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IMIGRAÇÃO
Imigração bate recorde mundial desde a Segunda Guerra
Isabel Inês
São Paulo

Nessas semanas mais de duas centenas de refugiados vindo do oriente médio ficaram presos nas praias da fronteira entre Itália e França, mais um capitulo da tragédia das imigrações

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A Itália e a Espanha são os principais destinos dos imigrantes, pela localização geográfica no mar mediterrâneo, servem de entrada para a população do Sudão, Síria, Líbia de Myanmar e Bangladesh ao território Europeu.

Longe de serem acolhidos pelos países europeus, os imigrantes se deparam com perseguição policial, políticas xenofóbicas e fronteiras fechadas. A França fechou suas fronteiras para os imigrantes ilhados na praia italiana, enquanto as autoridades desse pais ameaçavam manda-los de volta para o Sudão, um retrato das políticas das autoridades europeias.

A imigração vem se tornando um dos principais problemas humanitários do pós crise de 2008, e resultado direto da intervenção dos países imperialistas, como França e Estados Unidos, nos processos da Primavera Árabe, e na África - França tem relações coloniais com o Mali até os dias atuais. Em meio a essa crise foi divulgado o dado que o 2014 bateu o recorde de refugiados desde a segunda guerra mundial, foram quase 60 milhões de refugiados, numero populacional que se formasse um países, seria o 24º mais populoso do mundo.

Os países com o maior êxodo populacional são a Síria (3.900.000), Afeganistão (2.600.00) e Somália (1.100.00), por sua vez 86% dos países que dão abrigo a população imigrante são atrasados economicamente. Enquanto a Turquia abrigou 1.600.000 pessoas, a Espanha concedeu proteção internacional a apenas 1.583 pessoas, das quase 6.000 pessoas que pediram proteção em 2014.

Esse exemplo numérico é a representação de uma política xenofóbica que atravessa toda a Europa. No começo desse ano David Cameron propôs confiscar salários de trabalhadores irregulares no Reino Unido, para fazer deste "um pais menos atrativo a imigração", que em 2014 foi registrado 318.000 imigrantes, 50% a mais em relação a 2013. Na Itália Roberto Maroni, presidente regional da Lombardia, lançou uma carta ameaçando sanções econômicas a prefeituras que acolhessem os imigrantes. E a mais recente medida medieval da Hungria que anunciou que vai construir uma barreira de 175 mil quilômetros e 4 metros de altura dividindo seu território com a Sérbia, para frear a imigração.

Esses são alguns exemplos das medidas que os governos europeus estão levando, gestando ainda mais tragédias humanas e fomentando a opressão as populações africanas e asiáticas. Sendo as próprias burguesias nacionais desses países, como Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos que gestaram essa crise. Ano passado mais de 3.500 pessoas morreram atravessando o mar Mediterrâneo para chegar a Europa, esse ano esse numero só vem aumentado e as cenas dos jovens com rostos desesperados de fome, frio e medo de um passado recente de guerra e pobreza e a "falta de futuro" a frente, tomam cada vez mais as páginas dos jornais.

A teia cruel da imigração

Crianças sendo passadas por cima de grades com arrame farpados, rostos de horror pressa para fugir com famílias inteiras por entre grades e valas, centenas de pessoas fugindo do Estado Islâmico e da guerra na Síria, com o rosto que carrega no semblante o retrato do inferno. A geo política do oriente médio vem se transformando desde a Primavera Árabe, a partir das guerras civis e da intervenção americana e européia.

A Síria vive um dos momentos mais críticos imersa em uma profunda guerra civil, onde o Estado Islâmico vem avançando em posições de terreno, enquanto carrega um rastro de terror contra as mulheres, os homossexuais e as etnias curdas.

Nos últimos dez dias 18 mil sírios pediram abrigo a Turquia, fugindo do Estado Islâmico, já são mais de 7 milhões de refugiados da guerra. O conflito na Síria apesar de ter pouco tempo, já deixou 220.000 pessoas mortes, numero proporcionalmente superior a guerra do Iraque e das guerras Balcânicas.

A teia emaranhada da imigração, não vem só da negação de abrigo e das políticas xenófobas pelos países imperialistas, mas também dos países subdesenvolvidos, essa massa de imigrantes vem sendo uma matéria lucrativa para países, como a Arábia Saudita, que usa da mão de obra paupérrima dos imigrados para sustentar sua própria economia.

A questão da imigração que segue com os barcos da morte do mediterrâneo e os refugiados de guerra, é hoje uma das faces mais escancaradas da falência do sistema capitalista, com um taxa de migrantes digna de tempos de guerra, indo para outras regiões colocando novos conflitos étnicos a frente e uma reorganização geopolítica das populações.

A respostas dada até agora dos principais países da ONU, é o silencio dos Estados Unidos - enquanto diz lutar contra o Estado Islâmico - e por outro lado a ultima medida lançada pela Europa dar auxilio financeiro para os países como Tunísia, Sudão e Egito para que controle suas fronteiras. Os países membros da zona do euro concordaram que a melhor medida é bloquear as rotas de imigração.

O que em outras palavras se entende encarcerar as populações em seus próprios países em meio a guerras, a miséria e ao trabalho escravo, não diminuindo o problema da imigração, pelo contrário acentuando-o em quantidade e risco para os povos, sem contar que essas políticas na Europa vem carregadas de um conteúdo de "ódio", que resultam a perseguições a minorias étnicas na Europa.

Por sua vez, levantar a defesa dos imigrantes árabes, negros, asiáticos contra as próprias burguesias nacionais, e contra o imperialismo é tarefa fundamental do movimento operário nas suas lutas, da juventude e de todos os levantes negros que vem ocorrendo nos Estados Unidos, Brasil e na América Latina. Unificando os trabalhadores, a juventude e os povos oprimidos contra o imperialismo que é incapaz de resolver os problemas que ele mesmo cria.


Foto: Wikipedia

 
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