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HOMOFOBIA
Mapa da homofobia traz dados da opressão e violência que os LGBTs sofrem diariamente
Bianca Coelho - Estudante de Letras USP

Mapa da homofobia de São Paulo mostra dados alarmantes sobre casos de homofobia no estado. De todas as ocorrências registradas, apenas 55% são apuradas.

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Segundo um levantamento feito a partir de dados da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), em seus dez anos de existência, 465 vítimas – uma a cada semana, em média – procuraram ou foram encaminhadas à Delegacia para registrar uma queixa de crime motivado por homofobia em São Paulo. Dessas ocorrências, 55% viraram inquérito (219 ocorrências). Nesses números, não são contabilizados casos de homicídio, pois a motivação desse tipo de crime só é conhecida durante a investigação, o que significa que estes números são ainda mais escandalosos.

A homofobia não é crime no Brasil, por isso, as denúncias são enquadradas de acordo com o crime, e não com a motivação. São casos de lesão corporal, ameaça, injúria, constrangimento ilegal, etc. De acordo com o G1, foram necessários quatro meses de análise de cada registro de ocorrência da delegacia (quase mil) para que se pudesse diferenciar qual tinha a homofobia como motivação. Apenas em novembro de 2015 os boletins de ocorrência passaram a contar com um campo para o nome social da vítima e para a motivação, o que demonstra o total descaso e cumplicidade do Estado, da polícia e da justiça com esse tipo de crime.

Segundo o levantamento, a maior parte dos crimes registrados é de injúria, muitas vezes praticada por meios eletrônicos. Dentre as ocorrências, há também casos escandalosos, como o ataque coletivo de 14 de junho de 2009, no fim do desfile da Parada Gay, em que uma bomba explodiu e feriu 13 participantes. O ato foi realizado por um grupo neonazista chamado Impacto Hooligan. Dois deles chegaram a ser condenados por formação de quadrilha, mas depois o caso foi arquivado com a libertação dos presos, mostrando ainda mais conveniência da Justiça e do Estado capitalista com a violência e opressão contra os LGBTs.

Outro caso, ocorrido em 2015, é o da professora de filosofia Luíza Coppieters. Luíza, por conta de se revelar uma mulher transexual lésbica, foi demitida de um tradicional colégio particular da Grande São Paulo. Ela sofreu ação de despejo, passou fome, precisou vender seus livros e teve até dificuldades para sair de casa. A depressão decorrente do preconceito e da violência é muito comum neste grupo social.

É certo que há ainda muitos mais casos ocorridos que não entraram nessa lista. O Brasil é o país do transfeminicidio, ou seja, recorde em assassinatos de pessoas trans. A responsabilidade disso é da ideologia LGBTfóbica transmitida e sustentada através do Congresso Nacional, dos governos, da Igreja e das bancadas fundamentalistas, que estão em pleno acordo com a sociedade capitalista patriarcal.

Veja também: 4 medidas para um Plano de Emergência contra o transfeminicídio e a violência LGBTfóbica

 
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