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METROFERROVIÁRIOS
6º Congresso da FENAMETRO: Uma batalha pela independência de classe
Redação

Confira como foi o 6° Congresso da Federação Nacional de Metroferroviários (FENAMETRO) e a intervenção do Movimento Nossa Classe para que a entidade tenha independência de classe do estado, patrões e da burocracia sindical

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Realizado entre os dias 17 a 20 de agosto, em Atibaia-SP, o 6° Congresso da FENAMETRO (Federação Nacional dos metro-ferroviarios) reuniu mais de 150 delegados de 7 sindicatos do país além da participação de representantes das centrais sindicais, organizações políticas e de uma delegação internacional com dirigentes sindicais do Chile e Argentina.

Pelo MRT, Marcello Pablito, diretor do Sindicato dos trabalhadores da USP, fez uma saudação na mesa de abertura do Congresso reforçando a importância de uma alternativa a esquerda para dar uma resposta a crise que defenda a independência de classe, seguindo o exemplo da FIT (Frente de Esquerda dos Trabalhadores) na Argentina, que vem crescendo principalmente nos setores operários e populares.

Foi com essa bandeira da independência de classe, que os delegados do Movimento Nossa Classe do Metrô de SP (impulsionado pelo MRT e trabalhadores independentes) participaram do Congresso, no qual as teses e contribuições pode se acessado nesse link.

A luta contra o golpe institucional e por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana

O debate se foi ou não golpe foi um dos temas centrais discutidos. De um lado, parte da esquerda, como o PSTU, reforçando a tese de que o impeachment em última instância foi progressivo, como se Dilma tivesse sido derrubada pelas mãos dos trabalhadores e não pelo setor mais reacionário da burguesia, investindo assim numa politica de "Fora Todos" que se confunde e é funcional para a direita. Por outro lado, a burocracia sindical da CUT e CTB, que discursa contra o golpe somente para defender o PT, pois não organizaram nenhuma resistência contra o golpe nos sindicatos que dirigem e, se não bastasse, colaboraram com a traição da Força Sindical e de outras centrais aliadas a Temer no último chamado a greve geral do dia 30/06 contra as reformas ao cancelarem a greve geral. E seguem ainda a todo vapor com a estratégia do "Volta Lula 2018", através da campanha pelas "Diretas Já", corroborada por outra parte da esquerda, que tem sua expressão atual na recém frente criada chamada VAMOS, mediada por Guilherme Boulos junto com o alto escalão petista, como Gleisi Hoffman e o presidente da CUT Wagner Freitas.

Os delegados Guarnieri e Daphnae, do Movimento Nossa Classe, mostraram como é possível lutar contra o golpe sem defender o PT, através de uma política independente, exigindo a retomada da greve geral e o chamado de uma Assembleia Constituinte (ACLS).

Mesmo sendo derrotada plenária final a proposta da ACLS teve votação importante entre as delegações. Os metroviários por maioria também reafirmaram o posicionamento contra o golpe parlamentar, midiático e jurídico, assim como remarcaram o balanço do dia 30/06 como traição das principais centrais sindicais.

Campanha contra a privatização, terceirização e pela readmissão dos metroviários

O Congresso também aprovou uma campanha contra a privatização e terceirização no transporte e pela readmissão imediata dos metroviários demitidos por lutar nos anos de 2007, 2014 e 2017. A primeira iniciativa será a adesão da entidade ao dia 14/09 chamado pelas centrais contra a retirada de direitos e as reformas no mesmo dia que os metalúrgicos em campanha salarial unificada já indicaram paralisar em diversas fábricas.

Para Marília, delegada do Movimento Nossa Classe e diretora do Sindicato dos Metroviários de SP "Trata-se de uma campanha fundamental diante uma conjuntura onde após a aprovação da reforma Trabalhista, o governo lança uma ofensiva de privatização de uma série de empresas estatais. Em SP não é diferente, com Dória na prefeitura e Alckmin no governo do Estado, tendo o Metrô como o principal alvo. As bilheterias da Linha 5 Lilás já foram terceirizadas, e até o final de setembro ocorrerá o leilão de entrega da Linha 5 e Monotrilho. Combinado a isso, aumentam as práticas anti-sindicais da empresa, chegando ao ponto de demitir dois funcionários que participaram da última campanha de retirada de uniforme. Para derrotar a privatização precisamos nos aliar a população e principalmente apontar uma saída que retire das mãos do estados e dos empresários o controle dos transportes, através da estatização sob controle dos trabalhadores e usuários".

Outro tema debatido foi o trabalho precário decorrente da política de terceirização, que atinge os setores mais oprimidos da sociedade como as mulheres e os negros. Nesse sentido, foi muito importante á aprovação da incorporação dos terceirizados em efetivos nas empresas, como foi discutido nos GDs e nessa defesa de Daphnae:

Pela independência política e financeira do Estado: Contra o Imposto Sindical!

Um ponto de muita polêmica no Congresso foi em relação ao recebimento dos sindicatos e federação do imposto sindical. Com o argumento de fortalecimento dos Sindicatos, CUT e CTB defenderam o Imposto. Trata-se de uma negociação que está em curso, e que apesar do discurso dessas centrais de que "não negociam com o governo golpista", estão junto com Força Sindical e outras centrais pelegas negociando com Rodrigo Maia, a MP na reforma trabalhista, para garantir a manutenção da taxa.

Guarnieri, opôs-se radicalmente, retomando a tradição de independência política e financeira do movimento operário brasileiro e como a esquerda tem que apresentar uma alternativa a estrutura sindical varguista, fazendo com que a Fenametro passe a não defender o recebimento de imposto e passe a ter uma nova forma de financiamento para a entidade.

CUT e CTB são derrotadas na eleição da nova diretoria

A chapa composta por várias correntes que atuam na CSP-Conlutas e trabalhadores independentes, venceu por 61% a 39% a chapa composta pela CUT e CTB, na eleição proporcional para nova diretoria que terá um mandato de 3 anos. Guarnieri, que integrou a chapa vencedora e recém eleito diretor adjunto de imprensa da entidade, comentou: "A unificação de várias correntes da esquerda com vários setores independentes combativos foi fundamental para que a maioria da entidade não ficasse nas mãos da CUT e da CTB. A votação expressou, que apesar de muitas divergências sobre conjuntura e propostas (que estarão representadas na próxima diretoria), a maioria dos metroviários no Congresso fizeram o balanço da traição da burocracia sindical nos últimos processos de luta, assim como veem a importância de retomar o caminho da greve geral para derrotar as reformas do governo Temer e os ataques da privatização, caminho este contrário ao que CUT e CTB aprovaram recentemente nos seus respectivos congressos onde trocaram a luta pelo palanque de Lula em 2018. Cabe agora aprofundar o trabalho de base, estreitando a distância que existe atualmente da federação com a base dos sindicatos filiados, para fortalecer a mobilização e a exigência de um plano de luta as principais centrais".

 
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