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GREVE PROFESSORES ARGENTINA
Amigo de Temer, Macri reprime professores em greve na Argentina

Professores argentinos foram duramente reprimidos ontem em Buenos Aires, Argentina. Os docentes estão há quase um mês em luta defendendo seus salários e direitos e contra os ajustes e ataques dos governos.

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Há mais de vinte dias os professores da Argentina estão em luta contra os ataques e cortes de direito do governo federal do presidente reacionário Macri e do governo da província de Buenos Aires, capital do país, de Maria Eugenia Vidal. Os principais motivos para a mobilização dos docentes se relacionam com a precarização do trabalho e da educação pública. Desde o início do mês de março, os professores estão organizando mobilizações, marchas e manifestações em diversos distritos argentinos, demonstrando uma forte luta contra os governos.

Como parte do processo de luta e resistência dos professores, nesta noite de domingo, 09, os docentes se reuniram na Praça Congresso, na capital argentina, para instalar uma “escola itinerante” em frente ao Congresso. A resposta do governo foi mandar a polícia para reprimir os professores de forma brutal. Usaram gás de pimenta e prenderam quatro professores.

A coligação política “Cambiemos”, a qual é liderada pelo presidente da nação, Macri, quer impor aos docentes um teto salarial abaixo do previsto. Os professores lutam por um melhor e justo ajuste salarial e que os dias de paralisação e greve não sejam descontados. A governadora da província de Buenos Aires, Vidal, atacou nos últimos dias o direito de greve dos trabalhadores, descontando dos salários os dias paralisados.

O conflito docente se desenvolve no marco da disputa eleitoral do governo de Macri e Vidal contra o kirchnerismo – atualmente representado por Alicia Kirchner, governadora da província de Santa Cruz. O governo se lançou a uma polarização política em que os kirchneristas procuram uma relocalização nas eleições de 2019. Entretanto, fica claro que ambos os governos, tanto o de Macri e Vidal como o de Alicia Kirchner, estão aplicando duros ataques aos trabalhadores. Nesse conflito dos professores, estão utilizando os mesmos argumentos e defendendo a retirada de direitos dos docentes.

Em meio a essa luta, as centrais sindicais de professores, como a CTERA (Confederação de Trabalhadores da Educação) e a Suteba (Sindicato Unificado de Trabalhadores da Educação de Buenos Aires) devem convocar mais ofensivamente um plano de lutas para os docentes. É importante que as massivas marchas dos professores não sejam incorporadas ao objetivo eleitoral de volta do kirchnerismo, como aconteceu por intermédio das centrais sindicais.

Assim, é necessário que a CTERA e a Suteba impulsionem um plano de luta com mobilizações massivas, cortes de rua e paralisações nacionais para que as reivindicações dos professores sejam ouvidas e os ataques barrados, não dando trégua ao governo.

A repressão de ontem foi um novo ataque ao direito de lutar por parte de um governo com uma prepotência provinda dos grandes grupos econômicos a fim de fazer com que os professores aceitem salários por debaixo do nível de pobreza. É um ataque direto à educação pública. Através dessa repressão, buscam intimidar a todos os trabalhadores, para que não se lute pelo salário e direitos e que não se posicionem e lutem contra o ajuste e as demissões.

Na manhã de hoje, 10, frente ao apoio de diversos setores da população aos professores e contra a repressão de domingo, o vice-chefe do governo da Cidade de Buenos Aires, declarou que “não há motivos para não dar permissão” à instalação da escola itinerante. O repúdio de um amplo espectro de personalidades políticas, organizações sociais e estudantis fez com que o governo se visse obrigado a retroceder.

Os professores e organizações de esquerda argentinos exigem a imediata liberdade dos docentes presos e declaram ser necessário que as centrais sindicais convoquem uma paralisação nacional e mobilização contra a repressão sofrida, se posicionando fortemente contra a criminalização do protesto.

A deputada do PTS (Partido dos Trabalhadores Socialistas) Myriam Bregman declarou que “o governo reprime para que passe seu ajuste no teto salarial dos docentes e de todo o conjunto dos trabalhadores. É preocupante que se esteja aperfeiçoando as técnicas repressivas diante do aumento do descontentamento social”. O partido, organização irmã do MRT na Argentina, declarou solidariedade aos professores reprimidos na Praça Congresso, repudiando a repressão dos governos, participando ativamente da mobilização e da luta.

 
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