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PARALISAÇÃO 15/03
8 motivos para os trabalhadores entrarem em cena no 15/03
Felipe Guarnieri
Diretor do Sindicato dos Metroviarios de SP
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.

A paralisação nacional do dia 15 de março está marcada para ser um grande dia de combate aos ataques do governo Temer e dos patrões aos trabalhadores, como as reformas da Previdência e Trabalhista. Damos aqui alguns motivos para que os trabalhadores sejam muito sujeitos nessa luta.

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1-) Derrotar a reforma da previdência. O que já era ruim na época do fator previdenciário aprovado pelo governo FHC, e mantido nos anos do petismo através de Lula e Dilma, vai ficar pior. Temer organiza seus jantares luxuosos com os golpistas para aprovar a reforma no Congresso, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287/2016) além de aumentar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos, eleva o teto mínimo em 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar. A mídia tenta justificar a reforma como necessária diante um suposto “rombo da previdência”. Um mito criado para que o governo permaneça pagando mais de 1 trilhão do orçamento nos serviços da divida pública, favorecendo empresários e banqueiros, totalizando 47,4% do orçamento federal, enquanto a previdência, saúde e educação, juntos somados não chegam a 26%.

2) Impedir que a terceirização avance mais ainda. Em 2015 durante ainda o governo Dilma foi aprovado na Câmara o projeto de Lei do Deputado Sandro Mabel (PMDB/GO) que prevê a regulamentação da terceirização também para as chamadas atividades fins, aumentando a exploração dos trabalhadores e consequentemente os lucros dos empresários. O projeto passará ainda esse ano para ser aprovado pelo Senado Federal, mas os golpistas ainda não contentes com isso, aproveitam do “legado de terceirização que o PT deixou nos seus mandatos”, e querem na Câmara agora no mês de março votar um novo projeto de lei que retira da empresa contratante qualquer responsabilidade e não tenha nenhuma exigência de fiscalização no regime de trabalho. Essas medidas rebaixarão ainda mais os direitos de todos os trabalhadores, e por isso devemos sair as ruas e parar pelo fim da terceirização e que todos os trabalhadores sob esse regime de exploração sejam efetivados sem necessidade de prestar concurso, no caso dos serviços públicos.

3) Contra o Desemprego que já atinge milhares de trabalhadores. Nem os economistas da mídia burguesa conseguem camuflar mais os índices de desemprego que aumentam a cada dia no mercado de trabalho. No último trimestre de 2016 chegou a 22,2%, 1,1% a mais em comparação ao trimestre anterior, alcançando mais de 24,3 milhões de trabalhadores brasileiros, em escala ampliada, ou seja, levando em conta os trabalhadores informais, aqueles que dependem de algum “bico” para sobreviver. A verdadeira realidade da classe trabalhadora brasileira. O nordeste é a região mais afetada, assim como o setor da indústria, onde os cargos rotativos, o lay off, PDVs e demissões já há tempos são uma realidade para os trabalhadores desse setor.

4) Em defesa do direito de greve. Se durante os anos de governo do PT os servidores públicos já tinham o seu direito a greve ameaçados, o texto complementar do golpista Temer a proposta do Senador Aloysio Nunes (PSDB/SP) na prática impõe o fim do direito de greve aos trabalhadores do funcionalismo. A emenda define 19 categorias de serviços essenciais, como saúde, educação e transportes, que devem obedecer 80% do funcionamento do serviço em período de greve. Essa medida conjunta de Nunes e Temer tem como objetivo determinar quantos e quais setores “podem” fazer greve para que assim seja mais fácil para o governo implementar seus pacotes de ajustes, impedindo que exemplos de resistência como foram os trabalhadores da CEDAE no RJ e dos servidores em Florianópolis se alastrem por todo o país.

5) Unificar com os trabalhadores da educação que saíram em greve nacional no dia 15/03. No seu último congresso realizado em fevereiro a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) determinou o indicativo para iniciar em 15/03 uma greve nacional contra a reforma da previdência e o cumprimento integral da Lei do Piso Nacional do Magistério. Vale lembrar que a votação da PEC 55 na Câmara ira congelar por décadas os salários dos servidores e retirar bilhões de investimento em vários setores, principalmente na educação.

6) Paulinho e a “Farsa Sindical” querem entregar e negociar nossos direitos com os golpistas. A Força Sindical é uma das centrais que está convocando o dia 15/03 de mobilização e paralisação nacional, porém na prática o que esses burocratas que vivem de privilégios há anos nos sindicatos querem é ajudar Paulinho a negociar e fatiar nossos direitos com Temer. A Força Sindical possui aproximadamente 10% dos sindicatos filiados e em nenhum dos seus materiais e panfletos nesses sindicatos chamam a paralisação ou ao menos citam que nesse dia haverá alguma ação para derrotar a reforma da previdência. Pelo contrário, paralelamente a isso, o Deputado Paulinho da Força (Solidariedade/SP) compactua com a reforma da previdência e recentemente protocolou na Câmara um projeto de emenda a PEC 287/2016, com o objetivo de fatiar e negociar a reforma com o governo. A Força Sindical foi uma das centrais que deram sustentação ao golpe institucional e não podemos deixar nas suas mãos o destino de nossas lutas.

7) CUT e CTB estão mais preocupadas em eleger Lula em 2018 do que derrotar os ataques contra nós trabalhadores. CUT e CTB são as principais convocantes do dia 15/03. Em alguns locais como no Metro de SP e nos Correios, os dirigentes dessas centrais fazem discursos inflamados, defendendo a paralisação e criando um teatro como se os trabalhadores não estivessem “convencidos” em parar. Mas na realidade o que predomina é a desconfiança. De centrais que durante anos de governo petista atuaram a favor de um projeto de conciliação de classes, que freiaram a luta dos trabalhadores em várias categorias, e utilizam o movimento sindical como um palanque para os seus interesses. CUT e CTB não moveram nenhuma ação para derrotar o golpe institucional, semanas após o impeachment já negociavam e acordavam com os golpistas novas medidas. O PC do B a frente da CTB chegou a apoiar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM) na Câmara, ação cogitada pelo próprio PT também até os 45 do segundo tempo. Para esse dia 15/03 nada disso mudou, CUT e CTB estão articulando por baixo a estratégia de pressão parlamentar petista apoiar a candidatura de Lula para 2018. Por isso, não querem que o dia 15 se transforme de fato em ações decisivas dos trabalhadores com greves, paralisações e cortes de rua para derrotar os ataques, mas sim em realizar grandes atos de comício para Lula, não a toa nas fábricas e nos principais sindicatos que atuem, assim como a Força Sindical não realizam assembleias e nem chamam em seus materiais a paralisação.

8) Construir uma alternativa pela base e independente contra os patrões e a burocracia sindical, para que os trabalhadores possam vencer. Muitos trabalhadores sentem e ficam indignados com os ataques do governo Temer, sentem cada vez mais forte a necessidade de lutar e se mobilizar, mas ainda existem uma grande desconfiança em relação a burocracia sindical pois sabem que esses chamados há tempos não são sérios para convocar mobilizações que possam derrotar o governo. A esquerda, os parlamentares do PSOL, Boulos e o MTST, assim como CSP-Conlutas no movimento sindical, ao não desmascararem esses setores e fazer uma grande exigência de um plano de luta, chamando essas centrais a organizarem paralisações de fato na base, chamando assembleias de base, comitês de fábrica e populares, para organizar a luta, acabam não se delimitando da burocracia sindical e não se apresentam como uma verdadeira alternativa para uma grande massa de trabalhadores. Por isso, nós do Movimento Nossa Classe batalharemos com todas as nossas forças nos locais onde atuamos para que o dia 15 de fato possa ser uma grande demonstração de força da classe trabalhara, com paralisações efetivas e sabemos que para isso precisamos nos organizar contra os patrões, mas também contra a burocracia sindical.

 
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