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CONSULTA REITORIA UNICAMP
Consulta para reitoria da Unicamp: quem realmente decide?
Flávia Telles

Amanhã, uma semana depois da volta às aulas, ocorrerá o processo de consulta para o cargo de reitor da Unicamp. Um processo antidemocrático, conservador, e que não reflete os que constroem a universidade. Entenda porque construímos uma anticandidatura contra esse processo.

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Há uma semana se iniciou o período letivo de aulas na Unicamp, momento em que nós retomamos nossas atividades, e que os ingressantes conhecem a universidade, participam dos debates, atividades culturais. Também é um momento de retomada da organização do movimento estudantil que esse ano será chave na Unicamp para aprovação das cotas étnico-raciais.

Apesar disso tudo, as votações da consulta para reitor da universidade acontecerão já nesse dia 15, ou seja, amanhã, o que na prática impede que os estudantes consigam refletir, se organizar e debater sobre o processo como um todo. E isso não é fruto do acaso ou mera coincidência, já que é o Conselho Universitário (CONSU), onde os estudantes e funcionários tem uma (sub)representação de apenas 15% cada, enquanto os professores, minoria entre as três categorias, tem 70% do peso de decisão, que decide quando será o processo. Ou seja, é um processo pensado para os estudantes e funcionários terem pouca participação, o que se reflete nos altos índices de abstenção estudantil nas urnas.

O próprio fato do processo para escolha da reitoria se chamar consulta, já revela uma grande falta de democracia no processo. Uma vez que independente de quem a comunidade acadêmica escolher, quem decidirá no último caso o reitor da universidade será o governador do Estado de São Paulo, no caso Alckmin. E quais planos para educação tem Alckmin senão a precarização e privatização da universidade pública?

Nas últimas duas consultas para reitor da USP, o candidato escolhido pelo reitor não foi o candidato mais votado, e sim o que mais representava os interesses de Alckmin na USP, como colocar a polícia dentro do campus para reprimir os estudantes e trabalhadores e o aumento das parcerias público-privadas dentro do campus.

Além de ser apenas uma “consulta”, nosso peso na decisão também é desproporcional. Somados com os trabalhadores teremos o peso de 40% na votação, e só os professores terão o peso de 60%, e as centenas de trabalhadoras terceirizadas que realizam o trabalho essencial da limpeza e do funcionamento dos restaurantes universitários sequer poderão participar do processo, ou seja, é uma inversão da realidade. Nós que construímos a universidade todos os dias, não podemos decidir seus rumos.

Por isso, e por não acreditar que os atuais candidatos à reitoria da Unicamp, ainda que diferentes, não representam nossos interesses, estamos impulsionando uma anticandidatura à reitoria , junto aos trabalhadores, para colocar como acreditamos que deveria ser uma universidade pública de fato, gerida por todos os que fazem parte dela e cujo conhecimento produzido sirva de fato para a sociedade e não às empresas e seus lucros.

 
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