O responsável pela troca, que pode ter atingido até uma tonelada da droga, seria o agente Bruno Luiz Soares Figueiredo, que foi preso e flagrado ainda repassando informações de operações do departamento a traficantes na Cracolândia, no centro. Em 5 de agosto de 2016, uma operação do Denarc resultou na prisão de 32 pessoas. Para o MPE, a ação poderia ter sido melhor desempenhada não fosse o vazamento. Ao Fantástico, a defesa de Figueiredo negou o crime.
Um outro policial, cuja identificação não foi revelada, atuava para auxiliar no suposto esquema. O Ministério Público realizou operação na semana passada - que incluiu a inspeção no cofre do Denarc.
Interceptações telefônicas mostraram que Figueiredo usava produtos de limpeza de piscinas para substituir a cocaína apreendida e encomendava lacres falsos para substituir os verdadeiros, que deveriam ser mantidos até a ordem de destruição do material.
Posicionamento
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse não tolerar "desvios de conduta e todo agente que comprovadamente se envolve com ilícitos é exemplarmente punido"
De acordo com a secretaria, o Denarc tem adotado "medidas visando a dar transparência em suas atividades, como a instalação de 10 câmeras de monitoramento". A pasta disse ainda que a "pretensa substituição" não foi comprovada depois de análise das câmeras de monitoramento instaladas no cofre.
No mesmo momento em que vem à tona o esquema de propinas de policiais de São Gonçalo com traficantes vem à tona esse caso em São Paulo, mostrando mais uma vez como apesar da hipócrita declaração da SSP, o envolvimento dos policiais com o tráfico é uma constante. Quem lucra com a guerra às drogas é a polícia e o tráfico, enquanto milhares de jovens negros são assassinados e encarcerados.
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