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UERJ
Propostas para que a greve da UERJ se transforme numa grande luta estadual e nacional
Carolina Cacau
Professora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe
Isa Santos
Assistente social e residente no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ

A greve da UERJ precisa de um plano de guerra para vencer. Colocamos algumas propostas para que sejam avaliadas por estudantes, professores e funcionários.

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Há alguns anos a UERJ vem sendo precarizada pelo governo do PMDB sem repasses das verbas e atrasos nos salários dos servidores públicos, terceirizados e bolsistas e cotistas. Nos últimos anos tem sido inúmeras iniciativas de resistência da comunidade acadêmica e neste momento mais uma vez professores, técnico-administrativos e estudantes estão em greve diante de mais uma nova batalha contra o governo do Estado.

Nós da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária, somos estudantes de diversos cursos e estivemos na linha de frente de todas as lutas da UERJ nos últimos anos. Nós sabemos que a batalha que temos pela frente é muito difícil e que o governo não está disposto a fazer nenhuma concessão, porque junto a Temer pezão transformou o Rio num laboratório dos ataques nacionais. Então teremos que arrancar nossa vitória na marra, precisamos de um plano de guerra para ir para cima do governo em unidades com todas as categorias para derrotar o Governo de Pezão e Dorneles.

A Reitoria, adiou as aulas do período 2017.1, é importante o reconhecimento de que a universidade não tem condições de funcionar, no entanto, depois dos adiamentos do início do ano, esta, permitiu que as aulas voltassem mesmo sem a regularização do pagamento das bolsas, salários, dos serviços terceirizados e sem a volta do bandejão. Além disso, impôs um calendário absurdo de um semestre de 75 dias, contra a vontade da maioria da comunidade acadêmica, que significou um semestre com uma enorme evasão de alunos sem condições financeiras de retornar as aulas, aumento das exonerações dos servidores, prejuízo significativo da qualidade da formação e estabeleceu um sistema total de pressão entre professores e principalmente para estudantes.

A atuação da reitoria mostra que esta estratégia de pressão é totalmente insuficiente, além de antidemocrática, porque num momento de crise, toda a comunidade acadêmica deveria discutir e decidir sobre os rumos da universidade e não em decisões de cúpulas dos fóruns de diretores. A reitoria não tem nenhum plano concreto para fazer a universidade voltar a funcionar e na prática é conivente a precarização do governo do estado, do qual as últimas gestões sempre foram aliadas.

A primeira lição que temos que tirar é que é urgente que as categorias atuarem em unidade e em total independência da Reitoria e que temos que exigir desta que, se é verdade que está do lado da comunidade universitária nessa luta, que convoque ações massivas para cercar a UERJ de solidariedade e exigir o atendimento das demandas da greve que foram elaboradas pelos comandos de greve e pela comunidade acadêmica e que tenha imediatamente prestação de contas do aluguel do uso dos espaços da universidade como Teatrão e estacionamento.

A UERJ tem aparecido quase que diariamente nas mídias locais e nacionais, fruto da repercussão da crise, mas tem aparecido apenas o adiamento do início do período de 2017.1. A UERJ não está fechada, está em greve. A primeira tarefa dessa luta é fazer a greve ganhar as mídias, nossas lutas têm que ser noticiadas e para isso precisamos agir. Precisamos fazer a greve ser reconhecida massivamente pela população no Rio, tanto quanto a crise que passamos já é. Temos que transformar esta greve numa enorme crise para o governo do estado, nossa primeira batalha é na sociedade para deixar o governo na defensiva.

Para isso nós da Faísca – iniciamos uma campanha de agitação em defesa da UERJ: “A educação vale mais que o lucro deles”, serão milhares de lambe e panfletagens pela cidade com essa campanha em defesa da UERJ. Aprovamos também uma declaração nacional e um chamado a uma campanha nacional de solidariedade ativa a greve da UERJ.

Precisamos de ações urgentes para ampliar a mobilização na base

A última assembleia dos estudantes que votou pela greve, foi um importante passo mas cometeu o erro de não tirar um plano de luta consequente. A próxima assembleia é só semana que vem e não tem nenhuma atividade além das assembleias de curso. Cada dia sem atividades da greve debilita nossa luta. Não podemos cair numa perspectiva rotineira da luta, isso pode custar nossa derrota e mais meses sem aulas.

Temos que reverter isso imediatamente e nas assembleias de curso votar um ato essa semana, por isso: vamos propor nos cursos que estamos de construir aulas na rua, em frente a UERJ, UERJ NA RUA, onde podemos ter aulas públicas que paralisem o transito e tragam os estudantes e os servidores para a luta. Podemos fazer ações assim semanalmente.

Precisamos construir um festival que ainda maior que os outros em defesa da UERJ. Os últimos atingiram mais de 7 mil pessoas, é uma excelente medida de solidariedade e que tem um enorme potencial de alcance e que ativa a comunidade acadêmica.

Construir pela base: assembleias e atividades nos cursos

É crucial para a greve ter ativismo dos setores da base dos cursos, essa semana terão dezenas de assembleias nos cursos em diferentes de campus da universidades, nelas serão discutidas a greve, a conjuntura, a tiragem de delegados e propostas de construção da greve. Se seu curso ainda não chamou uma, convoque seus amigos, a galera da sua turma e convoque uma você mesmo, crie evento, os estudantes não querem ficar mais meses sem aula e para isso precisam tomar a greve nas suas mãos. As assembleias de curso são fundamentais, para que a greve seja construída na base e para massificar a luta

Na assembleia estudantil nós da Faísca demos a batalha para que o comando de delegados fosse composto por 2 delegados e 2 suplentes nas bases dos cursos com mandatos revogáveis. Achamos fundamental que a luta seja organizada desde a base, para que os estudantes possam cobrar dos delegados as decisões tomadas. Mas é tarefa de cada entidade de curso e do DCE a construção da mobilização, se somando ao comando de greve para impulsionar a mobilização.

Na declaração da Faísca fizemos um chamado a todos as entidades, coletivos, cada centro acadêmico e cada DCE esteja a serviço de batalhar para defender essa universidade como parte da defesa de toda educação pública. Chamamos a UNE, cuja majoritária (PT e PCdoB) também dirigem o DCE da UERJ, a colocar todas as suas forças e seu alcance nacional a serviço dessa campanha. A Oposição de Esquerda da UNE precisa se colocar na linha de frente também, organizando milhares de estudantes desde as bases, combatendo o extremo burocratismo da majoritária, para dessa forma transformar a greve da UERJ num ponto de apoio para uma luta nacional contra os ataques a educação.

Unificar as lutas

Uma série de ataques vem sendo feitos por Crivella, Pezão e Temer. Na última semana servidores públicos ocuparam a Câmara dos Vereadores de Caxias para impedir o pacote de maldades do Prefeito Washington Reis, do PMDB, foram reprimidos e voltaram a fazer um grande ato. A saúde que está sendo ataca por Crivella com fechamento de unidades básicas e demissões de trabalhadores fez uma atos com milhares em frente à prefeitura. Pezão usou a privatização da CEDAE como contrapartida para receber o plano de resgate de Temer. As bolsas do CNPq da UFRJ foram cortadas e a tendência é que isso aumente em escala nacional. Na Faetec os servidores votaram greve no dia 07-08 contra a precarização da instituição e o não pagamento de salários. Os servidores aposentados, assim como os ativos da UERJ estão há quase 4 meses sem salários. É urgente unificar as lutas da educação em curso e coordenador com os setores da Saúde e Cedae. Precisamos atacar os governos com um punho só e superar o corporativismo e a apatia de meses das direções sindicais que dirigem o MUSPE.

A Juventude Faísca, o Grupo de Mulheres Pão e Rosas e o Esquerda Diário lançaram a campanha UERJ resiste e em greve, a educação vale mais que o lucro deles, para fortalecer a luta contra o desmonte da universidade e cercar de solidariedade por todos os lados esse importante combate, chamamos a todos que queiram construir massivamente essa campanha a se somar com a gente.

 
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