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TRIBUNA ABERTA
O frio e suas consequências para as pessoas que se encontram em situação de rua em SP
Igor Suzarte

A cidade de São Paulo passa por um momento delicado no que se refere a população em situação de rua. Além do higienismo e intolerância característicos da prefeitura, há um fator, nesse momento, que potencializa a vulnerabilidade social que se encontram essas pessoas: o frio.

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A cidade conta com diversos centros de acolhida dispostos em todas as regiões, cada um com um nível de complexidade, atendendo aos diferentes públicos. Entretanto, o número de vagas ainda é deficitário e, é sabido que a qualidade da maioria desses serviços ainda deixa a desejar, tanto pela falta de vagas, quanto pela estrutura, alimentação, horários e por aí vai...

Desde o dia 17 de maio, a prefeitura deu início ao Plano de Contingência para Situações de Baixa Temperatura, em que , através do CAPE (Coordenadoria de Atendimento Permanente e de Emergência), ligando para o número 156, é oferecido um serviço, em teoria, ininterruptamente, gerenciando as solicitações de vagas para adultos, crianças e adolescentes em situação de rua, direcionando-os à rede socioassistencial e demais políticas públicas, de acordo com fluxos estabelecidos pelas normatizações vigentes. Em teoria porque existem várias falhas no serviço, que afasta o acesso a rede socioassistencial.

Uma das falhas é a supracitada falta de vagas nos centros de acolhida. Existe nas ruas uma contingência que não seria comportada em todos os centros se essa fosse a opção das pessoas, mesmo com o atendimento emergencial de algumas tendas provisórias criadas na operação de baixas temperaturas. Outro problema é que, por diversas vezes, quando solicitado, a CAPE demora horas ou não aparece para concluir o atendimento. Nesse período, ou no não comparecimento, a CAPE acaba deixando esse ser humano sem comida, higienização e o mesmo permanece nas ruas, e mais, sem confiança para acionar o serviço no outro dia, fomentando a situação de vulnerabilidade em que se encontra.

Até a data de hoje foram confirmadas duas mortes causadas pelo frio na cidade, o que não sensibilizou a SMADS e a prefeitura, visto que continuam retirando cobertores, acordando os moradores em situação de rua a jatos d’água e não oferecendo uma resolutiva que solucione tais problemáticas.

O que podemos afirmar é que as políticas públicas que que estão em vigor na cidade de SP servem apenas para encher gavetas com documentos e papéis que na prática não conseguem atender as demandas das pessoas que se encontram em situação de rua, com um agravante ainda maior, pois a gestão higienista de Dória certamente está atuando a favor de acabar de vez com os mínimos direitos das pessoas que por diversas situações sociais e econômicas acabam tendo a rua como seu lar.

 
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