-chefe de sua gestão. Sabemos que na verdade esse programa representa mais precarização do trabalho e mais terceirização, não uma real preocupação com a saúde da população.

Ver online

O prefeito de São Paulo João Dória começou na manhã desta quinta-feira, 31, uma viagem que tem início em Campina Grande, na Paraíba, e terminará em Paris, na França. O prefeito cumprirá os dois roteiros em pouco mais de 48 horas. Nas duas paradas, o programa Corujão da Saúde, parceria com hospitais privados, foi escolhido como principal vitrine de sua administração.

Dória saiu de São Paulo em seu avião particular por volta das 7 horas da manhã e chegou em Campina Grande às 10 horas para fazer uma visita a TV local, depois uma palestra para empresários e participar de cerimônia na Câmara Municipal, onde receberá o título de cidadão campinense.

Na cidade paraibana, Dória foi recebido pelo senador Cassio Cunha Lima, também do PSDB, que justificou a entrega do título de cidadão campinense a Dória dizendo, em discurso para empresários, que o prefeito visitou o Estado quando era presidente da Embratur, nos anos 1980. No fim da tarde, Dória desembarca em São Paulo e imediatamente embarca em outro avião, dessa vez de carreira, para Paris.

Na capital francesa, o tucano será um dos palestrantes do Global Positive Forum, evento organizado pelo economista Jacques Attali, presidente da Positive Planet Foundation. No evento, o prefeito também irá apresentar, assim como em Campina Grande, o programa Corujão da Saúde, como um dos carros-chefe de sua gestão.

O que Dória não fala em suas viagens e para seus amigos empresários é que 4 dos 5 hospitais públicos onde os procedimentos do Corujão serão realizados tiveram leitos fechados e atendimentos reduzidos por falta de funcionários, as condições de higiene são precárias, faltam materiais e medicamentos básicos (veja aqui, aqui e aqui). Também não diz que há anos os governos subfinanciam e promovem o sucateamento do SUS, e é justamente isso que levou a diminuir os atendimentos e aumentar a fila de espera nos hospitais.

O Corujão vai aumentar a demanda e para atendê-la serão necessários mais trabalhadores e insumos. Mas Temer e o Congresso já aprovaram o congelamento de verbas e contratação para a saúde.

O que o prefeito-empresário pretende é criar condições para ampliar terceirização por via de Organizações Sociais de Saúde (OSS), contratando trabalhadores mais precarizados que terão menos direitos e salários menores que os trabalhadores que já estão nesses hospitais.

Também legitima buscar formas alternativas de financiamento como atender os planos de saúde privados, a chamada “porta 2”, passando na frente dos pacientes do SUS. O que seria um impulso em generalizar a ideia de pagar pela saúde dando suporte a proposta do ministro da saúde Ricardo Barros de que os trabalhadores ajudem a financiar o SUS através do plano de saúde popular. Assim, subverte a concepção de saúde como um direito universal para um produto a ser consumido mediante pagamento.

Sem contar a imposição do produtivismo no trabalho dos médicos, com a criação de metas e remuneração extra por produtividade, que impõe um ritmo industrial à um trabalho extremamente complexo como a atenção à saúde. Os cirurgiões receberão R$1.200,00 por plantão de 12 horas, no qual devem ser realizadas 4 cirurgias. Como “estímulo” para superar a meta, a prefeitura oferece um bônus de 10% por procedimento a mais.

É isso que pretende o programa carro-chefe da gestão de Dória, mais precarização do trabalho, mais terceirização, menos direitos à população.

O Corujão da Saúde é um golpe de efeito para mostrar números em seu mandato, não uma real preocupação com a saúde da população. A administração privada da verba pública já se demonstrou fértil à corrupção, seja por desvio de verbas, seja porque atua não em prol de melhor atender as necessidades dos pacientes, mas sim de gerar lucro para as companhias e grupos gestores.

Os trabalhadores e estudantes da saúde, junto aos usuários, são os únicos capazes administrar um sistema de saúde público, gratuito e universal voltado aos interesses da população e não do lucro. Nossa vida vale mais que o lucro deles!

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui