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CHILE
Chile: crise e racha virtual na Frente Ampla
Pablo Torres

Com acusações e declarações cruzadas, se dá uma quebra virtual na Frente Ampla. Alberto Mayol, ex candidato à presidência, acusa ter sido “vetado” por supostas “agressões verbais”.

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Fortes tensões têm cruzado a Frente Ampla (FA) chilena nos últimos tempos, até que na madrugada desta terça-feira, a mesa dirigente do bloco decidiu vetar a candidatura parlamentar do ex pré candidato presidencial Alberto Mayor em qualquer lugar do Chile. O acusam de uma suposta “agressão verbal” por alguns áudios enviados a Giorgio Jackson e para a candidata da Revolución Democrática (RD), Natalia Castillo, na semana passada, resultando em uma quebra virtual com a nova coalizão.

Já na campanha, Mayol tinha questionado Sánchez pela sua ambigüidade política e por ter um discurso “brando”. Após as primárias, articulou o “Polo de Esquerda” da Frente Ampla com um projeto reformista que buscava pesar contra a hegemonia do Revolución Democrática e o Movimiento Autonomista, que cox Beatriz Sánchez à frente, impõe um tom mais “centro-esquerdista” à campanha frente-amplista.
Revolución Democrática, o partido que hoje lidera a FA, se manteve por dois anos em “colaboração crítica” com o governo de Bachelet com seus funcionários no Ministério da Educação e assessores da Prefeitura de Providência com Josefa Errázurriz, e o próprio triunfo de Jackson foi em aliança com a Nueva Mayoría (“pacto por omissão”).

Contudo, a verdadeira guerra desatou por uma candidatura parlamentária, quando Mayol anunciou sua intenção de competir como Deputado pelo Distrito 10 (Santiago, Macul, Ñuñoa, Providencia, La Granja, San Joaquín) no começo de agosto, o mesmo distrito no qual se candidata o atual parlamentário Giorgio Jackson de Revolución Democrática e Francisco Figueroa de Izquierda Autónoma. A luta interna teve início precisamente pela “guerra das candidaturas”, sem que antes o debate se desse pelo “projeto”.

Após diversas reunião, a crise explodiu e se agudizou na madrugada desta terça-feira, levando à quebra virtual de Mayol com a FA.

Com acusações de declarações cruzadas nas redes sociais, Mayol não acusou apenas uma “operação política” para retirar sua candidatura, mas também “métodos inquisitórios” para vetá-lo: acusa a cúpula da Frente Ampla e particularmente o RD de retirá-lo mediante uma acusação de “agressão verbal” contra Natalia Castillo, candidata da RD pelo menos distrito, após alguns áudios de Whatsapp que o ex pré candidato havia enviado para Giorgio Jackson e Natalia Castillo, que foram filtrados pelas redes sociais durante a madrugada e logo se fizeram públicos pelo próprio Mayol.

Com um comunicado declarou “Foi um julgamento sumário, sem direito de defesa, por um cargo desconhecido”. … “Esta derrota é horrível, porque não diz nada, carece de qualquer palavra, carece de respostas. Só me vêem a ver na minha casa à meia noite para me anunciar o veredito de um julgamento desconhecido.

Uma crise importante na nova coalizão, que não surgiu precisamente pelo “projeto político”, que tem mantido como debater “fraternos”, mas sim como uma guerra aberta de candidaturas e cargos parlamentários, repartindo-se os frutos de algo ainda não conquistado e entricheirandose com as repartições eleitorais e as disputas das cotas internas.

O setor hegemônico da FA, procurou uma desculpa para se desfazer de um ruído indesejado à sua esquerda; Mayol e seu ‘polo de esquerda’ se mostram mais preocupados em fazer uma ‘guerra de candidaturas’ do que abrir uma guerra por um projeto consequente de esquerda e não de colaboração com “progressistas”.
A crise mostra os limites e a fragilidade da FA, levando em consideração que se mostrou como uma alternativa, simplesmente procurando reformar sob o velho regime “radicalizando” as reformas da Nueva Mayoría, sem atacar os empresários e donos do país, preocupado em conquistar uma “bancada parlamentar” e não uma força social que enfrente aos empresários e seus velhos partidos com os trabalhadores, jovens e mulheres.

 
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