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RIO DE JANEIRO
Não à militarização do RJ! O Plano de Segurança Nacional está destinado a reprimir trabalhadores, pobres e negros
MRT - Rio de Janeiro
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Desde que foi ocupado pelo exército, o Rio de Janeiro parece uma cidade de um país em guerra. As ruas e morros foram tomadas por 10 mil efetivos do Exército, Força Nacional, que junto à polícia, sempre ostensivamente armada, e a guarda municipal de Crivella, intensificou suas operações sempre assassinas nos morros. Trata-se do “Plano de Segurança Federal” para o estado, fruto de uma aliança reacionária entre o governo golpista de Temer, seu ministro da Defesa, Raul Jungman e os chefes políticos locais, Crivella e Pezão, que endossam toda a operação.

Alegando que se trata de uma ação para “combater a criminalidade”, o governo golpista Temer anunciou desde 11 de maio deste ano que o Rio de Janeiro se transformaria em um “verdadeiro laboratório” de repressão, enquanto Jungman declarou que “vamos até o final”. O que não se diz, é que a operação visa em primeiro lugar defender os capitalistas contra os roubos de carga e não trazer alguma "segurança" para a população em geral.

Trata-se da 12ª vez em 10 anos que tropas federais atuam no Rio de Janeiro, e a quarta no último ano. A militarização do Rio do ano passado para cá ocorreu ostensivamente durante as Olimpíadas em agosto de 2016, nas eleições em outubro de 2016, na votação do pacote de austeridade na Assembleia Legislativa fevereiro de 2017 e agora, a fim de "auxiliar nas ações de implementação do Plano Nacional de Segurança”. Dessa maneira se nota como está se tornando comum viver por aqui em meio à ocupação das ruas pelas tropas de repressão, o que não podemos deixar se naturalizar. A mídia burguesa aproveita esse momento para semear o terror, de modo a legitimar a militarização.

O governo golpista assinou um decreto de Garantia de Lei e Ordem (GLO) o mesmo que foi anunciado para reprimir a manifestação em Brasília contra as reformas, que permite que as Forças Armadas e a Força Nacional permaneçam ostensivamente no estado até dezembro de 2018. Assim como Temer gastou bilhões liberando emendas para comprar deputados e dessa forma se safar das denúncias que pesam sobre ele,
agora programa gastar 2 bilhões com essa ocupação militar do Rio. Ou seja, mostra que para sustentar os corruptos e reprimir o povo, não há nenhum ajuste, e sim aumento das despesas públicas. Assim eles lidam com a crise econômica e social do país: atacando os trabalhadores, e reprimindo a juventude e o povo negro e pobre.

A utilização do exército na repressão cotidiana das cidades é criticada por organizações de Direitos Humanos pela abertura evidente para abusos contra a população ainda maiores do que os que já ocorrem diariamente. Isso porque em caso de violações dos Direitos Humanos pela ação de militares, esses seriam julgados pela Justiça Militar, o que lhes conferem ainda mais segurança de impunidade.

Após uma semana de patrulhamento ostensivo, iniciada no último dia 28 de julho, as forças repressivas foram recolhidas para preparar uma nova “ofensiva surpresa”, que retomou as ruas com a ocupação do Complexo do Lins e diversas outras localidades.

A militarização do Rio de Janeiro é mais uma medida inadmissível desse governo que acaba com a CLT através da reforma trabalhista, destrói a Educação como está fazendo ao encerrar as bolsas do CNPQ, medidas que se combinam perfeitamente a uma justiça burguesa excelente para gente como Aécio Neves enquanto nega o habeas corpus de Rafael Braga. O que o golpista Temer, bem como Pezão e Crivella, buscam é compensar com violência estatal contra os trabalhadores e o povo pobre o que lhes falta em legitimidade, para nos atacar e impor que a crise seja paga por nós. Não permitiremos.

Ao contrário do que os meios de comunicação da burguesia, em especial todos os veículos da Globo, defendem a militarização do Rio não foi acolhida pelo conjunto da população com entusiasmo. Ainda que alguns setores a apoiem em meio à profunda crise social do Rio de Janeiro, não são poucos os setores que fizeram declarações em entrevistas lembraram como a ocupação militar da favela da Maré em 2014 só serviu para impor mais terror à população.

Como se não bastasse, enquanto os servidores do estado do Rio de Janeiro estão em grande parte sem receber seus salários, e os professores e estudantes da UERJ decretaram greve pelo estado calamitoso em que encontra-se a universidade, Temer apoiado por Pezão e Crivella gasta o dinheiro dos cofres públicos aprofundando a repressão. E não contentes com isso na Alerj deputados do DEM e afins tentaram aprovar uma manobra em 03 de agosto que concede a extensão das isenções fiscais para joalherias (!!!) até 2032. Aos trabalhadores e ao povo repressão, aos capitalistas todos os favorecimentos!

Frente a essa situação é imprescindível que a esquerda, que em sua maioria segue calada frente à ocupação militar do Rio, encampe uma verdadeira campanha pela retirada imediata das tropas, e pelo fim do Plano de Segurança Nacional. Nenhum trabalhador, nenhum jovem, nenhum negro ou negra pode ter ilusões de que esse plano repressivo não está pensado milimetricamente contra nós, e nossas lutas, como é hoje a greve da UERJ.

E isso precisa se ligar a uma saída de fundo para a crise econômica, política e social que assola o estado do Rio de Janeiro, que parta de apoiar ativamente as greves da UERJ, e demais universidades defendendo que nossa Educação vale mais que os lucros deles. E para mantê-la, bem como à Saúde, há que não pagar a dívida pública, verdadeira “bolsa banqueiro”, impor a reversão de todas as isenções fiscais aos capitalistas, impostos progressivos sobre as grandes fortunas. Contra essa corja política, que safou Temer e está drenando a vida do povo do Rio de Janeiro, impor que todo político ganhe o mesmo que uma professora e revogabilidade dos mandatos pelo povo trabalhador a qualquer momento. Essas demandas devem abrir caminho para anular a reforma trabalhista e todos ataques, instaurando uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Somente com um programa como esse, que responda aos problemas mais sentidos da população do Rio que está sofrendo com uma enorme crise econômica, é possível dar uma saída efetiva para o problema da violência urbana fruto da degradação desse sociedade capitalista de miséria e repressão.

 
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