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BOMBARDEIO NA SÍRIA
EUA lançaram 50 mísseis na Síria contra posições da força aérea
Diego Dalai

É a primeira vez que a potência norte-americana intervém de forma direta contra o governo de Bashar Al Assad. Rússia havia advertido que haveriam “consequências” diante de uma ação militar.

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O bombardeio com armas químicas que causou a morte de pelo menos 80 pessoas nesta semana na Síria provocou um giro brusco na situação da guerra neste país. O governo Trump decidiu intervir militarmente contra Bashar Al Assad e atacou um aeroporto militar com cerca de 50 mísseis.

Pelo ataque químico ocorrido na terça-feira, a França e o Reino unido haviam culpado imediatamente o presidente Al Assad, a pesar de a Rússia acusar aos grupos opositores armados que haviam tido armas químicas armazenadas em instalações atacadas pela força aérea síria. EUA, ainda que tardiamente, se somou à postura de seus sócios ocidentais. Sua embaixadora na ONU Nikki Haley declarou: “Mais quantas crianças terão que morrer para a Rússia se importar?”.

Na quinta, enquanto ocorriam infrutíferas negociações no seio do Conselho de Segurança, o presidente Trump afirmou que “algo deveria ser feito” com relação ao ataque químico na Síria. “Creio que o que aconteceu na Síria é uma desgraça para a humanidade, e que lá está ele (Al Assad), e suponho que esteja dirigindo as coisas, então penso que algo deveria ser feito”, afirmou.

Por sua vez, o secretario de Estado dos EUA, Rex Tillerson, foi mais longe e prometeu uma “resposta apropriada” ao bombardeio com armas químicas. Em suas declarações, Tillerson também atribuiu a Al Assad um “papel incerto” no futuro de seu país, o que é chave no conflito sírio já que um dos objetivos centrais de cada bando é ditar qual o papel que Assad poderia cumprir em um governo de transição pós conflito.

O aeroporto militar sírio atacado pelos EUA.

A intervenção militar norte-americana implica um giro brusco no curso da guerra civil na Síria e também é simbólica nas relações geopolíticas já que passa por cima da do Conselho de Segurança da ONU. Mesmo com o governo Trump já tendo rasgado suas promessas de campanha com o bombardeio no Yêmen, esta nova intervenção militar é um salto qualitativo.

Não está claro até onde vai Trump. Se ele se limitará a alguns bombardeios para “colocar limite” a Assad, ou se irá mais longe com o intuito de debilitá-lo a ponto de reverter a atual relação de forças no terreno.

A ex candidata presidencial pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, expressou publicamente na quinta-feira sua postura favorável a uma intervenção militar que pelo menos anulasse a capacidade operacional da força aérea síria.
Mas isto também dependerá de até onde Trump e seu governo estiver disposto a deteriorar as boas relações que, a pesar de fortes pressões, vinha mantendo com Vladimir Putin. Para o líder Russo, Al Assad é um aliado chave já que a Síria é a última posição forte que tem no Oriente Médio, no marco de uma constante pressão da OTAN com a qual mantém um conflito latente na Ucrânia.

Apenas horas antes de conhecer-se o ataque com os mísseis pelos EUA, o governo Russo tinha declarado que haveria “conseqüências” se ocorresse alguma ação militar contra Al Assad. “Deve-se pensar nas consequências negativas. Toda a responsabilidade, se existir uma ação militar, estará sobre os ombros daqueles que a iniciaram”, disse o embaixador russo Vladimir Safronkov aos jornalistas na ONU.

De qualquer maneira, a intervenção norte-americana implicará um debilitamento para o regime de Al Assad que no último ano e meio havia conseguido mudar a relação de forças a seu favor na guerra graças ao apoio da Rússia e à luta dos EUA contra o ISIS. O que haverá de ser observado é até aonde serão afetadas as relações geopolíticas entre as diferentes potencias mundiais.

 
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