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PÃO E ROSAS
Sob o olhar das mulheres, Pão e Rosas apresenta Manifesto Internacional em Santo André
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC
Vanessa Oliveira
Professora do ABC

Neste sábado (13), véspera do dia das mães, o grupo de mulheres Pão e Rosas em Santo André apresentou seu Manifesto Internacional lançado no 8 de Março, dia internacional das mulheres. A atividade organizada na subsede do sindicato dos professores reuniu professoras da rede pública e privada, estudantes da FAPSS de São Caetano e secundaristas.

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Maíra Machado, professora da rede estadual e militante do Pão e Rosas Brasil abriu a atividade apresentando o Manifesto Internacional do Pão e Rosas , resgatando historicamente o protagonismo feminino nos grandes acontecimentos da história, como a Revolução Francesa ou a Revolução Russa, e o desenvolvimento do pensamento feminista em suas distintas etapas. Abordando os distintos avanços e contradições sob a mudança que ocorreram na vida das mulheres, até os dias de hoje, onde em meio a um enorme crise econômica que se arrasta desde 2008, as mulheres seguem na linha frente da resistência aos ataques e ajustes capitalistas e a opressão machista.

A professora e ex-candidata a vereadora em Santo André pelo PSOL explicou a perspectiva anticapitalista e revolucionária da agrupação Pão e Rosas em todo o mundo, salientando a relação entre a exploração capitalista e as opressões tais como: machismo, transfobia, racismo, homofobia, e a proposta de batalhar pela reconstrução de uma aliança entre o movimento de mulheres com a classe trabalhadora para enfrentar o Estado, a fim de derrotar o capitalismo e construir uma nova sociedade verdadeiramente igualitária.

Pelo direito ao Pão e as Rosas

O debate se desenvolveu com a contribuição de professoras da rede pública que demonstraram como a educação ainda hoje segue as orientações de um currículo escolar onde as opressões se perpetuam, ao ponto de ocorrer proibições formais quando o assunto é igualdade de gênero e sexualidade.

Mães contaram sobre a imposição da maternidade sem qualquer auxilio do Estado para garantir o direito a criar seus filhos. Jovens relataram os riscos do aborto clandestino e a perseguição moral e policial que existe as inúmeras mulheres que desafiam ter direito ao próprio corpo. Mulheres trans denunciaram o caso da Verônica Bolina e as péssimas condições de vida no país recorde de assassinatos de pessoas trans. Mulheres negras retomaram o histórico de luta das mulheres negras desde a escravidão, trazendo a memória que neste mesmo dia 13 de Maio, dia da falsa abolição se faz necessário recuperar a história de luta das mulheres negras que nunca nos é contada. Num momento de reflexões intensas, mulheres de diferentes idades e histórias de vida contaram um pouco de si e podiam ver a poderosa força que ali se apresentava.

A experiência da Revolução Russa, que também foi muito lembrada no diálogo, pode inspirar as mulheres a apontar alguns caminhos onde superar o capitalismo é uma condição fundamental para a emancipação das mulheres.

A questão do "empoderamento", também foi pauta da discussão onde é nítido que as grandes empresas, e a mídia começaram a se apropriar destes temas e de que não podemos ter ilusões nem em "radicalizar a democracia", e nem pela via do consumo, pois as condições no capitalismo jamais serão igualitárias.

"Vocês acreditam, nos livros que vocês publicam, que é realmente possível acabar com o capitalismo?"

Diante dessa pergunta tão profunda e de tamanha importância para nos mulheres revolucionárias, se desenvolveu uma reflexão de como somos bombardeadas cotidianamente pela ideia de que o capitalismo triunfou, mesmo numa crise econômica histórica que não apresenta nenhuma saída.

Essa pergunta de fato apresentou que em apenas uma tarde onde algumas mulheres puderam se sentir sujeito social e politico ao refletir sobre suas opressões, o desejo e a necessidade de pensar sobre a luta das mulheres se fez presente e que não são utópicos os desejos das mulheres na luta contra o capitalismo, pelas vias revolucionárias.

Marcella Campos, também professora, da Rede Publica da Zona Norte, contou sua experiência como professora, onde relatou que neste 8 de Março, os Professores Pela Base, grupo da categoria que impulsiona o Pão e Rosas, deu uma grande batalha para unificar a assembleia e a greve com a paralisação internacional de mulheres. E a emoção que foi conseguir impor a burocracia sindical que não separasse a luta das mulheres do conjunto da luta dos trabalhadores. E por isso, agora nas eleições para o sindicato, novamente iam batalhar por essas ideias para fortalecer a luta das mulheres dentro das salas de aula.

Diante de tantas reflexões, no encerramento da atividade, se colocou o desafio das mulheres serem linha de frente da ocupação de Brasilia no próximo dia 24, exigindo das centrais sindicais que garantam centenas de ônibus para garantir com que todas possa participar. Após a atividade, houve um momento de confraternização, onde todas as mulheres junto com os companheiros homens do Movimento Revolucionário de Trabalhadores e também independentes que ajudaram a organizar a atividade. O dinheiro arrecadado com a banca de livros do Pão e Rosas e da atividade social foi revertido para a campanha das eleições do sindicato de professores como parte do apoio do Pão e Rosas a Chapa 3 e aos Professores pela Base em Santo André.

 
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