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GÊNERO PARA QUÊ?
Pessoa não-binária luta para que certidão de seu bebê não apresente gênero
Redação

Uma pessoa não-binária no Canadá está entrando na justiça para que a certidão de nascimento da criança que gerou não a identifique com gênero masculino ou feminino, mas deixe o campo não preenchido até que a criança se identifique com algum gênero.

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Uma pessoa não-binária, como é o caso de Kori Doty, autor do pedido judicial, não se identifica como pertencendo nem ao gênero masculino, nem ao feminino.

Ele quer que sua criança, de nome Searyl, tenha completa liberdade para definir livremente seu gênero, sem que lhe seja imposto de antemão um padrão a ser seguido como homem ou mulher. Ele usa o pronome "they" (em inglês, o equivalente para eles ou elas em português, portanto um pronome sem gênero) para se referir a Searyl, ao invés de "he" (ele) ou "she" (ela).

Kori afirmou à emissora CBC: "Eu estou educando Searyl de forma que ’they’ tenha um senso de si e domínio do vocabulário para me dizer quem ’they’ é, eu reconheço como um bebê e estou tentando dar todo o amor e apoio para ’they’ ser uma pessoa completa ao máximo, fora das restrições acompanhadas pelas determinações de menino ou menina".

No Canadá já existem províncias que estão revendo suas definições para que nas cédulas de identidade possa haver um terceiro gênero: o não-binário. É o caso de Ontario e Alberta. Contudo, o que Kori pede é distinto: como a criança não se definiu como não-binária, ele quer que o campo não seja preenchido até que ela mesma decida por si a que gênero pertence, como se identifica subjetivamente.

No Brasil, em que as identidades trans não são reconhecidas e em que cada pessoa que queira mudar o gênero que teve designado ao nascer precisa passar por uma imensa guerra judicial, ainda estamos muito aquém de conseguir assegurar os direitos mínimos referentes à identidade de gênero. É uma violência institucional contra as identidades trans que é apenas uma pequena expressão de toda a violência que sofrem as pessoas trans, em um país com índices recorde de violência e assassinatos da população trans, e em que a expectativa de vida dessa população é de 35 anos, enquanto 90% estão relegados à prostituição.

 
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