A bancada do PSDB, partido que tem o maior peso na base aliada ao governo, estuda abandonar o apoio, mesmo antes da decisão do TSE que vai julgar a chapa Dilma-Temer.
Apesar de Fernando Henrique Cardoso ter declarado em entrevista ao jornal O Globo que abandonar Temer nesse momento seria oportunismo, o PSDB está rachado em três posições distintas e deve tomar uma decisão definitiva nos próximos dias. O primeiro grupo dentro do partido é formado por aqueles que defendem desembarque imediato do governo Temer. O segundo quer que os quatro ministros do PSDB entreguem os cargos e que a legenda continue apoiando as principais medidas econômicas propostas pelo governo. O terceiro é composto por tucanos que desejam ficar no governo.
Dos seus 46 deputados, 27 são favoráveis à saída imediata da base aliada, 12 ainda não se decidiram e os 7 restantes são contrários. A proposta dos favoráveis à saída vem dos "cabeças pretas", ala mais jovem da bancada, mas também tem o apoio de deputados mais experientes, que avaliam não haver mais condição de a legenda continuar apoiando o governo, independentemente do resultado final do julgamento do TSE. A ideia é que o PSDB não espere a decisão da Corte para se posicionar.
Os deputados que rejeitam a permanência no governo articulam uma votação na bancada para tratar do tema logo após a leitura do parecer do ministro Herman Benjamin, relator da ação na corte eleitoral. O grupo quer também buscar o apoio de senadores - cinco dos 11 teriam sinalizado ser a favor da saída. Além da votação, eles pressionam para que os ministros tucanos entreguem seus cargos.
Ou seja, Temer está numa corda bamba, onde seu equilíbrio instável, caso o PSDB de fato abandone o navio nos próximos dias, passa a ser garantido apenas pelos recursos do STF que o presidente pretende utilizar para permanecer no cargo até 2018.
Claramente com essa jogada, os tucanos começam a preparar o terreno para concorrer a substituição de Temer, seja pela via das eleições diretas ou indiretas, partindo de uma rápida decisão se permanecem ou não na base aliada.
Na próxima segunda-feira, 5, véspera do início do processo do TSE que irá julgar a possível cassação da chapa Dilma-Temer, o PSDB de São Paulo fará uma reunião onde pode sair com o pedido para o partido abandonar todos os cargos e ministérios. Outro ponto da pauta será a situação do senador afastado Aécio Neves (MG) no partido, em que alguns dirigentes defendem a expulsão do ex-presidente da legenda.
Com informações da Agência Estado.
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