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Ilú oba de min: o que me toca essas mulheres
Gabriela Farrabrás
São Paulo | @gabriela_eagle

Desde os primeiros toques das mulheres que tocam para o rei Xango há um calor que se acende e que mesmo a já tradicional chuva, que cai toda sexta de carnaval para lavar os corpos e as ruas, não esfria.

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Quando levei meu companheiro, um homem negro, para ver pela primeira vez um ensaio do Ilú ele me disse que parecia que ele sentia pantomimes no sangue, porque o Ilú Oba de min é sobre resgate da cultura negra por tanto tempo apagada e silenciada.

No cortejo de sexta-feira, 23 de fevereiro, comemorando seus 12 anos de existência foi mais um desses mágicos momentos que só o Ilú consegue realizar.

As centenas de mulheres tocando, a voz de Nega Duda invadindo os ouvidos e as ruas do centro de São Paulo e enegrecendo o carnaval, que é desde sempre negro; tudo isso é de uma magia inexplicável.

Enquanto o corpo de baile e os pernas de pau representando os orixás desfilavam se escutavam pessoas dizendo sozinhas "ser negro é lindo, eu sou linda e sempre tive orgulho de ser negra", via-se as mulheres negras que só estavam ali para vender a marca de cerveja, que patrocina o carnaval de rua esse ano, completamente encantadas.

Eram turbantes, lenços e cabelos negros, pés ensaiando ritmos afro-brasileiros e bocas cantando aos orixás. Eram milhares em um misto de encantamento pelas mulheres do Ilú e por si mesmos, erguendo os rostos orgulhosos por tantos anos de resistência negra para dispersar a festa de maneira impossivelmente mais simbólica em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a única igreja que os escravos podiam frequentar no Brasil da escravidão.

 
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