Tal denúncia é um ataque ao princípio de Autonomia Universitária, prevista no artigo 207 da Constituição, e sob um discurso de neutralidade busca perseguir ideias que possam de alguma forma colocar em debate questões sociais e políticas pertinentes na realidade desigual do capitalismo brasileiro e mundial.
O Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Marx, Trabalho e Educação, da Faculdade de Educação da UFMG, existe desde 2012 e trabalha para aprofundar e estudar a obra teórica de Karl Marx, estuda e pesquisa sobre a relação entre trabalho e educação e oferece seminários, simpósios, aulas e rodas de conversa abertas sobre estes temas.
Ainda que a denúncia tenha sido rejeitada pelo MPF, é preciso repudiar fortemente essa tentativa de censura, já que nos últimos tempos viemos vendo no Brasil iniciativas semelhantes em outros âmbitos, como o Projeto Escola Sem Partido, que busca perseguir ideologicamente os professores das escolas públicas.
A iniciativa do denunciante nos faz lembrar também a época da Ditadura Militar brasileira, em que professores, estudantes e pesquisadores eram perseguidos e livros eram censurados, como forma de preservar de críticas e minar a resistência ao regime golpista, repressor e assassino dos anos de Ditadura.
Nos últimos anos, especialmente após a crise econômica mundial de 2007/2008, as obras de Marx vêm sendo cada vez mais procuradas em livrarias e bibliotecas de todo mundo, o que mostra uma vontade legítima e crescente de buscar alternativas ao atual sistema econômico, político e social. Precisamos defender a liberdade de pensamento, pesquisa e estudo e fazer com que as universidades sirvam cada vez mais aos interesses da população trabalhadora e pobre do país.
Nota divulgada pelo Grupo:
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