Segundo Wesllen, entrevistado pelo Esquerda Diário durante a manifestação, há algumas semanas atrás o prefeito de Cotia, Antônio Carlos Camargo (PSDB), também conhecido como Carlão, juntamente com a viação Danúbio Azul havia cortado a utilização do cartão do estudante aos finais de semana. Essa era uma das conquistas das manifestações de junho de 2013 em que a juventude havia realizado importantes atos e fechado a Rodovia Raposo Tavares. Dois anos depois, o prefeito corta esse direito e impede que os jovens tenham acesso ao transporte, tão necessário para buscar outros meios de formação educacional e cultural como Teatro, cinema, bibliotecas, etc, já que a cidade de Cotia não garante isso a juventude pobre e periférica.
Por meio de abaixo-assinado e mobilização da juventude da cidade, há poucos dias antes do ato de sexta, o prefeito recuou e liberou novamente o cartão do estudante. Mesmo assim a manifestação foi mantida como ato cultural e realizaram-se leituras de poemas e intervenções artísticas. Segundo Wesllen, essa é mais uma vitória de todos os estudantes de Cotia.
A região de Cotia também é muito conhecida por seus condomínios como Granja Vianna, São Paulo 2 e outros, que possuem espaços de lazer e recriação onde a maior parte da população é impedida de usufruir. Ou seja, a prefeitura garante o bem estar do setor mais rico e priva a maior parte da população, que é quem de fato produz a riqueza da cidade através do seu trabalho.
Em junho de 2013 aconteceram diversas manifestações importantes pelo pais que colocou na pauta a luta pelo transporte mas também por educação, saúde, cultura. Em Cotia não poderia ser diferente. Localizada na grande São Paulo, a cidade sofre por falta de espaços de cultura e lazer para a juventude e a proximidade da capital faz com que se crie um fluxo importante entre as duas cidades, ligadas pela Rodovia Raposo Tavares.
Esse fluxo não é apenas da juventude, pois muitas trabalhadoras e trabalhadores de Cotia fazem esse trajeto para trabalhar em São Paulo e para isso utilizam o transporte público precarizado e caríssimo.
O Esquerda Diário também conversou com alguns manifestantes sobre os privilégios dos políticos que chegam a ganhar mais de 30 mil por mês sem contar as licitações superfaturadas e outros esquemas de corrupção e lançou na cidade a campanha “Que todo político ganhe igual a uma professora”.