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MACHISMO NO #8M
Saudação machista de Putin no #8M: "As mulheres precisam dos homens"
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

Há poucas semanas de ter legalizado a violência de gênero no parlamento, o presidente Putin enviou uma mensagem abertamente machista na paralisação internacional de mulheres do #8M.

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Parece uma montagem mas é realidade. Depois de ter legalizado a violência de gênero na Rússia, o presidente Vladimir Putin enviou nesta quarta-feira uma saudação televisionada pelo Dia Internacional das Mulheres, no qual reproduz um dos estereótipos clássicos do machismo.

Em pouco mais de dois minutos, Putin dá uma verdadeira lição do que é o patriarcado e sobre qual é o papel que o capitalismo reserva às mulheres

As mulheres precisam do respaldo do homem. Faremos todo o possível para que nossas queridas mulheres sorriam mais

Não faz mais que enumerar todas e cada uma das "qualidades" com as quais o machismo estereotipado dedica às mulheres: "Vocês enchem este mundo de beleza e energia vital. Temperam-no com carinho e a generosidade de sua alma, criam uma atmosfera de conforto, cordialidade e harmonia".

Depois, justifica abertamente que o trabalho doméstico e os cuidados da família recaiam sobre as mulheres, como se se tratasse de uma espécie de "papel natural" do qual não podem, nem devem, escapar: "Ao cuidado de seus filhos e netos, de sua família, não tem dias livres. Inclusive hoje, em seu dia, estão ocupadas com seus assuntos e quefazeres. Tem tempo para tudo, e muito frequentemente pensamos como fazem tudo. O mais importante é que as amamos e as valorizamos".

Depois de citar o poeta russo Konstantin Balmont, afirmando que o lugar das mulheres sempre deve ser junto aos homens, Putin continua com uma frase antológica do machismo: "A mulher é fonte de nossa própria vida e da continuidade de nossos filhos".

Para finalizar, Putin reafirma o conceito machista de que "As mulheres precisam do respaldo do homem" e que enquanto homens "Faremos todo o possível para que nossas queridas mulheres sorriam mais".

Não é de estranhar uma saudação machista como essa por parte de Putin, cujo partido acaba de legalizar a violência machista no parlamento com argumentos tipicamente misóginos (de clara inspiração stalinista, sem nenhuma relação com a grande tradição da revolução russa e dos direitos conquistados em 1917 pelas mulheres) em um país em que a cada ano morrem 14 mil mulheres nas mãos de seus maridos e outros familiares.

Os autores da lei argumentaram que tão somente querem despenalizar as pancadas que não ocasionem dano à saúde das vítimas", enquanto que o Kremlin apoiou a lei dizendo que "não se pode confundir os conflitos familiares com a violência doméstica". Dois argumentos que mostram que o machismo é uma questão de Estado em um país onde uma mulher morre a cada 40 minutos por violência machista, e 40% dos crimes violentos acontecem no âmbito doméstico.

 
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