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DERROTAR TODAS REFORMAS
Por que a CUT não organiza a greve geral já? Abaixo o PL 4302, a reforma da previdência e Temer!
Flavia Valle
Professora, Minas Gerais
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

A força inicial que mostramos no dia 15 sem um plano de luta para efetivamente construir uma greve geral deu margem de manobra para esses canalhas acabarem com nosso presente e com nosso futuro. Por isso é preciso organizar uma greve geral já. A CUT programou um “dia de mobilização” no dia 31 deste mês e não uma efetiva paralisação dos locais de trabalho, junto a outras centrais negociam uma data de “greve geral”, que quantas mais vezes aparece nos papeis e sites menos parece ganhar materialidade e contundência.

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No dia 15 de março a classe trabalhadora deu uma primeira mostra de sua força. Depois de longa demora e graças a pressão das bases as centrais sindicais se moveram. Os transportes paralisaram em várias cidades, os professores aderiram em massa de norte a sul do país, e diversas outras categorias se somaram. Isso já teve um resultado. Temer manobrou tirando os servidores estaduais e municipais de sua proposta, para fazer com que os prefeitos e governadores formulem suas reformas da previdência e tentar dividir nossa resistência. Mas a reforma da previdência não é o único ataque que os capitalistas tinham em mente. Temer, Rodrigo Maia e mais umas centenas de parlamentares aprovaram na calada da noite a autorização de terceirizar tudo.

Precisamos derrotar o PL4302 aprovado ontem. Ele irá destruir o serviço público e submeter os trabalhadores nas indústrias a jornadas ainda mais extenuantes e perigosas. Ao contrário do que prometem, a terceirização vai aumentar o desemprego e não diminui-lo. Com menores direitos, salários e dificuldades de organização sindical os terceirizados trabalham mais horas que os efetivos. Generalizar a terceirização vai aumentar a jornada de trabalho e aumentar o desemprego. Todo o avesso do que precisamos. A única maneira de garantir o emprego é lutar pela jornada de 6 horas em 5 dias da semana, para que todos tenhamos emprego e tempo para o lazer, estudo e todo o demais que queiramos nos dedicar. Como parte dessa luta precisamos lutar para incorporar os 13 milhões de terceirizados às empresas que trabalham e sem concurso público no caso de repartições públicas.

Tal como tentam nos dividir com a manobra da previdência colocando partes dela para os estados e municípios a terceirização é uma profunda forma de dividir os trabalhadores que precisamos derrotar categoricamente.

Mas a terceirização e nossas aposentadorias não são nossos únicos riscos. Maia e seus comparsas na Câmara querem aprovar mais elementos da reforma trabalhista antes da reforma da previdência. Ou seja, não só querem que trabalhemos até morrer para poder se aposentar, mas que trabalhemos cada vez mais horas, com menos direitos, piores salários, com maiores riscos de acidentes. É uma quantidade de ataques acontecendo que não é possível ficar parado e à mercê das datas que Rodrigo Maia diz a dirigentes de centrais sindicais a portas fechadas do que será votado. Golpistas não respeitam nada. Seu objetivo é triturar a CLT. Não podemos permitir.

A força inicial que mostramos no dia 15 sem um plano de luta para efetivamente construir uma greve geral deu margem de manobra para esses canalhas acabarem com nosso presente e com nosso futuro. Por isso é preciso organizar uma greve geral já. A CUT programou um “dia de mobilização” no dia 31 deste mês e não uma efetiva paralisação dos locais de trabalho, junto a outras centrais negociam uma data de “greve geral”, que quantas mais vezes aparece nos papeis e sites menos parece ganhar materialidade e contundência.

Em primeiro lugar, não há nenhuma razão para esperar, os trabalhadores e a população exprimem em todo lugar o sentimento de que "já passou da hora de parar tudo", e a pergunta é: por que as centrais ligadas ao PT (a CUT e a CTB) não levantam imediatamente um plano de luta contra a terceirização aprovada no Congresso? Não lutaram contra a terceirização "restrita", (que avançou nos governos Lula e Dilma e abriu caminho para a direita desenterrar um projeto de FHC de 1998), e ainda nem começaram a colocar seus recursos para lutar contra a terceirização irrestrita, usando a palavra "greve geral" para suas negociações parlamentares em vista do objetivo de emplacar o "Lula 2018".

O tempo urge. É preciso mostrar aos empresários, a Temer, ao congresso nossa força. Precisamos parar todo o país e já. O "dia de mobilização nacional" de 31 de março, deveria ser um dia de uma nova e contundente paralisação. Não estamos derrotados. É preciso unir forças e ter um plano consequente para vencer, autoorganizando-nos nos nossos locais de trabalho e tomando medidas para que nossa luta não seja traída pelas negociatas das cúpulas sindicais.

O plano consequente para vencer é construir uma verdadeira greve geral , que precisa ser organizada pela base, com assembleias em cada local de trabalho e estudo para envolver milhares de lutadores nas decisões dos rumos do movimento. O PSOL, as direções sindicais e de movimentos populares como o MTST, precisam colocar todos os seus esforços na mobilização pela base para termos uma contundente e verdadeira mostra de toda a força da classe trabalhadora.

Podemos derrotar todos esses ataques. Fazendo isso colocaremos Temer na parede. Podemos derrubá-lo. Não ficar esperando Sérgio Moro fazer algo para seus próprios fins. Mas nós trabalhadores derrubarmos o golpista e inimigo dos direitos dos trabalhadores mediante uma greve geral política. Com a força da luta para derrotar todos os ataques e derrubar Temer, nós do MRT defendemos impulsionar uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que permita que debatamos todos os problemas do país e façamos os capitalistas pagarem pela crise, apontando a necessidade de constituir um governo dos trabalhadores que rompa com o capitalismo.

 
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