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CRISE NO RJ
Alunos do CAP-UERJ podem perder chance de ir à Universidade, e a culpa é de Pezão e Temer
Desirée Carvalho
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Os alunos do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro correm o risco de perder a chance de entrar para qualquer universidade este ano. E isto só está acontecendo porque o CAP UERJ está há pelo menos oito meses sem funcionar, por falta de repasse de verbas para o custeio dos serviços prestados pelos trabalhadores terceirizados, que assim como os servidores públicos do estado que trabalham na universidade, estão sem receber seus salários.

Hoje ocorre nova reunião entre diretores do Colégio de Aplicação, e esta reunião pode decidir não iniciar novamente às aulas, afinal a unidade não tem condições de funcionar sem os seus trabalhadores. Para os estudantes, isso significa o risco de não completar o ano de 2016 à tempo de se matricular nos cursos superiores que decidirem prestar, ou mesmo ter o certificado de ensino médio que é exigido para diversos empregos. O culpado por isto é Pezão, por sucessivos cortes no orçamento da UERJ, e por ter repassado apenas 76% da verba necessária para o mínimo de funcionamento da Universidade, isto sem contar com o parcelamento dos salários dos professores que não entra nesta conta. E este dinheiro para onde foi? Está no bolso das empresas capitalistas que lucraram horrores com bilionárias as isenções de impostos que começaram na gestão de Cabral e continua ocorrendo sob mando de Pezão até hoje.

Desde 2016, e até mesmo antes, Pezão nunca repassa o necessário para a UERJ se manter. Esta crise começou lá atrás, quando trabalhadoras terceirizadas foram demitidas em massa por falta de verba de custeio. Este crime perpetrado pela quadrilha de Pezão teve cumplicidade da Reitoria no momento, que organizava as demissões e contratava novas empresas dizendo que a culpa não era do governo, e sim de uma ou outra empresa terceirizada específica que não pagava, fato que ocorre até hoje quando centenas de terceirizadas foram demitidas novamente na UERJ, às vésperas do Dia Internacional da Mulher. O acordo feito entre governo, reitoria e os patrões das empresas para não pagar estas trabalhadoras também afetou diretamente os estudantes que vêem seu futuro escorrer entre pelo ralo das negociatas entre políticos e capitalistas.

A crise do estado que afeta o CAP e toda a UERJ ganhou novos atores neste ano, quando Temer entrou em cena para ajudar Pezão a por em prática o seus planos de enterrar de vez o futuro da juventude carioca, com um pacote de “recuperação financeira” que é uma verdadeira navalha na carne dos trabalhadores e do povo pobre do Rio (ou um pacote de recuperação de lucros para os banqueiros), propondo privatizar a CEDAE, um congelamento de gastos de 10 anos que promete acabar com a educação e saúde públicas, e o aumento para o dobro da contribuição previdenciária dos servidores. A União que arrestava o dinheiro das contas do estado do RJ para pagar a dívida pública e os empréstimos do estado, dinheiro que deveria ser usado para pagar os servidores e os trabalhadores terceirizados, agora que mais que nosso suor: quer o nosso sangue.

Querem aprofundar ainda mais a situação de crise que levou cerca de 700 estudantes a pedir transferência da UERJ (segunda a vice-reitoria de graduação) e muitos à abandonar o sonho de se formar no ensino superior, chegando ao extremo de precariedade de um elevador desabar nesta semana com dois trabalhadores dentro que por sorte não se feriram gravemente. Tudo isto em uma universidade que foi pioneira na política de cotas raciais.

O que os estudantes do CAP e de toda UERJ sofrem é uma parte do que todos trabalhadores e povo pobre do Rio estão sentindo com a crise, sejam os servidores sem receber, sejam os trabalhadores da CEDAE que podem perder seus empregos o projeto de entregar a água e o saneamento para o lucro dos capitalistas, seja a juventude que enfrenta o desemprego e os mais pobres que tem seus mínimos direitos cortados. Por isso defendemos que para lutar pela UERJ é preciso uma organização superior onde todas as entidades representativas de estudantes, docentes e funcionários, como ASDUERJ, SINTUPERJ, DCE, CAs e Grêmio, coloquem seu peso para uma organização unificada, com o chamado para um encontro em defesa da UERJ, e que à partir daí possa ser chamada uma luta unificada com os trabalhadores do estado e o povo pobre carioca.

#UERJResiste

 
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