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APEOESP
No dia 28 os professores precisam dar uma nova demonstração de forças
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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A aprovação às pressas da PL 4302, que institui a terceirização do trabalho em todos os níveis, é a demonstração cabal de que o governo golpista fará de tudo para levar à frente seu pacote de maldades contra os trabalhadores e para isso apostará em nossa divisão. O impacto das enormes mobilizações no último dia 15, que unificou trabalhadores públicos e privados, obrigou o governo a fazer uma manobra e jogar para os estados e municípios a implementação da Reforma da Previdência, o discurso golpista é de que servidores municipais e estaduais estarão fora da Reforma, uma enorme manobra para dividir os trabalhadores que mostraram força e disposição na paralisação nacional.

Para nós, professores, os ataques são imensos e vão além dos três anos sem aumento salarial que já amargamos. A essa precarização da vida dos trabalhadores docentes se soma a Reforma do Ensino Médio, salas de aula sendo fechadas, a discussão do Projeto de Lei “Escola sem Partido”, escolas caindo aos pedaços e demissões massivas de professores em todo o estado. Alguém duvida que os professores barrados às centenas nas perícias médicas do Estado de São Paulo serão os primeiros contratados como terceirizados nas escolas públicas?

O que mais surpreende é que a direção majoritária de nosso sindicato, com Maria Izabel Noronha à frente, não perdeu tempo para se manifestar frente ao pronunciamento de Temer sobre a Reforma da Previdência. Ao invés da presidenta explicar a manobra golpista de dividir o conjunto dos trabalhadores, Bebel chama de vitória “retumbante” as mudanças propostas pelo governo. Sua linha traidora por todos os lados se mostra como nunca em sua declaração, desprepara os professores que deram exemplo no dia 15 e arrefece a necessidade emergencial de uma enorme greve em nossa categoria.

Além disso, ao invés de preparar o chamado de mobilização para o próximo dia 28, Bebel e sua corrente sindical, “Articulação – Chapa1” convocaram representantes de escola de todo o estado para uma reunião extraordinária no próximo sábado, a reunião deveria servir para organizar a greve e mobilização, mas ao contrário servirá para discutir as eleições sindicais que foram já antecipadas para o primeiro semestre.

A CUT que deu uma enorme trégua ao governo golpista e em nenhum momento combateu o golpe de forma consequente, ao invés de organizar a luta canta vitória e se prepara para as eleições sindicais. De que serve uma diretoria sindical que não luta em defesa de nossas demandas? Numa situação ímpar, trabalhadores e trabalhadoras de todo o país mostraram no 15M que ao contrário do que se dizia à boca pequena, estão firmes e lutarão contra as reformas, mas para isso é preciso um plano de lutas que imponha uma derrota “retumbante” – como gosta de dizer nossa presidenta – ao governo golpista de Temer.

Enquanto escrevo essas linhas, professores da Rede Municipal da cidade de São Paulo fazem greve e se enfrentam com Dória, as reformas e as péssimas condições de trabalho. Não são os únicos que lutam, pois em vários estados brasileiros professores tomam as ruas e fazem greves mostrando nossa força e mobilização. O interessante é que mais uma vez a CUT atua para não unificar as lutas em curso, assim como foi em nossa última greve, mas com o agravante de que a demonstração de forças do último dia 15 não pode ser um fim em si mesmo, ao contrário deve ser um ponta pé inicial para uma luta dura de professores, trabalhadores do transporte, operários fabris, trabalhadores dos serviços e de todas as categorias unificadas contra os ataques capitalistas e desses políticos privilegiados.

Unificar já com os professores municipais é muito importante e deve se basear na greve que votamos em nossa última assembleia, porém a manobra de Bebel é tão grotesca que o chamado de greve a partir do dia 28 não está ligado a uma nova assembleia e nem mesmo um ato de rua. Como poderemos dar um passo sério em nossa luta com uma greve que se inicia assim? Ou será essa uma nova tentativa da direção do sindicato sair por cima dizendo que gostaria de lutar, mas os professores não quiseram?

As reuniões de Representante de Escola que acontecerão nesse próximo sábado só tem sentido se servirem para armar um plano de luta e mobilização da nossa categoria. Ao contrário do que pretende a direção majoritária de nosso sindicato, cada professor deve ser agente de nossa luta, para isso precisamos organizar nossa mobilização desde a base, votando em nossos representantes e num comando de mobilização auto-organizado que impeça a traição anunciada da direção da Apeoesp.

Prefeitura e Estado devem estar unidos numa forte greve geral da educação paulista, unificada com os demais estados. Não podemos aceitar a mentira de Temer, propagandeada de forma criminosa pela direção de Bebel. Nossa luta contra Temer e Alckmin não apenas é necessária, mas também urgente, não podemos fechar os olhos para a situação atual de milhares de professores em todo o país que agora mesmo estão sem receber salários por conta das dívidas dos estados, dívidas essas de responsabilidade dos políticos da ordem e seus aliados empresários.

Não seremos nós a pagar pela crise criada pelos poderosos. Dia 28 pode ser mais um dia importante de nossa mobilização, para isso é preciso girar já para construir a greve e a unidade de nossa categoria com os setores em luta

 
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