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COLETIVO LGBT FEUSP
Estudantes da Faculdade de Educação da USP criam coletivo de gênero e sexualidade
Bianca Coelho - Estudante de Letras USP

Em resposta à LGBTfobia dentro e fora da universidade, nasce na FEUSP o Coletivo de Diversidade de Gênero e Sexualidade, que nesse final de semana participou da Marcha pela visibilidade bi e lésbica e participará da Parada LGBT deste domingo com o eixo "Fora Temer e todas as reformas: por um Stonewall na educação!".

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Em resposta a comentários homofóbicos de alguns professores da faculdade, a projetos como escola sem partido, à falta de discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas e a todas as violências diárias que sofremos, nasce na FEUSP o Coletivo de Diversidade de Gênero e Sexualidade. A criação desse coletivo no momento de crise econômica e política tão profunda como a que estamos passando não é nem um pouco por acaso: os de cima querem descarregar essa crise nas costas dos que já têm pouco, aumentando ainda mais a exploração dos setores mais oprimidos da sociedade para garantirem seus lucros.
Somos vários dentre os que dependiam das bolsas-auxílio que foram cortadas na universidade. Somos os primeiros a perder nossos empregos em um momento de crise, emprego este que já nos é negado a todo o tempo. Na área da educação, temos exemplos concretos dessa dificuldade, como o caso da professora de filosofia Luísa Coppieters, que pelo simples fato de ser uma mulher trans foi demitida de seu emprego. Os LGBTs, dessa forma, são relegados na grande maioria das vezes aos trabalhos mais precários, como os telemarketings, quando não precisam recorrer à prostituição para garantir sua sobrevivência. Deixam claro que nos querem fora das escolas, afinal, têm medo de que nossos alunos entendam o simples recado de que existimos e não somos inferiores, e sabem o quão perigoso é para seus interesses uma educação de fato libertadora.
Assim como ocorreu na revolta de Stonewall, em Nova Iorque dos anos 69, precisamos dar um basta a isso tudo. Naquela época, os atos homossexuais eram ilegais em todos os Estados, exceto Illinois. Greenwich Village, bairro de Nova York onde se encontrava Stonewall, era o destino das pessoas LGBT que fugiam de suas casas ou sofriam o despejo. Stonewall era então um bar LGBT clandestino, que frequentemente era invadido pela polícia, até que em uma noite a indignação frente à repressão policial estourou, a começar pelas trans que se negaram a ser detidas, seguidas pelos demais que se negaram a entregar suas identificações. Os distúrbios dessa noite se estenderam durante dias, com barricadas, corridas e enfrentamento corporal com a polícia. Isso ganhou notoriedade pública nos jornais e, assim, desse acontecimento surgiu o movimento da diversidade sexual na batalha contra a repressão e o assédio das forças repressivas e do Estado.
Assim como naquele momento, hoje não faltam motivos para lutarmos, e não faltam também aqueles que estão dispostos a travar essa luta até o fim. E se pretendemos fazer isso, precisamos entender que nossa libertação e a libertação da educação dependem de combatermos firmemente os interesses dos capitalistas, do Estado e da Igreja, que lucram em cima de nosso sofrimento. Precisamos lutar contra todas as reformas que vêm precarizar ainda mais nossas vidas, e apresentar uma saída dos de baixo para essa crise, a começar pela greve geral do dia 30 de junho. É preciso que tomemos em nossas mãos essa greve, nos ligando com cada setor disposto a combater esses ataques, sobretudo a classe trabalhadora, que tem o poder de, de fato, parar tudo nesse dia. Existimos, resistimos e seguiremos na luta, afinal, apenas a luta revolucionária colocará abaixo o capitalismo e toda a sua opressão, fazendo surgir um novo mundo em que possamos desatar todos os nós que nos prendem.

 
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