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JBS: nova delação incrimina ainda mais Aécio, partidos da direita e expõe profundidade da crise
Ronaldo Filho
Professor da rede estadual do RJ

Hoje foi revelado mais um trecho das delações do diretor de Relações Institucionais da J&F, Ricardo Saud, que envolveu Aécio Neves e todos os partidos aliados na campanha presidencial de 2014. Mais acontecimentos que revelam a relação promiscua entre a classe política e os grandes capitalistas que garantem proteção e apoio econômico do Estado brasileiro através da corrupção em detrimento aos interesses da população.

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Foto: Valter Caampanato-Agência Brasil

A delação revela a criação de uma conta no valor total de 100 milhões para a campanha através de caixa dois garantindo o apoio de Aécio e do PSDB para a empresa que recebeu 40 milhões, assim como o apoio de todos os partidos aliados, PTB, Solidariedade, DEM, PTN, PSL, PTC, PSDC, PMN, PT do B, PEN. PMDB e PSC também aparecem na delação. O PMDB teria recebido uma doação de 1,5 milhão para campanha de Ivo Sartori a governador do Rio Grande do Sul e o PSC que lançou o candidato Pastor Everaldo teria recebido 100 mil para ajudar Aécio em um debate.

O ponto central do esquema foi Aécio Neves que negociou quem receberia e quanto cada partido e político receberia do montante. O PTB teria recebido 20 milhões entre caixa dois e doação direta a diretores do partido e a diretórios estaduais. O Solidariedade teria recebido 15 milhões e desses, 4 milhões foram direto para Paulinho da força, através de notas frias e empresas laranjas. Paulinho da força, o mesmo que por muito anos foi diretor da força sindical, central que junto com o solidariedade defende uma emenda à reforma da previdência que falseia a profundidade do ataque que a reforma representa aos trabalhadores.

Os valores também teriam gerado uma briga entre Aécio e o senador Agripino Maia do DEM, segundo o delator, levando ao cancelamento da propina para o DEM, algo que foi posteriormente resolvido e o dito senador e seu partido receberam 2 milhões.
A JBS ainda dá conta de doações oficiais de R$ 150 mil ao PSL, R$ 650 mil ao PTC, R$ 50 mil ao PSDC, R$ 400 mil ao PTN, R$ 500 mil ao PEN, R$ 1 milhão ao PT do B, e R$ 1,3 milhão ao PMN - todas integrantes da coligação "Muda Brasil", que lançava Aécio à Presidência.
Como de praxe. Todos os partidos e políticos envolvidos no esquema negaram participação.

Uma parte de toda essa verba foi doada dentro do que a justiça eleitoral considera "permitido", porém tal esquema foi tratado pela própria empresa como propina, pois serviria como compra de favores. Um fato revelador sobre a atual estrutura eleitoral e os valores que permeiam as instituições responsáveis por este processo.

Ao observar o atual momento político, com a fragilidade do governo Temer e o clamor que cresce para acontecerem eleições diretas para presidente ou mesmo eleições gerais, se considerarmos de fato a relação perniciosa entre Estado e capital, legitimada pela própria justiça eleitoral, fica difícil ver nessas propostas uma verdadeira saída e emancipação dos trabalhadores e da população pobre deste sistema de opressão e reprodução das oligarquias que dominam a política nacional.

Trocar os jogares e manter as regras de um jogo onde não participamos, nos levará a legitimar todas as propostas contra direitos sociais que estão sendo implantadas.

Por isso acreditamos que uma verdadeira saída da crise passa pela ampla mobilização dos trabalhadores, formando organizações e comitês de base que possam construir uma verdadeira greve geral, que pare o país, faça tremer as bases do capital e possa ter força para chamar uma assembleia constituinte livre e soberana, imposta pela luta e composta pelos setores da base que refaça as regras a nosso favor.

 
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