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JANTAR TEMER
4 governadores do PT foram jantar com Temer, que ofereceu ajuda aos estados em troca de apoio
Fabricio Pena - estudante de sociais da UFRGS

No jantar convocado pelo golpista Temer em busca de apoio dos estados às reformas em troca de ajuda do BNDES, nada menos que quatro governadores do PT estiveram presentes, sinalizando abertura para negociação com o governo.

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A busca de Temer por uma base em seu governo que consiga aprovar as reformas, como as da previdência e trabalhista, passou pelo jantar que ocorreu ontem (13) no Palácio da Alvorada. Busca também se blindar de provável denúncia de Janot que irá para a câmara.

A "moeda de troca" de Temer é a liberação de recursos do BNDES para os governos regionais em crise fiscal e acelerar o processo de pactuaçao das dívidas dos estados com o BNDES, autorizada pelo governo federal no início deste ano. A contrapartida é justamente o apoio ao ataque aos direitos dos trabalhadores.

A dita oposição ao governo golpista composta pelo PT, contou com quarto governadores neste jantar, são eles:

Fernando Pimentel (PT), governador de Minas Gerais

Camilo Santana (PT), governador do Ceará

Wellington Dias (PT), governador do Piauí

Tião Viana (PT), governador do Acre

Em primeiro momento, a ida destes governadores, cujo partido se coloca contra o governo golpista, representa uma possibilidade de negociação frente aos principais objetivos de Temer, que são as reformas. Apresentando-se como "oposição responsável", aceitam o diálogo com este governo que defende que a saída para crise é os trabalhadores pagarem.

Pouco antes do jantar o governador do Ceará, Camilo Santana, declarou em entrevista ao G1 que "o que foi aprovado no congresso nos deu a possibilidade de renegociar os nossos financiamentos com o BNDES e que até agora nós não conseguimos", se referindo que a concentração da renegociação ficou concentrada em SP, RS, MG e RJ. Dando claro sinal que está aberto a negociação deste ponto com o governo golpista.

Assim como os outros governadores, demonstraram interesse público na renegociação da dívida. Entretanto, a intenção real de Temer não é simplesmente liberar a renegociação para "salvar os estados", como dito antes, é salvar o seu governo e garantir seus objetivos. Então, aceitando um suposto acordo sobre a aplicação destas renegociações, estariam estes governadores do PT firmando algum acordo político em relação as reformas e a continuidade de Temer no poder?

Para responder a questão, podemos recorrer a fala de um deles, Fernando Pimentel, durante a 8ª edição do Conexão Empresarial, em Tiradentes-MG. Respondendo ao deputado Fábio Ramalho (PMDB), que havia defendido que as reformas deveriam ser aplicadas de imediato, disse:

“Temos que ter serenidade sobre a aprovação das reformas. Se não convencermos a população sobre a sua importância (reformas da previdência e trabalhista), vamos mergulhar o país num estado de guerra civil.”

A "serenidade" de Pimentel está justamente em possíveis negociatas com os golpistas, com reuniões que tem como moeda de troca o futuro dos trabalhadores. Ao passo que o PT controla as principais centrais sindicais como a CUT e organiza a passos largos o calendário de lutas contra as reformas, dando tempo de rearticulação para Temer.

A articulação petista para os possíveis desdobramentos do governo passam por episódios que revelem sua intenção, como por exemplo com acordos caso ocorra eleições indiretas. No movimento retiram do centro da luta "barrar as reformas", para colocar no centro "diretas já", como um processo para legitimar um governo que aprove reformas "mais brandas".

A resposta da oposição petista para a crise não passa pela mobilização independente dos trabalhadores, não colocam todas suas forças nesta via, pois acreditam que a saída está em eleger Lula em 2018. É possível uma saída onde os trabalhadores decidam de fato o rumo de suas vidas, mudando as regras do jogo e elegendo delegados para uma nova constituinte que questione todas as leis anti populares desde 88.

 
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