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CRISE POLÍTICA
Temer espiona Fachin, Carmen Lucia fala que isso é prática da ditadura
Daniel Andrade
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A presidente do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia reagiu duramente a notícia publicada pela Veja de que Temer teria colocado os arapongas da ABIN para espionarem o ministro Fachin. Segundo nota que ela publicou "é inadmissível a prática de gravíssimo crime contra o Supremo Tribunal Federal, contra a Democracia e contra as liberdades, se confirmada informação de devassa ilegal da vida de um de seus integrantes".

Temer logo divulgou nota negando a espionagem, mas todos ministros e porta-vozes de seu governo tem afirmado que a prioridade seria tentar "dar um troco" em Fachin, na JBS e Janot. O tiro aparenta estar saindo pela culatra.

"Própria de ditaduras, como é esta prática, contrária à vida livre de toda pessoa, mais gravosa é ela se voltada contra a responsável atuação de um juiz, sendo absolutamente inaceitável numa República Democrática, pelo que tem de ser civicamente repelida, penalmente apurada e os responsáveis exemplarmente processados e condenados na forma da legislação vigente", diz a ministra.

Cármen Lúcia afirma que o STF "repudia, com veemência, espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça".

Segundo ela, se comprovada a prática, em qualquer tempo, "as consequências jurídicas, políticas e institucionais terão a intensidade do gravame cometido, como determinado pelo direito". Ela reitera que a Constituição será cumprida e prevalecerá para que todos os direitos e liberdades sejam assegurados, o cidadão respeitado e a Justiça efetivada.

"O Supremo Tribunal Federal tem o inafastável compromisso de guardar a Constituição Democrática do Brasil e honra esse dever, que será por ele garantido, como de sua responsabilidade e compromisso, porque é sua atribuição, o Brasil precisa e o cidadão merece. E, principalmente, porque não há outra forma de se preservar e assegurar a Democracia", encerra a ministra.

Temer tenta se explicar, convincente como nota de três reais

Ontem (9), a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República já havia se posicionado sobre a matéria a Veja, em nota oficial negando que Temer tenha acionado a Abin para esse fim. "O governo não usa a máquina pública contra os cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite aos estritos ditames da lei", diz o texto. A nota destaca ainda que "a Abin é órgão que cumpre suas funções seguindo os princípios do Estado de Direito, sem instrumentalização e nos limites da lei que regem seus serviços".

O governo reiterou que "não há, nem houve, em momento algum a intenção do governo de combater a operação Lava Jato", conclui o texto. Claro que não, as gravações de seu amigo pessoal e braço direito falando em "estancar a sangria" são fantasmagorias.

Vitória efêmera e novos capítulos da crise

Temer alcançou uma vitória ontem no TSE. Sente-se encorajado para tentar erguer o tom e as medidas contra as alas do judiciário em pugna com seu governo. No entanto, tal como ele precisa "estancar a sangria", o MPF em pleno processo eleitoral que Temer disse que não respeitará o resultado, precisa "aumentar a sangria". A ofensiva digna de "trôpegos estrategistas" como chamou o ex-ministro Serraglio produziu um tiro pela culatra. Carmen Lúcia que não tinha um posicionamento claro se bandearia com Gilmar Mendes ou Fachin como expressões polares das alas do regime dentro do STF pronunciou clara e contundentemente.

A "justiça", as "leis", o "combate a corrupção" é preocupação de nenhum desses ilustres senhores e senhoras. Organizam os poderes no regime, os poderes no Planalto para conduzir, todos eles, as reformas para que os trabalhadores trabalhem até morrer. Com a crise política, continuada e aumentada com a vitória de Temer há mais e mais espaço para que a classe trabalhadora intervenha e dê uma saída independente.

 
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