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RIO DE JANEIRO
O pacote de maldades de Pezão e Temer no Rio: o que os estudantes da UFRJ têm a ver com isso?
Artur Lins
Estudante de História/UFRJ

Que papel podem cumprir os estudantes da UFRJ no contexto da crise estadual do RJ e dos ataques de Temer a nível nacional?

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A conjuntura política, econômica e social do Brasil não mostra sinais de estabilidade. O governo golpista de Michel Temer já tem listado os ataques a serem feitos contra a classe trabalhadora e a juventude, que significa acelerar o processo de privatização das estatais e dos ajustes fiscais para pagar religiosamente a criminosa dívida pública e entregar os bens públicos às grandes empresas privadas e banqueiros. Ano passado os golpistas conseguiram passar a PEC 241/55, congelando por vinte anos o teto dos gastos públicos, esse ano foi a Reforma do Ensino Médio na surdina, e agora Temer pretende impor aos trabalhadores a reforma da previdência (nos fazendo trabalhar até morrer) e a reforma trabalhista (retirando direitos históricos dos trabalhadores para aumentar os lucros dos capitalistas).

Essa é a resposta de Temer e da burguesia para a crise econômica que vivemos, e o Rio de Janeiro, estado onde a crise bateu primeiro com mais força até chegar a um “estado de calamidade pública”, está se tornando o laboratório dos planos de austeridade do governo. O pacote de maldades do governador Pezão (PMDB) é um exemplo estadual claro do que Temer pretende fazer no país inteiro.

Na lista de ataques do pacote, estão a privatização da CEDAE (estatal distribuidora de água) e o corte de verbas para a educação. A dramática situação da UERJ que por falta de verbas ainda não começou suas aulas depois de meses fechada, é uma mostra do que vai acontecer no Brasil inteiro por conta da crise. Por isso, a UFRJ, mesmo sendo federal, não está isenta de ter seu futuro parecido com o que está acontecendo com a UERJ, por exemplo.

Os recursos orçamentários da universidade estão sendo cortados (https://conexao.ufrj.br/node/57), passou a reforma do ensino médio que pretende precarizar ainda mais os cursos referentes às disciplinas que deixam de ser obrigatórias no ensino público (como é o caso de história, sociologia e filosofia) e por fim a intervenção autoritária da justiça, através do Ministério Público Federal, contra o reitor Roberto Leher, quando justamente estava ocorrendo ocupações e mobilizações estudantis na UFRJ contra a votação da PEC 241/55, num claro sinal de ataque do governo golpista de Temer ao movimento estudantil e à autonomia universitária.

A luta dos trabalhadores também é nossa

No entanto, aqui no Rio, os ataques do pacote não passaram sem resistência por parte dos trabalhadores. Os trabalhadores da CEDAE estão lutando contra a privatização da empresa, pois sabem muito bem que eles e a população vão sair perdendo com essa medida, resultando em demissões de funcionários e no encarecimento e piora do serviço que garante água para a população do Rio. A privatização da CEDAE passou antes do carnaval na ALERJ, mas isso não significa que os cedaeanos vão desistir da luta. Até a concretização da venda da empresa, muita água ainda pode rolar!

Nós, da Faísca Anticapitalista e Revolucionária, juntamos todas as nossas forças desde os locais que atuamos, mobilizando estudantes da UFRJ, PUC, UERJ, secundaristas e professores para lutarmos ombro a ombro com os trabalhadores da CEDAE, porque entendemos que a única classe capaz de derrubar os ataques do governo é a classe trabalhadora, e que uma vitória contra a privatização da empresa, imposta pelos trabalhadores, mudaria a correlação de forças para nós estudantes, nos nutrindo de uma moral que fizesse nos levantar contra todo tipo de ataque do governo e da burguesia, podendo estender essa moral para os estudantes e comunidade da UERJ que sofrem hoje o caso mais extremo. Por esse motivo reforçamos a necessidade da aliança entre os trabalhadores e a juventude na luta contra os ataques dos golpistas Pezão e Temer.

No entanto, a luta dos trabalhadores da CEDAE poderia ser maior e mais forte a partir de uma unificação de outros setores da classe trabalhadora em apoio a essa luta tão importante e crucial para o futuro do país. A privatização da estatal de água do Rio foi um recado de Temer para o que vai acontecer com todas as estatais do país, nesse sentido era obrigação das direções das centrais indicais dirigidas pela CUT e CTB se movimentarem e paralisarem junto com os cedaeanos para impor uma derrota ao ataque de Pezão. Porém não foi o que aconteceu, os cedaeanos praticamente ficaram sozinhos na luta, e mesmo com apoio da juventude (reconhecido pelos próprios trabalhadores), foram fortemente reprimidos pela polícia para que a privatização passasse.

Podemos derrotar os ataques com a força da mobilização

Há quem se engane que a força da mobilização dos estudantes não faz diferença. Historicamente a movimentação da juventude impactou a classe trabalhadora, antecipando suas demandas de luta. Por isso queremos fazer um debate com o DCE da maior federal do país, a UFRJ, dirigido pelo RUA, coletivo esse que também dirige muitos centros acadêmicos da universidade e não fez uma convocação séria para os estudantes da UFRJ se juntarem a importante luta dos trabalhadores da CEDAE.

Nós da Faísca reconhecemos e reivindicamos a participação do RUA enquanto coletivo nos atos junto aos cedaeanos e nos combates que tivemos lado a lado com os trabalhadores contra a repressão bárbara e violenta da polícia e inclusive das tropas da guarda municipal. Porém o RUA não só dirige centros acadêmicos e o DCE da UFRJ, como está também presente com relativo peso na UERJ, e mesmo lá não realizaram uma convocação ampla e democrática, que seria um chamado para a realização de assembleias pelos cursos para coordenar a mobilização estudantil de todo o estado do Rio pela base, unificando com os trabalhadores e massificando a resistência até reverter a situação, barrando os ataques.

Na UFRJ não se viu sinais de convocatória séria pelo DCE desde o ano passado, quando os ataques estavam começando a ser votados, nem ao menos chamando uma assembleia geral da universidade para pensarmos com o conjunto dos estudantes ações e política para atuar ao lado dos trabalhadores e dos servidores públicos do estado.

Para a situação atual, temos dois ataques duríssimos do governo Temer para serem votados, a reforma da previdência e a trabalhista, que nem precisamos gastar mais linhas para dizer o quanto são medidas para minar de vez nossa perspectiva de futuro, resultando na ausência total de estabilidade no emprego e da futura aposentadoria que não veremos tão cedo.

Neste dia 15 sejamos parte ativa da luta nacional junto aos trabalhadores

Diante desses ataques, o DCE da UFRJ não pode ficar parado e tem a responsabilidade de mobilizar maiores setores de estudantes para lutar ombro a ombro com os trabalhadores no objetivo de barrar qualquer tipo de ataque que venha do governo.

É para esse objetivo que nós da Faísca Anticapitalista e Revolucionária exigimos que o DCE da UFRJ convoque uma assembleia geral na universidade para coordenarmos a luta estudantil, articulando junto aos centros acadêmicos assembleias de base nos cursos, para que a partir da discussão democrática dos estudantes construamos uma unidade com todos os estudantes do estado, principalmente com os estudantes da UERJ, para realizarmos ações em conjunto com os trabalhadores contra os ataques.

O dia 15, que está sendo convocado pelas centrais sindicais como um dia de paralisação nacional dos trabalhadores pode ser o começo dessa articulação de lutas, onde nós estudantes da UFRJ nos organizemos para ir às ruas, mas também para construir um plano de mobilização a partir dos cursos, com a opinião e decisão de cada estudante para somar força na batalha contra o pacote de ataques de Temer e Pezão.

Pois apenas se aliando com a classe trabalhadora podemos fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela própria crise que criaram. É preciso lutar para garantir nosso futuro, já tão destruído pelo capitalismo e seus lacaios do governo golpista de Temer.

 
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