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BRASÍLIA
Greve de professores em Brasília chega ao fim
Luciane Pereira
Brasília/DF
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Em greve há 29 dias, depois de longa batalha de negociações com o GDF (Governo do Distrito Federal), os professores do DF decidiram pelo fim da greve.

Mesmo com ameaças de corte de ponto e de pesadas multas contra o sindicato, os professores vieram levando em frente uma greve que durava 29 dias, mobilizando ruas, escolas, e procurando conscientizar a população contra o descaso do governo pela educação pública. Havia grande vontade de luta e de combate.

Entre as várias reivindicações dos professores, como vale-alimentação, plano de saúde, reajuste de 18%, melhorias nas condições de trabalho, os docentes também reivindicavam o reajuste salarial concedido pelo último governador do DF, Agnelo Queiroz (PT-DF), hoje denunciado como envolvido em falcatruas e corrupção, reajuste que jamais foi pago. Ao contrário, e ao mesmo tempo, a tradição do governador Rollemberg (PSB-DF) tem sido atrasar salários sistematicamente. São governos da patronal e para os quais a educação não é, jamais, prioridade.

Uma proposta parcial do governo [em relação aos dias parados] terminou sendo aceita pela categoria que, a partir da direção sindical decidiu pelo fim da greve; esta seguia enfraquecida diante dos desgastes e ameaças do governo por um lado; e, ao mesmo tempo, o que foi bastante decisivo, tivemos as dificuldades pela passividade da direção sindical burocrática em aprofundar um trabalho mais democrático de base e em lançar ações de combate da categoria contra o governo em aliança com a população. A burocracia sindical ficou detrás da combatividade da massa de professores. A burocratização joga pesado para conter qualquer radicalização, qualquer democratização e qualquer combatividade do movimento.

O movimento tinha um potencial nos primeiros momentos de greves, com assembleias cheias de professores com um enorme vigor de combate. No entanto, a greve não foi organizada pela base, mas por uma burocratização que barrou qualquer combatividade, radicalização daqueles professores dispostos a organizar uma batalha que batesse de frente com o descaso do GDF com os profissionais da educação.

Há um clima de expectativa em relação à greve geral dia 28 de abril contra a retirada de direitos do trabalhador, como a Reforma da Previdência, contra a brutal precarização do trabalho deflagrada pelo golpista Temer. No entanto, a preparação para a greve geral não tem sido, efetivamente, uma prioridade para aquela burocracia, acostumada a promover ações de cima para baixo e para nada organizada a partir da escola e de assembleias regionais.

Para Marcello Pablito, diretor do Sintusp "Não há tempo a perder. Precisamos que o dia 28 seja uma efetiva paralisação nacional que abra caminho para um plano de luta e uma greve geral que pare o país. Podemos derrotar completamente todos esses ataques já aprovados ou em andamento e com essa força dar uma resposta política à crise nacional. Para isso a esquerda tem um papel fundamental. É importante dar um grande exemplo de luta pela efetividade dessa paralisação e para começar a oferecer um programa alternativo de resposta à crise. Sem isso, corremos o risco de desperdiçar toda essa energia que os trabalhadores, a juventude, as mulheres e os negros estão mostrando."

 
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