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HOLIDAY INVESTIGADO POR PERSEGUIÇÃO POLÍTICA
MP acata denúncia do PSOL e abre inquérito contra Fernando Holiday por perseguir professores
Fernando Pardal

O MP-SP determinou abertura de inquérito civil para investigar as idas de Fernando Holiday a escolas procurando vigiar professores de esquerda. O pedido foi feito pelo deputado estadual Carlos Gianazzi, do PSOL. Mas o MP já mostrou que também faz como Holiday e persegue educadores de esquerda.

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O vereador do MBL e do DEM Fernando Holiday procurou implementar o reacionário projeto do Escola Sem Partido "na marra", fazendo "blitz" nas escolas e caçando professores de esquerda, numa prática intimidatória que vai contra a liberdade de ensino e procura intimidar e criminalizar educadores.

A "patrulha ideológica" de Holiday incomodou muita gente, que reagiu por meio de protestos nas redes e de rechaço à postura reacionária do aprendiz de censor. O deputado do PSOL Carlos Gianazzi fez uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo que, devido ao imenso repúdio gerado pela ação criminosa de Holiday, acabou acatando a denúncia de Gianazzi e determinou a abertura de inquérito contra o vereador do MBL.

A reação de todos os que efetivamente defendem um ensino crítico e a liberdade de cátedra dos professores foi tão imediata e gerou tanta repercussão que até setores insuspeitos de defenderem um ensino crítico e de esquerda, como relatores da ONU ou o secretário de educação da gestão de Doria, Alexandre Schneider, se sentiram obrigados a se posicionar publicamente contra a ação de Holiday.

Assim, o MP acatou a denúncia contra Holiday e ele será investigado, o que levou a assessoria do vereador a soltar uma declaração pública na qual diz que o "preguiçoso deputado do PSOL, que não gosta de ver parlamentar trabalhando e teme que a doutrinação política promovida por seu partido se torne pública".

Cabe um alerta frente à ação do Ministério Público: em que pese que frente ao escândalo que se gerou frente à ação de Holiday eles tenham se sentido obrigados a acatar a ação contra o vereador, em nenhum momento podemos nos iludir de que essa instituição tem qualquer tipo de compromisso com a liberdade de ensino nas escolas.

Pelo contrário, no Rio de Janeiro, por exemplo, o MP já mostrou como atua muitas vezes de forma muito semelhante à de Holiday, instaurando uma verdadeira patrulha ideológica nas escolas e universidades contra qualquer posicionamento político de esquerda. Isso aconteceu quando intimaram o reitor da UFRJ, Roberto Leher, a depôr pelo fato de que esse convocou uma campanha em defesa da democracia e se pronunciou contra o golpe institucional reacionário. Ou ainda no Colégio Pedro II, em que o MPF perseguiu o sindicato dos professores, o SINDISCOPE, o reitor do colégio, o PSOL-RJ e o vereador e professor do colégio Tarcísio Motta, com base no fato de que professores teriam feito campanha no Colégio, numa atitude de censura que chega ao ponto de criminalizar professores por eles discutirem política em seu próprio ambiente de trabalho. Também no Rio procuradores do MP entraram na justiça para pedir a reintegração de posse do Pedro II quando esse foi ocupado por estudantes contra a PEC 55.

Por isso, é fundamental denunciarmos e lutarmos incansavelmente contra a perseguição ideológica de Holiday, mas também sabermos que não podemos ter ilusão de que será o MP que irá garantir nenhum tipo de democracia nas escolas, o que só poderá ser feito pelos próprios professores e alunos, em unidade com a comunidade escolar e os bairros, para que efetivamente possamos ter um ensino crítico, questionador, livre, ou seja, tudo o que não interessa aos capitalistas e aos políticos privilegiados que os filhos da classe trabalhadora tenham.

 
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