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ECONOMIA
70% dos trabalhadores desempregados desde 2014 estão no Nordeste
Matias Aires
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Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE, 2,3 milhões de brasileiros que tinham algum tipo de ocupação deixaram o mercado de trabalho entre o primeiro trimestre de 2014 e o primeiro trimestre de 2017.

Deste total, 69% - 1,5 milhão de trabalhadores - estão no Nordeste. A maioria deles, cerca de 875 mil, atuavam nos setores agricultura, pecuária e pesca. Os dados incluem vagas formais, informais e trabalho por conta própria.

Desta forma, de cada três brasileiros que deixaram de ter uma ocupação desde o recrudescimento da crise econômica, um era trabalhador rural nordestino.

A região nordestina, relegada por todos os governos durante décadas - inclusive os governos do PT, com o acréscimo de concessões e programas sociais permitidos pelo boom econômico das commodities - a amargar uma pobreza estrutural, razão do fluxo de trabalhadores que abastecem latifundiários e capitalistas de outras regiões com mão de obra barata, agora foi devastada pelo governo Temer.

Cinco RMs brasileiras que possuem taxas de desemprego superior a 17% se localizam na região Nordeste. São elas: Aracajú (19,3%), Salvador (18,3%), Grande São Luís (18,2%), Recife (18%) e Maceió (17,4%).

No recorte por regiões, o Nordeste já havia apresentado as maiores taxas de desemprego em 2016, chegando a 14,4% no último trimestre.

Entre o primeiro trimestre de 2014, antes do início da recessão, e o mesmo período de 2017, o nível da ocupação - a proporção de empregados dentro do total em idade para trabalhar - recuou de 51,6% para 45,8%. O número de desempregados nesse intervalo cresceu 75,1%, de 2,3 milhões para 4 milhões.

Não à toa a pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), federação patronal que aplaude entusiasticamente a terceirização geral e a reforma da previdência, apontou em março que o governo golpista de Temer permanece com o maior porcentual de rejeição na Região Nordeste, onde tem 67% de avaliações ruins ou péssimas. Hoje esse percentual é certamente maior.

O PT vem tentando se recompor na região aparecendo como "vítima", e aproveitando a catástrofe econômica operada pelo governo golpista de Temer. Mas Lula, apesar da grande fama que ainda retém na região, mostrou que em troca de programas de assistência social, preservou a pobreza estrutural da região em favor dos empresários.

Os trabalhadores nordestinos merecem uma esquerda à altura do desafio de transformar pela raiz este sistema econômico que impõe como projeto a miséria e a escassez regionais. Em primeiro lugar, uma esquerda combativa que organize a resistência contra a reforma trabalhista que aumentará o desemprego e a precarização do trabalho.

 
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