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COLEÇÃO ISKRA MULHER - EDIÇÕES ISKRA
Uma editora militante para a luta revolucionária das mulheres

Entrevistamos Natália Angyalossy, da equipe editorial das Edições Iskra. Ela nos contou um pouco sobre esses 10 anos que as Edições Iskra completam neste ano de 2017 e nos falou principalmente a respeito das publicações sobre a Coleção Iskra Mulher.

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Esquerda Diário: Como foi o surgimento das Edições Iskra em 2007? Porque decidiram impulsionar uma editora militante?

Natália Angyalossy: Víamos a necessidade de difundir, apropriar e recriar o pensamento marxista hoje e queríamos que a ISKRA fosse parte ativa na reconstrução do marxismo militante e dos combates na luta de classes. A Edições ISKRA busca contribuir para o desenvolvimento e a expressão de uma intelectualidade marxista revolucionária, orgânica da classe trabalhadora e da juventude. Queremos combater abertamente as distintas tendências de pensamento que abandonaram toda perspectiva de transformação para sustentar a ordem social existente. Buscamos assim reunificar a teoria e a prática revolucionária, colaborando para que as novas gerações se forjem à altura de suas tarefas históricas. Para isso lançamos livros clássicos do pensamento marxista que compõe uma verdadeira base rígida de teoria e princípios que guiam nossa prática revolucionária. Porém, o marxismo não é um dogma morto, não é uma doutrina acabada, terminada e imutável, ou então uma doutrina “velha e superada”, como pretendem os intelectuais burgueses, mas sim um guia vivo para a ação revolucionária. Por isso buscamos também publicar novas formulações teóricas que abarquem as questões estratégias para a revolução socialista, em diálogo com os clássicos de nosso pensamento. A Edições ISKRA foi fundada no ano de 2007, em meio aos 90 anos da Revolução Russa, com o lançamento do livro A Revolução de Outubro, de Leon Trotsky. Lançamos esse livro em parceria com a Boitempo Editorial. Desde então viemos desenvolvendo publicações que buscam ampliar os debates estratégicos do marxismo, como os temas ligados à opressão de gênero, raça e demais questões democráticas, além dos clássicos fundamentais de Trotsky e Lenin.

ED: Além dos clássicos, quais publicações lançaram nesses anos?

NA: Além dos clássicos, lançamos de maneira inovadora e independente, dois livros sobre a questão negra, fundamental para a compreensão da estratégia revolucionária, especialmente em um país de maioria negra como o Brasil. São os livros Questão negra, marxismo e classe operária no Brasil e mais recentemente a publicação de A Revolução e o Negro - textos do trotskismo sobre a Questão Negra, que conta com textos inéditos em português de CLR James e George Breitman, além do próprio Trotsky. Também do Trotsky já foram lançados diversos títulos fundamentais e artigos inéditos, como em A Revolução Espanhola e também nos Escritos Latino-americanos.

ED: Uma marca muito importante das Edições Iskra nesses 10 anos, são as publicações em torno da questão mulher. Fale um pouco dessas publicações.

NA: A Coleção Iskra Mulher conta com diversas publicações de grande importância. Em 2009 lançamos o livro “Lutadoras: histórias de mulheres que fizeram história” escrito pela Andrea D´atri, e na edição brasileira também por Diana Assunção e diversas mulheres militantes. É uma publicação que faz um resgate político e histórico do papel de mulheres lutadoras do século XIX e XX. Lançamos em 2011 e depois reeditamos em 2013 com novos artigos, o livro “A precarização tem rosto de mulher”, um livro que conta a brava greve das terceirizadas da empresa DIMA em 2005 na Universidade de São Paulo, onde mulheres, negras em sua maioria, foram linha de frente contra a patronal, a reitoria e seu sindicato pelego. É um livro militante, que busca tirar lições desse processo da luta de classes e não partir do zero nos embates futuros. Em 2014 traduzimos e lançamos o consagrado livro “Mulher, Estado e Revolução”, de Wendy Goldman, publicado em parceria com a Boitempo Editorial e Diana Assunção escreveu o prólogo. O livro faz um retrato da situação e o papel das mulheres na Revolução Russa e mostra todo o avanço que existiu na questão da mulher na Rússia revolucionária e depois ela analisa criticamente todos os retrocessos que o stalinismo trouxe para as mulheres pós burocratização. Uma obra fundamental para entender os avanços que as mulheres tiveram pós 1917 na Rússia e que mostra que não há libertação das mulheres por dentro do capitalismo. Em 2015, juntamente com a Centelha Cultural lançamos o título “Trotski e a luta das mulheres”, uma compilação de textos de Leon Trotski sobre a luta revolucionária contra a opressão às mulheres. Em 2016 apoiamos junto a Boitempo Editorial a publicação do livro “Reivindicação dos direitos da mulher”, da Mary Wollstonecraft. O livro foi um dos precursores do feminismo e se tornou grande referência para o feminismo do século XX. Nele, Wollstonecraft alerta para a exclusão das mulheres à direitos básicos como educação formal no século XVIII. Pudemos não somente apoiar essa publicação como elaborar a orelha, assinada também pela companheira Diana. Além disso, junto com a Centelha Cultural será publicada a compilação “Feminismo e Marxismo”, com prólogo de Rita Frau.

ED: A Iskra acabou de relançar o livro Pão e Rosas – Identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo. Conte um pouco sobre essa publicação.

NA: Em 2008 traduzimos e lançamos o livro Pão e Rosas - Identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo, de Andrea D’atri. Um livro que aborda os principais acontecimentos do século XIX e XX e com eles os principais debates do feminismo internacional de uma perspectiva marxista. O livro foi esgotado e recém lançamos uma segunda edição atualizada e revisada. A nova edição conta com um novo prólogo da Andrea D´atri para a edição argentina de 2014 e também com um emocionante prólogo da Diana Assunção: “Pão e Rosas. Quando entendi pela primeira vez o significado destas duas palavras juntas compreendi o sentido mais profundo da luta pela transformação radical da sociedade. Esta luta guarda em si não somente a indignação e revolta contra um sistema baseado na miséria, exploração e opressão, mas guarda também a esperança de uma vida que pode ser bela, que pode ser integralmente dedicada ao desenvolvimento livre da humanidade. Por isso, lutar pelo “pão” significa lutar por todas as condições materiais para a subsistência digna e abundante e lutar pelas “rosas” significa lutar pela beleza, pela arte, pela cultura, pela poesia da vida. Isso é impossível sob a bota do capitalismo. Pão e Rosas é, portanto, lutar por uma sociedade comunista”.

Além da atualização do texto e dos novos prólogos, a nova edição do livro Pão e Rosas conta com uma capa linda que remete a grandes embates e lutas das mulheres. A capa conta com a foto da feminista e ativista sindical norte americana Elizabeth Gurley Flynn, que foi linha de frente em diversas greves operárias de 1920 a 1940. Na contra capa colocamos uma foto da histórica greve de 1912 das operárias Têxteis de Lawrence, em Massachusetts nos EUA, que lutaram por Pão e Rosas. E a outra foto da contracapa é a foto da histórica marcha de mulheres na Rússia revolucionária de 1917. Estamos organizando diversas atividades de lançamento do livro que divulgaremos em breve.

Para adquirir os livros da Iskra acesse: www.iskraeditora.com.br

 
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