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FAÍSCA - ANTICAPITALISTA E REVOLUCIONÁRIA
#24M: Jovens com os trabalhadores devem tomar Brasília contra Temer e os capitalistas
Faísca Revolucionária
@faiscarevolucionaria

Publicamos abaixo a declaração nacional da Faísca - Juventude anticapitalista e revolucionária:

No 28A a classe trabalhadora entrou em cena organizada e juntos paramos o país. Nesse 24 de maio devemos ser milhares em Brasília contra Temer e os capitalistas.

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Foto: Mídia Ninja

Uma das maiores paralisações da história do nosso país aconteceu no dia 28 de abril. Várias rodovias foram bloqueadas, muitos metrôs e ônibus circulares não funcionaram em importantes cidades, bancos, escolas e diversos setores do serviço público ficaram fechados e os patrões tiveram um prejuízo de bilhões de reais. Se em junho de 2013 vimos o país ser tomado por manifestações massivas, nas quais nós jovens fomos os protagonistas, um novo capítulo da luta de classes foi aberto com a entrada em cena da classe trabalhadora no 28A, organizada com seus métodos de luta contra as reformas e o governo golpista de Temer.

A retirada de direitos que o governo quer nos impor foi encomendada pelos banqueiros e empresários, que com a mentira dos seus patos, o serviço do Judiciário e o apoio aberto da grande mídia aplicaram um golpe institucional para que os ajustes que o PT já vinha aplicando enquanto governo fossem acelerados. Agora cobram de Temer que imponha além da PEC de corte de gastos a Reformas do Ensino Médio e o PL que amplia a terceirização, também as Reformas da Previdência e Trabalhista para responder à crise econômica que eles mesmos criaram tirando das nossas vidas o pagamento. No 28A deixamos o recado de que não vamos aceitar calados esses ataques e os políticos corruptos viram que a classe trabalhadora pode ser uma alternativa à crise política nacional, capaz de derrotar as reformas e o próprio governo.

Comitês para organizar a ida de milhares à Brasília e os próximos passos da nossa luta

Milhares de jovens e trabalhadores estão na expectativa pela organização dos próximos passos e a preparação de uma greve geral ainda mais forte é a tarefa que as direções sindicais deveriam assumir. Mas para que essa preparação seja efetiva são fundamentais os comitês de base, que reúnam não só as direções dos sindicatos e das organizações de esquerda, mas principalmente centenas de trabalhadores, estudantes e setores populares. A nossa auto-organização é o que enfrenta as direções burocráticas e permite que tomemos nas mãos a nossa luta. Podemos ser sujeitos de decidir os rumos do nosso movimento, torna-lo ainda maior e capaz de uma resposta mais profunda aos problemas nacionais, por isso em cada escola, universidade, bairro popular e local de trabalho é urgente sermos parte ativa da articulação de fortes comitês.

As centrais sindicais e direções do movimento social estão convocando uma marcha nacional no dia 24 de maio para ocupar Brasília. Nós jovens podemos tomar Brasília junto aos trabalhadores para sermos milhares na linha de frente desse combate. Em 29 de Novembro de 2016 a juventude que ocupava mais de mil escolas e universidades foi à Brasília contra a aprovação da PEC do teto de gastos. O campo de guerra e a violenta repressão policial daquele dia são com certeza medidas que o governo prepara também para o próximo 24. Mas, se formos dezenas de milhares, estaremos armados pela força que a classe trabalhadora mostrou e podemos inverter a correlação de forças. No 28A Matheus Ferreira, estudante da Universidade Federal de Goiás, foi brutalmente agredido e quase morto por um capitão da polícia militar, por isso no dia 24 devemos ser dezenas de milhares organizados para mostrar à polícia do governo que organizados somos mais fortes que sua repressão.

O principal desafio da nossa organização de base é garantir que essa ação seja massiva para que não se transforme em mera marcação de posição e pressão parlamentar como pretende a direção da CUT, que tem como objetivo não uma luta séria contra as reformas, mas a eleição de Lula em 2018 e a retomada do poder pelo PT num novo pacto com os capitalistas. Por isso devemos exigir das direções sindicais e estudantis que a ida à Brasília seja parte de um plano de lutas efetivo e da preparação de uma nova greve geral. Devemos exigir dos sindicatos e direções estudantis uma preparação real. A UNE e suas correspondentes estaduais, bem como a UBES e UMES precisam garantir centenas de ônibus organizados em todos os estados do país para que milhares de jovens universitários e secundaristas possam estar junto aos trabalhadores e militantes dos movimentos em Brasília.

Qual alternativa política de fato responde aos nossos anseios?

A crise política nacional foi potencializada com a movimentação da classe trabalhadora e muitas são as supostas respostas oferecidas para sua resolução. Se para amplos setores da juventude está nítido que os políticos golpistas desse Congresso são inimigos e não uma saída, é fundamental que também tenhamos a consciência de que outros aparelhos de dominação do Estado, como o poder Judiciário, não serão a saída, assim como o PT nunca será uma verdadeira alternativa às nossas aspirações de transformação dessa sociedade de exploração e opressão.

Parte da juventude do PSOL, como o coletivo Juntos de Luciana Genro, defende que o Judiciário tem uma ala progressista contra a corrupção e por isso a juventude deve estar com Moro e a sua condução da Operação Lava Jato. Essa defesa é absolutamente contraditória com o chamado do Juntos a que a juventude faça um novo junho contra os corruptos, pois o Judiciário, ainda que troque alguns ovos podres, também é parte do mecanismo de corrupção e privilégios do Estado e tem como objetivo a manutenção do regime político em favor dos interesses dos capitalistas, sempre atuando em detrimento da organização da classe trabalhadora, da juventude e dos movimentos sociais, usando sua repressão como fez ao condenar arbitrariamente Rafael Braga por mais de onze anos de prisão.

O setor organizado da juventude que está com o PT, como a União da Juventude Socialista (UJS-PCdoB) que dirige majoritariamente a UNE ou mesmo setores que se dizem mais críticos, como o Levante Popular da Juventude, se colocam em oposição ao governo golpista e suas Reformas mas escondem que o PT tem um projeto de país utópico de conciliação de classes, também baseado em reformas. Escondem que nos anos de governo do PT os banqueiros e capitalistas tiveram o primeiro lugar, assim como demandas históricas dos setores oprimidos foram ignoradas em prol da governabilidade e alianças com os mesmos setores fundamentalistas e conservadores que protagonizaram o golpe institucional. A defesa de um governo onde caibam todos é uma farsa. Em meio a uma alta da economia brasileira os governos do PT deram aos setores mais pobres e os movimentos sociais algumas concessões, que foram ameaçadas e retiradas ao primeiro sinal da crise capitalista no país. Além disso, o PT engessou por muitos anos as lutas e a resistência da juventude e dos trabalhadores ao controlar com suas burocracias as entidades que deveriam ser nossas ferramentas de luta. Agora o nosso combate às burocracias sindicais e estudantis deve ser também aos seus propósitos traidores de nos deixar passivos diante de projetos de país burgueses e opressores como o que se expressa também no que o PT defende.

Devemos partir do nosso levante e questionamento aos ataques, para questionar a ordem de dominação de classes da sociedade. Confiando na força da classe trabalhadora que entrou em cena para construir uma saída que coloque em nossas mãos os rumos da política nacional. É para alcançar esse objetivo, é totalmente insuficiente reivindicar eleições gerais e diretas já, como vem fazendo o PT e de vários setores da esquerda, essa política seria substituir Temer por outros políticos a serviço dessa ordem capitalista de ataques aos nossos direitos. Se podemos impor uma eleição contra esse governo golpista, que seja para elegermos representantes de uma assembleia constituinte, livre e soberana contra esse regime corrupto capitalista, para discutir a fundo os problemas nacionais e impor nossas demandas. Essa assembleia teria a tarefa de votar como primeira medida a revogação de todas as reformas e ataques não só do último governo, mas também dos governos anteriores. Poderíamos votar, por exemplo, pelo fim do pagamento da dívida pública para que os bilhões que são transferidos às empresas fossem empenhados nos serviços públicos, em prol do não fechamento das escolas e universidades, em favor da qualidade da saúde e transporte, do pagamento dos salários e bolsas atrasados etc. Poderíamos dar uma resposta aos mais de 14 milhões de desempregados, que em mais de 30% são jovens, repartindo as horas de trabalho sem diminuir os salários, garantindo emprego a todos. Avançando assim numa perspectiva de um governo dos trabalhadores de ruptura com esse sistema capitalista. Não deixemos que nossa força e potencial de dirigir o país sejam desviados para a manutenção de um sistema irracional, explorador e opressor.

 
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