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PROFESSORES SP
Oposições da APEOESP se unificam para as eleições sindicais
Danilo Paris
Editor de política nacional e professor de Sociologia
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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As oposições da APEOESP (Sindicato dos professores do estado de São Paulo) reuniram-se na tarde de 08/04, no Sindicato dos Eletricitários, para a realização da Convenção da Oposição Unificada. Parte expressiva da categoria já vinha afirmando a necessidade de unificação dos setores de oposição para derrotar a Articulação Sindical, vinculada ao PT e PCdoB, que há anos dirige a APEOESP e vem conduzindo os professores a uma série interminável de derrotas.

Além de derrotar a burocracia, essa unidade ocorreu em base ao objetivo de derrotar o governo golpista de Temer, Alckmin e seus ataques. Foi aprovada a construção da Greve Geral do dia 28 de abril para barrar as Reformas da Previdência, do Ensino Médio, da nova lei de terceirização.

A Convenção terminou com a apresentação dos candidatos a presidente e vice-presidente da Chapa da Oposição Unificada, Moacir (Bloco de Lutas) e Aninha (Oposição Alternativa). Após suas falas o plenário entoou palavras de ordem de vitória frente a burocracia sindical.

Com qual perspectiva o MRT e o Professores pela Base vão atuar nessas eleições

Mesmo possuindo inúmeras divergências com as distintas organizações que irão compor a chapa, nós do Professores Pela Base e do MRT consideramos correta a unificação da oposição. A burocracia sindical da APEOESP é um freio para desenvolvimento das lutas dos professores, e para travarmos uma verdadeira luta contra o governo Temer e Alckmin é necessário superar esse entrave.

Corretamente a Convenção votou a favor de se posicionar contra o golpe institucional no Brasil, por entender que sua implementação teve como alvo prioritário os direitos dos trabalhadores e da juventude. Consideramos esse debate fundamental partindo de que a luta contra todos os golpistas deve se construir de maneira independente do PT, que segue com sua política de conciliação com o PSDB e PMDB, como as recentes votações a presidência do legislativo no estado de São Paulo e do Rio de Janeiro onde os golpistas contaram com os votos do PT.

A política dessa direção na categoria foi de desmobilizar a categoria. No dia 15 de março os professores protagonizaram uma imensa paralisação, superando 90% em diversas cidades, demonstração da vontade de luta que já havia ocorrido no dia 8 de março. Nesse momento, em vários estados do país também se deflagrou greves da educação. Mesmo nessas condições, a diretoria da APEOESP votou iniciar a greve somente no dia 28 de março, com o objetivo de separar, dividir e por consequência enfraquecer a luta pela educação que se gestava nacionalmente. O resultado dessa política foi uma greve fraca de apenas quatro dias, que teve o seu fim decretado no dia 31 de março.

Essa política foi seguida pela maioria das oposições, como o MAIS, a Conspiração Socialista e a “APEOESP na escola e na luta”, com apenas algumas poucas exceções. Expressamos essa crítica a essas correntes na Convenção, já que a luta contra a burocracia não pode ser apenas em palavras, mas na prática política, em especial no momento da greve.

O que ocorreu foi que essas correntes seguiram o calendário proposto pela burocracia, não se colocando como alternativa para construirmos uma verdadeira batalha contra Temer. O objetivo da CUT e do PT é construir uma oposição moderada ao governo Temer, apenas para servir de argumento eleitoral para 2018. Querem voltar ao poder com a figura de Lula, e para isso não podem assustar os grandes empresários e capitalistas promovendo uma verdadeira greve geral.

Expressão disso é que de forma criminosa, a atual direção majoritária do PT e PCdoB, antecipou as eleições em dois meses. Mais uma mostra que sua prioridade não é derrotar Temer. Por isso, a principal campanha que faremos será uma forte construção do 28A partindo do princípio que as eleições sindicais devem estar a serviço de derrotar os imensos ataques que estamos sofrendo.

Além disso demos a batalha pelo programa da efetivação imediata e sem concurso dos professores categoria O e F (temporários ou com contratos precários), já que são professores há anos no estado e essa separação só é funcional ao governador para dividir a categoria e retirar direitos dos professores. A maioria das oposições votou contrária a essa proposta, defendendo o insuficiente programa que propõe apenas estabilidade para os professores. Prova disso é que os categoria F possuem estabilidade, e mesmo assim estão sofrendo com as atribuições de aula, muitos sem aula até hoje. Frente ao imenso ataque da nova lei das terceirizações, que generaliza sua implementação para as atividades fim, é fundamental defendermos que nenhuma forma de contrato precário pode ser aceita.

Outro ponto que ressaltamos foi sobre a falta de democracia nas assembleias. Bebel (presidenta da APEOESP) determina a quantidade e quem fala de acordo com sua vontade e interesse político. Enquanto são sempre os mesmos que estão no microfone, os professores, ativistas e outras correntes políticas são vetadas da possibilidade de expressar suas opiniões e propostas. Problematizamos que no último período as oposições não se contrapuseram a essa burocratização das assembleias, e nossa proposta de rotatividade das falas para que todas as correntes e ativistas se expressem no caminhão de som foi aprovada.

Por último, mesmo a Convenção votando um programa contra a burocratização do sindicato, consideramos ele insuficiente e incapaz de combater esse problema porque não limita a quantidade de tempo de liberação dos diretores sindicais. Como por exemplo Bebel, que está há anos e anos fora das salas de aula, recebendo inúmeros benefícios materiais. São burocratas em busca de privilégios e para combater esse problema pela raiz consideramos que nenhum diretor sindical pode ficar afastado do trabalho mais do que um mandato. Desde as eleições passadas nós realizamos a rotatividade dos nossos diretores, negando esses benefícios, para que esse exemplo ajudasse na luta contra essa burocratização.

Nessa perspectiva estamos participando das eleições da APEOESP em oito regiões do Estado. Nossas críticas e posições estão a serviço de construirmos uma oposição consequente dos desafios à altura das tarefas que a realidade atual do país exige.

 
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