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CRISE PENITENCIÁRIA
Mais de 600 presos morreram no Rio por falta de atendimento médico nos últimos 7 anos
Guilherme Costa
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Os dados são escandalosos. Segundo reportagem do jornal O Dia, entre 2010 e 2017 pelo menos 640 detentos morreram nos presídios cariocas devido à falta de atendimento médico adequado. Os detentos entram saudáveis e pegam doenças como AIDS, tuberculose, hepatite, insuficiência respiratória, anemia, etc.

O número de 640 representa mais da metade das mortes ocorridas no mesmo período, que chegou a 1.149 contabilizadas oficialmente. Boa parte delas, 253, podem ter sido em parte por falta de atendimento médico também, pois a razão do óbito é desconhecida. No ano de 2017 essa estatística já começou ainda mais dura: dois mortos a cada três dias em presídios no Rio de Janeiro, dado maior do que a média de uma morte a cada dois dias do período anterior.

Um outro fator que torna a situação ainda mais absurda, é que 40% das vítimas deste ano eram presos que aguardavam julgamento. Num país onde 1 a cada 3 presos aguardam julgamento, esse tipo de realidade mostra como o sistema carcerário no país executa boa parte dos detentos.

Boa parte dessas mortes ocorrem fora das celas. Por conta do precário sistema de saúde nas prisões e a negligência com as necessidades médicas, parte dos detentos morrem no caminho do socorro médico. Na UPA do complexo de Gericinó, por exemplo, entre 2014 e 2016 dos quase 300 óbitos registrados, 116 ocorreram fora da cela. O detento ou acaba morrendo no caminho (sem ambulâncias, sem aparelhos adequados para o transporte) ou logo após chegar na UPA.

Esses dados são apresentados no ano em que os massacres em Manaus, Rio Grande do Norte e outros lugares escancararam mais uma vez a crise do sistema penitenciário. Como já denunciamos inúmeras vezes no Esquerda Diário, essa crise carrega consigo os mais de 300 anos de escravidão no país, onde uma população carcerária maioritariamente negra expõe como vísceras abertas a sociedade extremamente racista em que vivemos. Presídios são verdadeiras casas de morte, onde o Estado possui responsabilidade por elas, sejam as ocorridas por conta de violência interna, seja as ocorridas pela ausência de atendimento médico.

 
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