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ACIDENTE DE TRABALHO
Acidentes de trabalho são seis vezes maiores do que se dizia
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No começo de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado da segunda etapa da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, referente ao ano de 2013) revelando oficialmente aquilo que os trabalhadores brasileiros já sabiam. As estatísticas anteriores sobre acidentes de trabalho no país – levantadas junto a Previdência Social – registraram, no mesmo período da PNS 2013, 718 mil ocorrências. A nova pesquisa aponta um número seis vezes maior: foram mais de 5 milhões de acidentes em apenas um ano.

A diferença tão grande nos resultados das duas pesquisas se dá principalmente porque os dados da Previdência levam em consideração apenas os trabalhadores com carteira assinada. Além disso, especialistas dizem que o assédio moral feito por muitos patrões impedem com que vários casos sejam registrados. Já a pesquisa feita pelo IBGE leva em conta dados de entrada no sistema de saúde.

Segundo a pesquisa, os mais jovens são os que mais se acidentam, 34% das ocorrências foram registradas com trabalhadores que possuem entre 18 e 29 anos. A região Sudeste apresentou, em números absolutos, o maior número de acidentes, somando 1 milhão 798 mil casos. Apesar disso, em comparação proporcional ao número de habitantes, os estados das regiões Norte e Nordeste apresentam mais acidentes. Enquanto em São Paulo a proporção do número de acidentes em relação a população é de 2,7%, no Pará chega a 6,1%.

Em entrevista ao jornal O Globo, Deborah Malta, diretora do Ministério da Saúde e uma das responsáveis pela pesquisa, declarou que “percebemos que os acidentes atingem os menos qualificados, que recebem menos e onde há menor atuação sindical. São os que não têm vínculo em carteira, terceirizados, ficam muito mais expostos”.

O número de acidentes de trabalho que resultaram em morte não foi contabilizado pela nova pesquisa do IBGE. Segundo os dados da Previdência Social, que com certeza também estão subdimensionados, em 2013 foram 2.797, o que significa, em média, uma morte a cada três horas.

Ao Esquerda Diário, Felipe Guarnieri – delegado sindical e integrante da CIPA do Metrô de São Paulo – disse que “é um absurdo completo esses dados apareceram só agora. Eles dão uma dimensão mais realista, mas ainda incompleta, do que sofrem os trabalhadores brasileiros. Nós deixamos nossa saúde e nossas vidas nos locais de trabalho. O que mais indigna é que a imensa maioria desses acidentes e mortes poderiam ter sido evitados. Para os patrões e os políticos que trabalham para eles, segurança para o trabalhador significa menos lucro. Por isso tentam encobrir as estatísticas, somos descartáveis para eles”.

 
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