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Nordeste abrigou os maiores atos do Brasil na greve geral do 28A
André Barbieri
São Paulo | @AcierAndy
Nivalter Aires
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A Greve Geral desse dia 28 de abril trouxe definitivamente a classe trabalhadora para a cena de luta. Em praticamente todo o país, os trabalhadores de diversas áreas pararam as atividades, transporte, indústria, e comércio.

No Nordeste, além de forte adesão a greve, como ficou ilustrado nessa matéria sobre o Recife, houve atos de proporções, os maiores atos no país neste 28 de abril.

Na capital pernambucana estima-se que 200 mil pessoas estiveram nas ruas, a concentração aconteceu na Praça do Derby, saindo em marcha em direção à Praça da Independência, interditando completamente as Avenidas Agamenon Magalhães, Carlos de Lima Cavalcanti e Conde da Boa Vista.

Em Fortaleza, capital cearense, as atividades aconteceram principalmente no período da manhã e início da tarde, estima-se que em torno de 100 mil pessoas tenham participado. Em todo o Ceará estima-se que 500 mil pessoas tenham se envolvido diretamente nas atividades da Greve Geral.

Em Salvador, o ato principal aconteceu a tarde, quando os manifestantes, em torno de 80 mil segundo estimativas, se concentraram na Praça do Campo Grande, a partir das 15h, onde seguiram em marcha em direção a Praça da Sé.

Na cidade de Natal, além de bloqueios que fecharam rodovias e avenidas pela manhã, pela tarde aconteceu um grande ato que reuniu em torno de 70 mil pessoas. Os manifestantes se reuniram na lateral do Midway Mall, e seguiram pela Avenida Salgado Filho em direção a Praça Pedro Velho (Praça Cívica).

Na Paraíba, houve forte adesão a greve geral, em Campina Grande, João Pessoa e outras cidades. A cidade de Campina Grande amanheceu sem ônibus circulando, a partir das 10h, com todo o comércio parado houve um ato que reuniu milhares de pessoas. Em João Pessoa, capital paraibana, aconteceu uma manifestação, pela tarde, no Ponto Cem Reis, onde participaram em torno de 20 mil pessoas.

Nas capitais Aracaju e Maceió, estima-se que tenham participado 30 mil pessoas nos atos de cada uma dessas capitais.

Já pela manhã o peso das paralisações operárias se fez sentir muito além dos transportes: em Pernambuco pararam “pesos-pesado” da economia, como metalúrgicos, petroleiros, químicos, indústria naval, construção pesada, além de rodoviários e parcialmente metroviários. Pela manhã os trabalhadores do estaleiro Vard Promar em Suape não foram trabalhar, são mais de 1600 trabalhadores; a refinaria Abreu e Lima também parou. Na Bahia, se paralisou o polo Petroquímico de Camaçari.

Algumas questões podem explicar essa aparição vultosa. Uma delas é o desemprego no Nordeste, que há anos vem registrando as maiores taxas no Brasil. Em 2015 foram cortadas 76,6 mil postos de trabalho no Nordeste; já no período que vai de julho de 2015 a julho de 2016, a região teve a segunda maior taxa de demissões no país, com 223.382 trabalhadores que perderam postos de trabalho formais.

Os ataques, que já haviam começado nas gestões petistas, acelerados por Dilma depois de 2015, foram aprofundados duramente pelo governo golpista de Temer. A Tendências Consultoria Integrada pesquisou que o PIB nordestino teve recuo médio de 4,3% ao ano – o pior resultado entre todas as regiões. Com alto desemprego, a renda familiar encolheu 2% ao ano e, num efeito cascata, fez as vendas no comércio despencarem quase 20% nos dois anos.

Resultado disso, outro elemento que auxiliou essa aparição nos atos foi o enorme repúdio ao governo Temer, de fato, o maior rechaço percentual de todas as regiões do país. Segundo pesquisa da patronal organizada na CNI (Confederação Nacional da Indústria), Temer supera rejeição de 70% no Nordeste.

O movimento de mulheres também tem participação expressiva nestes números. Com desigualdades entre os estados, o Nordeste é também a região onde o número de feminicídios cresceu quase 80% desde 2007, tornando a ameaça da violência algo cotidiano na vida das mulheres (assim como setores LGBT), além dos assédios no trabalho, na rua.

A despeito da vontade de centrais como a Força Sindical, CUT e CTB, a luta dos trabalhadores parou o país. Não fosse suas ações e seu discurso de que os trabalhadores ficassem em casa, com o objetivo de reduzir a força nas ruas dos trabalhadores a uma paralisação “feriado”, o 28A certamente seria imensamente mais impactante mais do que já foi.

A força mostrada precisa ser continuada exigindo dos sindicatos e das centrais que seja organizado um verdadeiro plano de luta para preparar uma greve geral até derrubar Temer e suas Reformas. Com essa força impor uma nova Constituinte onde os trabalhadores, setores populares e a juventude possam desenvolver um questionamento a todo esse podre regime de corrupção e escravidão assalariada e assim abrir caminho para que sejam os capitalistas que paguem pela crise, impondo a redução da jornada de trabalho sem redução de salário para que todos tenham emprego, impor o não pagamento da dívida para garantir aposentadoria digna a todos, garantir recursos para saúde e educação. Temas esses de enfrentamento ao capitalismo que discutimos na atividade do Esquerda Diário na UFRN e a serviço do que colocamos nossas forças.

 
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