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COTAS NA UNICAMP
Cotas aprovadas na pós-graduação do Instituto de Economia
Matheus Correia
Thiago Paz

Ontem (10) foi aprovado o princípio de cotas étnico-raciais na pós-graduação na congregação do Instituto de Economia da Unicamp, medida muito importante que ajuda a fortalecer a luta por uma universidade de fato democrática e voltado para os interesses da sociedade.

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Como importante pauta da greve e ocupação que ocorreram ano passado na Unicamp, a reserva de 20% de vagas na pós-graduação, que ainda será lançado o edital constando a divisão dos percentuais da reserva de vagas. Outro ponto importante, foi assegurar que todos os alunos que entrem por cotas tenham bolsa garantida independente da classificação no processo seletivo.

A luta pelas cotas no instituto de economia foi travada durante um longo período e inclui tanto a mobilização dos estudantes com seus legítimos instrumentos de luta, a auto-organização, com assembleias e greve quanto dos coletivos e ativistas que pautam a democratização da universidade através da implementação das cotas, e juntos organizando palestras e espaços de discussão. Durante a greve não faltou desrespeito ao movimento e falta de diálogo por parte do corpo docente, chegou-se inclusive ao caso grave de um professor do instituto chamar de “primatas” os estudantes que pautavam as cotas e tentavam conversar com alunos que estavam sendo coagidos a ter aula enquanto estas eram suspensas por determinação da greve.

Ainda que o movimento contasse com o apoio de muitos professores não houve no período de greve a afirmação e o comprometimento público de apoio a adoção de cotas pela direção do Instituto, assim também ocorreu com a reitoria da universidade no processo de ocupação, o que demonstra quão necessário é a luta dos estudantes e demais setores para que as demandas sejam colocadas desde a base, e não confiando que será a burocracia universitária que colocará como centro de sua política a luta contra o racismo e a superação da divisão racial e de classes da sociedade.

A aprovação de cotas na pós-graduação do Instituto de Economia, assim como ocorreu no IFCH e FE é um grande passo na luta por cotas em toda a universidade. Inclusive na graduação. Em um cenário de golpe que vivemos, com a reforma da previdência, ataques trabalhistas pelo governo golpista, que atinge justamente a população negra e pobre, que não entra na universidade. O avanço na conquista de cotas na pós-graduação deve servir como ponto de apoio para a continuidade da luta que passa pela busca de implementação de cotas em todos os âmbitos, mas que deve ter como norte o fim do vestibular para que toda a juventude tenha acesso a universidade. Passa por uma universidade que mude a lógica de conhecimento voltada para as empresas e o lucro e pense nos problemas da sociedade como um todo, com um conhecimento que sirva a classe trabalhadora e à juventude.

 
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