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MARCHEZAN E A CARRIS
Marchezan quer empurrar para a Carris linhas deficitárias
Redação

Ainda em 2016, antes mesmo de assumir a prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr (PSDB) afirmou a centralidade do processo de privatização da Carris em seu governo na capital gaúcha. Agora, após mais de sete meses de gestão, vemos avançar cada vez mais o processo de ataque contra uma das únicas empresas públicas de transporte urbano do Brasil.

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Marchezan vem fechando o cerco com relação a Carris. Desde o ano passado, antes mesmo de assumir o cargo de prefeito de Porto Alegre, o tucano já vinha defendendo a necessidade de privatizar a empresa de transporte urbano. No dia 28 de Abril, durante a última grande paralisação nacional, o prefeito reforçou essa suposta necessidade, afirmando que a empresa vem dando prejuízos e que, caso continue deficitária, terá de ser privatizada.

O curioso é que, ainda nessa declaração, ele diz que, devido à greve geral do dia 28, a empresa pública teve um prejuízo de 500 mil reais. Muito difícil imaginar que uma empresa que, em um único dia, arrecada essa quantia, possa estar gerando prejuízos. Aliás,é mais difícil ainda de pensar que a Carris, que durante mais de um século sempre foi lucrativa, de uma hora para outra (coincidentemente, justamente quando Marchezan assumiu a prefeitura da capital), tenha se tornado deficitária.

De toda forma, Marchezan vem movendo um grande processo de ataque à empresa, justamente com o intuito de sucateá-la o máximo possível e gerar a desculpa necessária para a privatização. Uma prática frequente nesse sentido é a transferência de linhas menos rentáveis à Carris, enquanto as linhas de ônibus que geram mais lucro ficam nas mãos das empresas privadas.

A ATP, associação que representa os interesses dos empresários do setor privado nos transportes em Porto Alegre, vem buscando livrar-se de algumas linhas que geram menos lucro, por serem mais longas e com menos passageiros. Sem preocupação alguma com o serviço prestado à população, a ATP já abriu mão, recentemente, de fazer mais quatro linhas (620 Iguatemi/Vila Jardim; 264 Prado; 256 Intendente Azevedo; e 349 São Caetano), e agora vem tentando, junto com Marchezan, empurrar essas linhas para a Carris. Além de se livrar delas a ATP (e Marchezan) darão mais um golpe contra a empresa pública, na esteira da ideia de privatizá-la, caso isso se concretize.

Ainda nesse sentido a prefeitura vem monitorando os trabalhadores mais abertamente contrários à privatização, controlando suas postagens em redes sociais e movendo suspensões de maneira arbitrária, como denunciamos aqui. Alguns rodoviários relatam que rodas de conversa com mais de três trabalhadores estão sendo proibidas na empresa, o que é mais um empecilho ao debate político no interior da Carris.

Para impedir que Marchezan avance na privatização da empresa é necessário uma campanha, que envolva amplos setores da sociedade. A direção pelega do sindicato dos rodoviários (Stetpoa), da Força Sindical, que abandonou os trabalhadores no 30J, nada vem fazendo a respeito. A frente parlamentar, que inclui vereadores do PSOL ao PMDB, muito pouco tem realizado. Apenas a luta e a mobilização da sociedade pode barrar essa medida de Marchezan.

 
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