No dia 07 de março, cerca de mil trabalhadores, estudantes e professores compuseram um ato em frente a reitoria contra a aprovação dos Parâmetros de Responsabilidade, que altera o Estatuto da USP permitindo a demissão sumária de pelo menos 5 mil trabalhadores e também a precarização do trabalho docente e a privatização da universidade. Uma alteração tão profunda que a Universidade deixaria de ser o que conhecemos, aumentando o distanciamento do ensino universitário público e do conhecimento aqui produzido da população.
Decidido a aprovar tal medida logo após o carnaval, sem nenhuma discussão com a comunidade, Zago lança mão de uma forte violência policial e grande abuso de poder deixando diversos feridos, em particular mulheres trabalhadoras e estudantes, exatamente no dia anterior ao dia Internacional de Luta das Mulheres, o 8 de março.
Sem constrangimento com tantas mulheres feridas, Zago inicia a reunião do Conselho Universitário chamando os manifestantes de totalitários e nos responsabilizando pela violência. Entretanto, é justamente essa pequena cúpula monárquica escolhida divinamente que aprova mudanças sem consultar a maioria e, a violenta ação da polícia militar, conhecida mundialmente pelas chacinas ao povo negro, estupros e corrupção que operou à mando de Zago o ataque aos manifestantes.
Em todas as sociedades podemos ver seu nível de desenvolvimento pela forma como trata suas mulheres. A forma como Zago vem tratando as mulheres da USP, com violência, fechando creches e bandejões, aumentando o trabalho terceirizado leva a um profundo retrocesso humano. Por isso escolhemos mostrar o que aconteceu no dia 07 de março através dos olhos das mulheres, um dos setores mais oprimidos da sociedade e da nossa universidade, pois esses são também olhos dos que mais anseiam pelo novo.
Agradecemos a todas as mulheres, que passaram por suas dores mais uma vez para participar da campanha e mostrar com suas palavras o que aconteceu naquele dia. Cada relato é forte e rico em detalhes, compondo a exata imagem do terror que cada manifestante presenciou e viveu. Nessa semana, a partir de hoje, publicaremos uma série desses relatos, acompanhem pela Página da Secretaria de Mulheres!
Se você tiver algum relato e quiser participar da campanha, entre em contato com a Secretaria de Mulheres pela nossa página ou por alguma das mulheres integrantes.
Abaixo seguem os links dos relatos, atualizados conforme publicação da Secretaria de Mulheres:
Nani Figueiredo, professora da creche.
Isadora de Andrade Guerreiro, mãe da creche
Diana Assunção, Trabalhadora da FEUSP
Dinizete Xavier, Trabalhadora do Centro de Saúde-Escola Butantã
Andreia, trabalhadora da FAU
M.B., 27 anos, graduanda na USP
Cris Andrada – pesquisadora (pós-doutorado - IP-USP)
Marcela de Palmares, estudante de Educação Física e ativista da Secretaria de Negras e Negros
E.L.D., trabalhadora
Carolina Natalia Perrella, trabalhadora da Creche
Fernanda, trabalhadora da Prefeitura do Campus
Marina Macambyra, trabalhadora da ECA
Ana Helena, educadora da Creche
Mariana Scola, estudante da FFLCH
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