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MOVIMENTO OPERÁRIO ARGENTINO
"Queremos a jornada de trabalho de 6 horas do metrô para todos e em todos os transportes"
Claudio Dellecarbonara

Reproduzimos artigo de Claudio Dellecarbonara, trabalhador metroviário da Argentina e membro do Secretariado Executivo da AGTSyP (Associação Gremial de Trabalhadores do Metrô e PreMetro*) sobre os desafios dos trabalhadores argentinos em busca da redução de jornada de trabalho.

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’Nosso exemplo demonstra que é possível lutar e alcançar uma redução na jornada de trabalho sem redução de salários. E esta conquista não foi alcançada graças ao governo Kirchner, ou pela apresentação de um projeto de lei (o que de alguma maneira também nos ajudou). Foi resultado da luta contra a empresa, as direções da UTA e a repressão estatal. E o produto de uma organização, nesse momento, independente da burocracia e dos governos.

Porém, logo após a privatização havia mais de 1.000 trabalhadores terceirizados que trabalhavam 12 ou 14 horas por dia, e recebiam um quarto do nosso salário. Eles não queriam continuar nessa situação. Com um processo de luta que incluiu cortes de rua, piquetes e manifestações, conseguiram arrancar um acordo e a jornada de trabalho de 6 horas.

Infelizmente, hoje voltamos a ter trabalhadores terceirizados em jornadas de trabalho extenuantes. A partir da Agrupación Bordó Desde las Bases (Agrupação Bordô Desde as Bases), e junto com outros companheiros da oposição, apoiamos a luta dos terceirizados, que não contaram com o apoio da maioria do Secretariado Executivo de nosso sindicato, pertencente ao grupo Roja y Negra (Vermelha e Preta), que estão alinhados com o kirchnerismo.

Não podemos contentarmo-nos em termos nós a jornada de 6 horas conquistada enquanto milhares de companheiros do transporte – começando pelos trabalhadores dos transportes coletivos, representados pela UTA – têm longas jornadas de trabalho em condições terríveis. O sindicato do metrô, com a sua tradição de luta e o reconhecimento que tem entre muitos trabalhadores, deve colocar-se a tarefa de impulsionar uma grande campanha para que em toda a categoria de transportes seja implementada a jornada de 6 horas de trabalho, 5 dias por semana.

Nos locais onde temos levantado essa ideia, junto a companheiros como os da agrupação de condutores David Ramallo**, despertamos uma enorme simpatia. Os trabalhadores de todos os transportes coletivos também querem a redução da jornada de trabalho, para que não sejam obrigados a deixar sua saúde e suas vidas dentro dos coletivos para ampliar os lucros dos capitalistas.

O melhor que podemos fazer com a nossa conquista no metrô é colocá-la a serviço de todos os trabalhadores do transporte. Começando pelos terceirizados do metrô, que não têm direito a esse direito conquistado, mas também o estendendo a todos os motoristas de coletivos. Essa é a melhor luta que podemos dar contra a burocracia da UTA e em defesa das trabalhadoras e trabalhadores.

* O PreMetro é uma linha ferroviária de alta velocidade de Buenos Aires, ligada ao Metrô da cidade através da linha E na estação Plaza de los Virreyes.’

** David Ramallo foi um trabalhador eletricista da Linha 60 morto em um acidente de trabalho decorrente da negligência da patronal e ausência de condições seguras para a execução de seu ofício.

 
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